Day five - Toques

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- Só calem a boca, por favor - resmunguei novamente.

- Admita que ficou encantado com os novos piercings - comentou Yunho.

Sim, é óbvio que eu fiquei encantado.
Pior, eu quis senti-los em minha boca.

Quando fechei o notebook naquela noite, me permiti encarar melhor o corpo exposto de Jongho que se trocava em meu quarto. Claro, da maneira mais discreta possível para não ouvir suas piadas.

Ele era inteiramente musculoso, mas na medida "certa", dentro do meu tipo ideal. Sim, eu estava o chamando de tipo ideal. Seu corpo tinha uma melanina perfeita, sua pele aparentava ser macia, extremamente macia. Os fios longos lhe caiam no rosto, o fazendo passar a destra por eles, os deixando perfeitamente divididos. Infelizmente a visão durou pouco tempo, uns dez minutos depois ele deixou o quarto dizendo que voltaria em uma hora, me deixando sozinho mergulhado em meus pensamentos.

Em determinado momento, viajei na maionese pensando naqueles malditos piercings e o quão prazeroso parecia a ideia de tê-los em meus lábios, a sensação gelada dos aços misturados com a pele quente de Jongho....me parecia um convite perfeito.

De repente, não me preocupo mais com o ódio que sentia por ele.

Mas eu jamais vou admitir isso.

- Nunca me sentiria atraído pelo Jongho.

- Vamos apostar? - sugeriu San - Eu aposto minha mesada. Hoje você beija ele.

- Sani - resmunguei.

- Eu aposto metade do meu salário - respondeu Yunho.

Eu concordaria com a aposta de imediato, mas não nas condições atuais, afinal tenho plena consciência que vou ceder no primeiro diálogo minimamente provocativo que Jongho iniciar.

- Tudo bem, aposta feita - me rendi apertando a mão de ambos.

- Yes! - San comemorou - Finalmente vou conseguir completar minha coleção de legos.

- O que te garante que vá ganhar a aposta? - questionei.

- Eu sei que vou ganhar. Eu também perderia se estivesse no seu lugar - ele completou, me fazendo arquear uma sobrancelha.

Garoto abusado.
Vou fazer meu melhor para calar a boca deles.

[...]

09h53.

Estava há uns cinco minutos estacionado do outro lado da rua da academia, esperando por Jongho, que sairia às dez em ponto. Como não tinha o que fazer, me afundei em pensamentos sobre a aposta, eu definitivamente vou perder, não tenho dúvidas disso. Eu simplesmente perco meu controle e minha sanidade perto da mini cópia, o que garante que vou resistir?

Estar convivendo com o garoto me deixa confuso sobre meus sentimentos. Obviamente não estou apaixonado por ele, isso não entra em meu cérebro, mas eu não o odeio como pensava. Estou sentindo atração pelo Choi, especificamente desde o dia que ele me tocou no vestiário. Eu o beijaria sem pensar duas vezes, isso eu admito, sou hipócrita a esse ponto. Porém, tenho curiosidade para saber o que ele ganha me provocando.

Afinal, o que ele sente por mim? Qual o prazer em me irritar? E quando ele começou a flertar (in) diretamente comigo?

Enquanto estava em um pequeno transe ali, não notei quando o assunto de meus pensamentos entrou no carro. Só voltei para a realidade quando sua canhota apertou levemente uma de minhas coxas, me fazendo piscar algumas vezes e virar o rosto para ele.

E, novamente, a cena se repetia.
Ele estava com o rosto perigosamente perto do meu, conseguia sentir sua respiração quente se misturando na minha, mas não ousei o afastar.

Security • JongsangOnde histórias criam vida. Descubra agora