A pergunta.

850 103 110
                                    

Senti meu coração errar algumas batidas e minha visão ficar turva. Com quem Diabos a Simone estava falando? E porque chamou de meu bem?

- Quem é o seu bem, Simone? - Apareci atrás dela com os braços cruzados e o semblante mais bravo possível.

- O–oi meu amor! Estava falando com a Mafê.

- Você nunca fala assim quando fala com a nossa filha, Simone Tebet. Anda, quem era a vagabunda? - Nesse momento todos os meus extintos estavam aflorados, eu queria voar no pescoço da Simone.

- Que isso Soraya? Você endoidou? Não acredita mais em mim é isso?

- Não tente pagar de vítima, Tebet. Eu ouvi bem você chamando de meu bem e dizendo que irá passar pra na casa da pessoa. Quem é? - Na última frase senti minha garganta se fechar em um fio de voz de choro, eu queria bater, xingar e chorar.

- Sory...Calma ok? Eu só estava falando com a Mafê, acredita em mim? Você quer que eu ligue pra ela de novo e assim você pode tirar sua conclusões e ver que não estou mentindo pra você, Amor.

Eu queria acreditar. Eu deveria acreditar. Eu acreditei. Afinal, ela é a minha mulher, mãe das minhas filhas, a pessoa com quem sou casada a cinco anos, ela não mentiria pra mim. Mentiria?

- Não, tudo bem...Eu–eu acredito em você amor, eu só...- parei de falar sentindo meus olhos marejarem e minha vista embaçar por conta das lágrimas. - Eu só tenho medo Simone, medo que você encontre alguém melhor e mais bonita que eu, alguém que tenha mais tempo pra você do que eu.

- So..Não, não pensa assim, Hm? Eu nunca, jamais trairia ou te trocaria por ninguém, Tabom? Você precisa confiar e acreditar em mim. Eu me casei com você, eu escolhi você pra ser a mãe das minhas filhas, e você me deu, e eu sou a mulher mais feliz do mundo por isso.

Ela dizia olhando em meus olhos enquanto eu chorava, suas mãos acariciando meu rosto e logo senti seus lábios chocarem com os meus em um beijo lento.

Simone desceu uma de suas mãos pra minha cintura e então apertou me fazendo arfar entre o beijo. Minhas mãos bagunçavam seu cabelo em desespero.

- Calma primeira-dama, nós teremos muito tempo pra isso, Hm? - Sorriu maliciosa e se afastou um pouco, mas ainda mantinha sua mão em minha cintura. - Esse vestido de novo Soraya..?

- Oque tem? Ele é lindo, eu ganhei da Maria Fernanda, Simone. Nem vem.

- Tudo bem..É só que você não acha que ele é muito curto? Daqui a pouco chega nossos amigos e você sabe que odeio o Rodrigo porque ele falta de comer com os olhos. - Disse e revirou os olhos.

- Edai? Eu sou casada com você, não tenho nada haver se ele me olha ou não, apenas me importa uma pessoa me olhar...Você! - A segurei pela gola da camisa e puxei fazendo nossos olhares se conectarem.

- Oque houve com você hoje em? Está assim porque não voltei ao banheiro pra terminar oque comecei? - Ela se afastou com um sorriso nos lábios e então foi até a mesa se servindo uma dose de Whisky.

Revirei os olhos.

- Não! eu só quero que você pare de achar que só porque seus amigos me olham, eu tenho que mudar de roupa. Eles são seus amigos, eles tem que te respeitar, e me respeitar também, porque eles sabem que sou sua mulher. - Fui até a geladeira abrindo e pegando um cacho de uva.

- Mas é difícil manter o respeito quando a mulher da Presidente está com metade da bunda pra fora em um vestido coladinho aonde marca perfeitamente seu corpo. - Disse com ironia na voz e revirou os olhos outra vez logo virando o líquido em seus lábios.

Vidro Fumê - SimorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora