James recebeu uma carta de Regulus, o que não era muito comum de acontecer, não desde o incidente que ele foi pego. A carta pedia pra que ele fosse a tarde na torre de astronomia, apenas isso, outra coisa que também era estranha.
James foi até lá no horário pedido e encontrou Regulus parado, ele não parecia bem.
—Reg, tá tudo bem?—Tentou se aproximar, mas o garoto sacou a varinha e apontou pra o grifinório que retrocedeu dois passos pela surpresa.
—Se você se aproximar de mim, tentar falar comigo, pensar em mim, Potter, eu juro que mato você.—James viu tristeza nos olhos de Regulus e aquelas palavras doeram como nunca. Antes que James pudesse falar algo, Regulus passou por ele e saiu da torre.
2 semanas se passaram e James até cogitou tentar falar com Regulus, mas ele parecia decidido a não ter James por perto nunca mais e isso estava doendo tanto. O baile foi um fiasco, ele não conseguiu se divertir nem um mísero segundo, ignorou Remus, Sirius e Peter, no caminho pra casa ele ficou na cabine mais isolada do trem inteiro. Sirius tentou se comunicar com ele, mas James se esquivou de todas as perguntas e ficou no quarto metade das férias.
Isso até Remus aparecer no quarto do Potter.
—Prongs, você precisa sair, não pode ficar aqui pra sempre, sabe disso, não sabe?—Se sentou do lado do amigo na cama e pôs uma mão em seu ombro. James não falava com ninguém sobre o ocorrido e bastou a mão de Remus em seu ombro pra o fazer desabar. Ele começou a chorar desesperadamente todas as lágrimas que tinha guardado.
—Ele não quer mais falar comigo, Remmy. Ele falou comigo como se eu fosse a coisa mais desprezível do mundo.—Falava entre soluços.—Eu não sei o que eu fiz, mas tá doendo, Moony, tá doendo.
Remus odiou ver seu melhor amigo assim, então o puxou pra um abraço. Pela primeira vez Remus não sabia o que dizer pra o amigo.
Quando James se acalmou mais, Remus pediu para o amigo explicar tudo com calma e James o fez, de seu ponto de vista, claro.
Remus entendeu na hora o que havia acontecido, mas só falaria para o amigo quando estivessem em Hogwarts ou se não o Potter iria dar o cabeção dentro de casa e iria querer mandar uma mensagem pra o sonserino ou pior, ir até a mansão Black. Remus não duvidava de nada. Então apenas fez o possível pra melhorar o humor do amigo e até Sirius estava preocupado com o estado do amigo.
Regulus passou as férias sem motivação para absolutamente nada. Aceitou tudo que sua mãe dizia sem questionar, ele ficou apático.
O dia de voltar as aulas chegou e assim que ele entra no trem, com quem ele se depara? Justamente, um James Potter acabado, muito diferente do normal dele. Estava magro, com olheiras e o cabelo estava mais desgrenhado do que já era, parecia que um dementador havia sugado sua alma ou pelo menos tentado.
Regulus sentiu um aperto no coração. Será que ele estava assim por sua causa? Não, não podia, ele estava com a Evans, ela deve estar sugando a energia dele.
Se dirigiu a uma cabine qualquer, não queria conversar com ninguém. Até Ninf havia sido ignorada pelo primo.
Sirius encontrou o irmão sozinho e bastante apático, quase como James estava, em uma cabine do trem e sem pedir licença nem nada se sentou de frente para o irmão.
—Quero ficar sozinho, Sirius.
—Que pena, você não vai. James expulsou eu e Peter da cabine que estávamos, então você vai ter que me aturar, irmãozinho.—Com a menção do nome do grifinório, Regulus levou o olhar para o irmão pela primeira vez naquele dia.
—Não ligo para o que seu amiguinho fez, Sirius, encontre outra cabine.—Sirius ignorou o irmão e continuou ali. Tentou tirar algo do irmão, mas o garoto realmente não parecia querer falar, então respeitou isso.
Em outra cabine do outro lado do trem, um James capenga, xoxo e um Remus prestes a contar o que acha que pode ter acontecido pra o garoto estar o ignorando.
—James, você aceitou o convite da Lily, certo?—Perguntou sério pra o amigo que o olhou sem entender nada.
—Foi—Respondeu sem interesse.
—Prongs, como você é lerdo, cara. O Regulus ficou puto com você por causa disso, seu idiota. Ele gosta de você!—Uma luz pareceu brilhar na cara do desmiolado do Potter e ele se levantou e saiu da cabine e um Remus quase arrependido foi atrás.
James passou por quase todas as cabines até achar a cabine do Black e entrou na mesma com tudo sem nem parar para ver que o Black mais velho estava lá também.
—Regulus, eu preciso falar com você.
Sirius estava quase cochilando quando seu amigo entra desesperado na cabine e se dirige a Regulus que o olha com fogo nos olhos. Sirius olha pra um Remus tão esbaforido quanto o próprio James. Remus olha pra o namorado e faz um sinal quase em súplica pra falarem sobre depois.
—Não tenho nada pra falar com você, Potter.—Falou de forma indiferente se virando pra janela novamente.
—Mas eu tenho,…você pode só me ouvir?..Por favor.—James beirava implorar e Regulus não falou nada, o que foi entendido como um ‘sim’.—Ok! Eu errei em aceitar ir ao baile com a Lily, eu peço desculpas por isso. Mas não é dela que eu gosto, você sabe bem disso, porra. Eu sou apaixonado por você desde a porra do dia que você pisou os pés naquela escola, Regulus.—Agora um Regulus sério olhava pra James, enquanto Sirius quase explodia em choque.—Por favor, me dá uma chance, por favor, Reg.
Lágrimas já escorriam pelos olhos do grifinório e antes que Regulus pudesse dizer algo, Sirius já tava abrindo a boca e Regulus apenas sentia seu coração disparar mandando sangue para todas as mínimas partículas de seu corpo.
—Que porra é essa, James?—Perguntou se levantando visando avançar em James, mas Regulus o parou.
—Cala a boca, Sirius!—Pôs o braço entre Sirius e James.—Tudo bem, Potter, tente.—Falou simples saíndo da cabine.
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Nothing is as it seems
FanfictionJames quer ser amigo de Regulus, Regulus via James como um idiota de vida perfeita que roubou seu irmão. As vezes nada é como parece e talvez eles aprendam isso juntos.