O Verdadeiro Nó

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Robin Arellano 

Deu meia hora desde que eu estava esperando Chiara chegar até que a minha campainha tocou e eu fui atender. Era o senhor Castelli que parecia preocupado com algo.

— Bene ragazzo, Chiara está? - ele disse ansioso.

— Sim, mas temos um pequeno problema. - eu disse e ele me olhou desconfiado.

— Que problema ragazzo? - ele disse esperando que eu desse passagem para que ele entrasse.

— Ela ligou pra vocês e logo depois desmaiou e ela está inconformado até agora. - eu disse e ele praticamente passou por mim em um piscar de olhos.

— Dov'è lei?  Perdio dov'è lei?! - ele disse desesperado em italiano.

— Perdão senhor eu não entendi. - falei meio constrangido.

— Onde minha figlia está? - ele disse preocupado.

— No meu quarto, me acompanha. - respondi subindo as escadas sendo acompanhado pelo senhor Castelli.

Quando abri a porta Chiara estava lá se levantando ainda com uma cara de não estar entendendo nada. O senhor Castelli a abraçou forte.

— Figlia, Stai bene? - ele disse preocupado em italiano. Ou seja: não tô entendendo coisa nenhuma.

— Sin, sto bene. - ela disse baixo.

— O que aconteceu? Você simplesmente desmaiou. - perguntei preocupado.

— Eu acho que eu tive uma visão...uma das fortes e isso nunca aconteceu. - ela disse confusa. - Pappa, precisamos conversar sobre o que está acontecendo aqui em Denver.

— Bene figlia, mas vamos pra casa primeiro. - o senhor Castelli disse respirando fundo.

— Bene...- Chiara disse e eu os acompanhei até a porta. - Grazie Robin.

— De nada. - eu disse sorrindo. Era raro ela me chamar de Robin, ela só me chamava pelo sobrenome então parece que meu nome dava mais intimidade.

— Sin, sin, Grazie ragazzo. - o senhor Castelli disse e os dois entraram no carro e foram para casa.

Eu fechei a porta e sorri bobo. Talvez reconquistar Chiara agora tenha uma chance de se tornar realidade.

Chiara Castelli

Quando papai e eu entramos no carro ficamos em silêncio, afinal, quem precisa de palavras quando pode se comunicar com a força do pensamento?

"Você está bem mesmo, figlia?"

"Sim papà, foi só uma visão."

"E o que ela te mostrava?"

"Ela me mostrava coisas terríveis papà, coisas que eram terríveis mas também me deixavam confusa."

"Per Dío figlia, parla o que mostrava a visão."

"Bene papà, a visão me mostrava uma espécie de acampamento com algumas pessoas em volta de uma fogueira enquanto um homem abria algo que parecia uma garrafa térmica onde saía uma névoa prateada"

— Você disse névoa prateada? - ele finalmente quebrou o silêncio claramente com um tom preocupado na voz.

— Sim, por que? - falei confusa.

— Depois de explico, continua a falar o que você viu figlia! - papai disse claramente perturbado.

— Bene. Aquelas pessoas pronunciavam coisas em uma língua incompreensível, cantarolavam coisas sem sentido e minha visão se escureceu depois disso. - falei tentando ver se me lembrava de mais algo.

A Anja de Denver || Robin ArellanoOnde histórias criam vida. Descubra agora