Day one - Babá.

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16h42. Sexta-feira.

Ser um segurança nunca esteve em meus planos, muito menos em um top5 de possíveis profissões caso tudo dê errado na minha vida. Cuidar de alguém a ponto de seguir até suas respirações me parece uma ideia pouco (muito) complexa, aliás não consigo cuidar das minhas simples plantinhas, nem mesmo cactos, imagina cuidar de um ser que não é você mesmo? Pois é, nem me pagando eu faria isso.

- Estarei aumentando seu salário no final do dia, senhor Kang.

Pensando bem, me pagando eu faria.

Trabalho como secretário da família Choi há três anos, acabei me tornando uma pessoa muito próxima e de confiança, praticamente o braço direito, do casal. Sendo assim, recebi a pequena missão de cuidar do filho Choi durante uma semana enquanto os superiores entravam em viagem de negócios que não precisariam de minha companhia.

O único problema era que eu não sabia que eles tinham uma mini cópia, se é que posso chamar assim, afinal nem sei a idade do presente abençoado que terei que ser babá. Será que preciso descobrir como se troca uma fralda ou como lidar com a ressaca e possíveis ficantes na cama?

Vai ser uma grande surpresa.

[...]

20h31.

- Deixa eu ver se entendi, você vai ser babá de alguém que nem conhece? - questionou San, me vendo concordar logo depois.

Assim que saí do trabalho, por sorte consegui ser liberado mais cedo, marquei de me encontrar com San e Yunho em um barzinho próximo onde sempre íamos para conversar pelo menos uma vez por semana.

Enquanto colocávamos a conversa em dia, acabei contando sobre a missão que o senhor Choi me deu durante a semana praticamente chorando e torcendo por uns dias de folga no fim do mês, afinal terei que trabalhar em dobro.

- Nem sabia que eles tinham filho - comentou Yunho.

- Eu também não, recebi essa surpresa há poucas horas e não sei o que fazer - respondi.

- Você sabe quantos anos ele tem? - neguei.

- Não tive a oportunidade de perguntar ainda, fizemos uma curta chamada durante o trabalho, não tenho todos os detalhes. Tentei procurar na internet, até chequei as redes sociais, mas não encontrei nada.

- O casal Choi é tão "público", se é que isso faz sentido, e o filho deles é tão privado ao ponto de nem sabermos da existência dele? Não tem alguma foto em família? - San perguntava e eu apenas negava em silêncio - Wow! Isso é impressionante.

- Ele pode ser uma pessoa bem privada, mas duvido que não tenha perfil em alguma rede social - Yunho respondeu - Além do San, só conheço uma pessoa com o sobrenome Choi.

- Quem? - perguntei.

- O Jongho.

Por alguns segundos fiz uma expressão confusa, até que me lembrei do nome e logo senti meu estômago revirar.

- Não lembrava que ele era um Choi, porém acho que ele não combina com o perfil do meu chefe. Quer dizer, ele é um chefe amável, uma pessoa atenciosa e carinhosa...agora o Jongho? Não me faça rir, ele é completamente o oposto.

Soltei uma risada nervosa, rezando aos céus e depois dele que Jongho não tivesse sequer um fio de cabelo de parentesco com meu chefe.

- Não deixa de ser uma possibilidade, eu particularmente acho o rosto do Senhor Choi muito parecido com o do Jongho - continuou Jeong.

- Espero que de parecido seja só a cor da sobrancelha - devolvi - Seria meu pior pesadelo receber ordens do Jongho sem poder quebrar um dos braços dele, imagina o quanto eu iria sofrer nas mãos dele? Me arrepio só de pensar.

- Eu acho que daria uma boa história de amor - indagou San, me fazendo o olhar sério depois de ouvir Yunho rindo - O que? Estou falando sério! Quantos filmes você já assistiu onde o protagonista jura de pé junto odiar uma pessoa e no final acaba transando com ela? Por céus, Yeosang! Você achou o Jongho bonito quando chegou no colegial.

- Por favor, não me lembre disso - apoiei meu rosto com uma das mãos - Ele era bonito e ao mesmo tempo o demônio na terra. Eu amaldiçoaria até minha vigésima geração se pensasse em beijá-lo.

- Então pode começar desde já, dou três dias 'pra você tirar a roupa dele - disse Yunho.

- Cala a boca - resmunguei.

- Vai me agradecer quando Jongho estiver calando a sua boca.

- 'Tá legal, chega disso. Tenho quase certeza que vai ser uma criança de nove anos ou um adolescente de dezesseis, não vai ser o Jongho. Agora, se me dão licença, preciso ir 'pra casa. Tenho que estar às oito em ponto na casa do chefe.

Me levantei rapidamente e me despedi de ambos, não demorando muito para começar meu caminho para casa. No fim do percurso, assim que fechei a porta ao entrar, recebi algumas curtas mensagens do Senhor Choi falando sobre minhas tarefas de babá.

Suspirei pesado.

Se em algum universo Yunho estiver certo e eu tiver que tomar conta de Choi Jongho, espero receber o triplo do meu salário.

Security • JongsangOnde histórias criam vida. Descubra agora