Plataforma 7, Metrô 214, Banco 14
Era exatamente este metrô no qual eu ia para chegar à escola, diariamente. Até que certo dia, um cara aleatório começa a fazer parte da minha rotina. Cabelos roxos, olhos violetas e um olhar desistente com olheiras...
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act. 1 - これは始まりにすぎない
(isso é apenas o começo)
TW: BULLYING
Duas semanas se passaram desde que as pessoas minúsculas descobriram tudo sobre minha vida. E desde então, comecei a fazer uma lista das coisas que eles fizeram comigo em apenas dez dias de aula. Tenho que admitir que é uma série de acontecimentos dolorosos, todavia, estou anotando para não me esquecer do quão desgraçadas são essas pessoas.
Vamos lá.
Lista de desgraça:
1- Fizeram questão de criar uma capa de jornal com fotos antigas minhas, de quando eu ainda era criança;
2- Me trancaram no banheiro no dia da foto de formandos, ou seja, não apareci em nenhum registro. Passei umas quatro horas no banheiro chorando, com o rosto inteiro borrado da maquiagem;
3- Criaram fofocas horríveis sobre mim, e todas eram mentiras;
4- Eles foram TÃO à fundo que conseguiram descobrir até o fato da minha mãe ser uma pro-hero bissexual. Ninguém mais quis sentar perto de mim, pois eles acreditam que isso é doença. Fiquei furiosa pelos comentários que fizeram com minha mãe;
5- Recebi bilhetinhos no meu armário, e vários deles tinha ameaças ou imagens de pessoas mortas. Nunca me senti tão vulnerável em toda minha vida;
6- Tentaram cortar o meu cabelo, por sorte eu consegui intervir antes que Keila terminasse o ato;
7- Não consegui sentar em nenhuma mesa do refeitório por culpa das fofocas, estou lanchando com os professores. Por incrível que pareça, os professores são legais comparado aos alunos.
Eu já tentei falar com o diretos várias e VÁRIAS vezes. Para a minha infelicidade, Keila é filha do diretor. Está sendo tudo tão desesperador. A minha mãe está tentando resolver as coisas com um amigo dela. Infelizmente, nada parece dar certo, ninguém liga para o fato que estou passando pelo inferno na mão deles. Não vou para minha formatura. Não quero nunca mais vê-los. Me dá vontade de vomitar só de imaginar como seria estar cara a cara com aquelas pessoas. Se um dia eu for heroína, e algum deles estiver precisando de mim, eu me recuso a ajudá-los.
Hoje é sábado.
Não estou estudando para o teste de admissão. Não consigo comer ou beber água, não sinto vontade de sair da minha cama, a única coisa que eu quero é sumir. Coloquei uma série qualquer na televisão na tentativa de esquecer o que aconteceu, mas não consigo. Sempre que fecho os olhos, me lembro de tudo.
