𝑈𝑚 𝑢𝑙𝑡𝑖𝑚𝑜 𝑎𝑑𝑒𝑢𝑠...

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O jantar trouxe rostos assustados e sussurros pelos corredores do castelo, eu mal conseguia dormir pensando no que havia acontecido, e se mais uma guerra começasse? E se o alvo virasse para mim ou para quem eu amo?

- O que você fez? Eu pergunto para Rhaenyra me aproximando da mesma que estava a olhar a paisagem de Dragonstone de uma grande varanda.
- Nada permanente... E eu não quero que você me pergunte sobre isso novamente ou comente sobre isso com outro alguém, você vai partir para King's Landing essa tarde e vai seguir minuciosamente todas as regras que eu darei a você. Rhaenyra diz sem virar seu rosto ou se mexer para conversar comigo.
- Mas... eu tento rebater mas sou interrompida pela voz ríspida e seria de Rhaenyra.
- Não adianta você gastar sua voz tentando me convencer de ficar, você viu o estrago que você causou, o mínimo que você pode fazer é se afastar dessa situação embaraçosa.

Eu abaixo meu rosto apenas concordando com a cabeça e me retirando lentamente e andando rumo a praia onde eu esperava limpar minha mente. Os corredores pareciam longos e as gigantescas escadas me davam a impressão de estarem maiores, eu andava devagar e sentindo os ventos de Dragonstone com ternura, as imagens do dia em que Alicent nos descobriu corria constantemente pela minha mente, eu não parava de pensar sobre o que teria acontecido se eu apenas fosse mais cuidadosa ou se eu e Aemond revelássemos nosso romance antes mesmo de meu casamento acontecer, agora eu estou presa a Aegon e a King's Landing, meu dever com a coroa não pesava ou muito menos me incomodava, porém ficar moldada e limitada ao casamento e submissão a Aegon me deixava furiosa e frustrada.
Depois de uma lenta caminhada pensativa eu me vejo no pátio do castelo indo em direção aos portões. Meus olhos se mantinham em frente ate um movimento rápido passar como um vulto a minha vista me fazendo olhar para um dos cantos do pátio, eu me deparo com Aemond treinando seus movimentos de batalha em um manequim de madeira que já estava totalmente marcado com arranhões e marcas profunda da espada de Aemond, o garoto ao perceber meu olhar para o mesmo larga sua espada e me encara de volta. Aemond e eu estávamos em uma situação complicada, olhares e toques não era mais os mesmos e qualquer diálogo se transformava em uma dúvida interna sobre cada detalhe de nossa relação, " Aemond ama Demetria? Ela é bela e no momento também é seu futuro na corte..." ( Visenya ) ; " Visenya teria conhecimento do que havia acontecido com Alicent" ( Aemond ) ; " E se isso tudo for uma ilusão minha... Ele está do meu lado?" ( Visenya ) ; " O que Aegon poderia fazer com Visenya se descobrisse nosso caso? Ela não merece mais cicatrizes das mãos de Aegon no seu corpo e em sua memória..." ( Aemond )...
Nós sabíamos de como nosso relacionamento estava confuso mas mesmo assim não conseguíamos parar a conexão e a atrasão que passava pelo ar quando nossos olhos se encontravam... Aqueles olhos, ou melhor olho, me deixavam louca, provavelmente um dos meus pontos mais fracos, me deixava a mostra, sem meu escudo, pronta para fazer qualquer loucura. Sua safira não só excitava como também contava uma história, uma história que me machucava e me trazia memórias péssima sobre um lado de Aemond que eu odiava, como era possível eu sentir algo tão profundo e poético por alguém que tirou meu chão e me deixou traumas impregnados em mim? Por mais que essas perguntas continuassem em minha mente meu cérebro era tomado pelas sensações dos toques do garoto que haviam ficado marcados em minha memória.

Eu apenas virei meu olhar e continuei minha caminhada porém desta vez mas rápido, eu ouvi passos atrás de mim e meu coração disparou enquanto meu cérebro apenas ficou em sair do castelo o mais rápido possível. Os guardas abriram os portões com dificuldade pelo peso das grandes portas, os guardas faziam força para terminar totalmente de abrir as pesadas portas mas eu escutei os passos ficando mais altos e então não perdi tempo para passar pelo pequeno vão que já havia sido aberto, me espremi e puxei meu vestido passando pelas portas e andando com um pouco mais de velocidade na pequena rampa que levava as grandes e longas escadas que levavam até a praia, os portões se abriram totalmente e eu olhei para trás vendo o garoto me seguir em passos mais calmos que o meu. Depois de alguns minutos terminei de descer as grandes escadas chegando à beira da praia, tirei meus sapatos e os deixei encostados em um degrau sentindo meus pés afundarem na areia fofa e limpa de Dragonstone. Cheguei perto da água e as pequenas ondas molhavam meus pés com a água gelada e cristalina, o vento batia em meus rosto cortando os fios de meu cabelo.

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