Ato IV - Cataclisma

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Enxergava-se um homem alto, magro e de longos cabelos escuros. Ele possuía um sorriso gentil e um olhar caloroso sobre a criança de cabelos brancos.
A criança se aproximou do homem, que a segurou em seus braços e a ergueu para colocá-la em cima de um banco de madeira, para que ela pudesse ver o que ele estava escrevendo na mesa.

- O que é isso, pai? - A garota perguntou, olhando em direção ao homem. Tinha um caderno na mesa, mas tudo que ela enxergava ali eram números e letras estranhas que não compreendia. Ele riu e mostrou sua mão, que estava cheia de giz, a fechou, um forte brilho surgiu, e quando a abriu novamente uma linda flor floresceu em sua mão. Os olhos da garota brilharam e um largo sorriso se desenhou em seu rosto.

- Está vendo, querida? Esse é o segredo da alquimia. - Ele sorriu e colocou a mão em seus ombros. O brilho da flor iluminava uma pequena parte do quarto escuro em que estavam.

- É lindo...! - Ela pegou a flor em mãos, alegremente.
O

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Após a grande surpresa que foi descobrir que Eryis compreendia os elementos da alquimia, Albedo se viu intrigado por essa nova informação sobre ela. Logo realizou alguns testes com ela, mas constatou que ela só sabia a parte teórica, mas não como executar a alquimia em si. Talvez isso fosse apenas um resquício do que restava das memórias dela.

Na manhã seguinte, Sucrose retornou ao seu trabalho à medida que havia se recuperado melhor dos acontecimentos recentes. Ela se perguntava se Albedo havia descoberto alguma coisa interessante sobre Eryis, mas isso saberia quando o encontrasse. Enquanto arrumava suas coisas, ouviu a porta atrás de si abrir bruscamente.

- Sucrose! - Albedo a chamou, ainda segurando na maçaneta da porta. Ele parecia um pouco mais agitado do que o normal, e o fato de ainda ser muito cedo lhe causou um certo estranhamento.

- M-Mestre Albedo? O senhor dormiu? - Albedo ajeitou sua postura e ignorou a pergunta de sua assistente, gesticulando para que ela o seguisse.

- Eu descobri algo, venha comigo.

Embora ainda confusa, Sucrose concordou e seguiu Albedo até a sua oficina. Chegando lá, se deparou com uma pequena bagunça. Não que estivesse sujo, mas tinha alguns materiais espalhados sobre algumas mesas. Apesar de tudo, Albedo ainda era uma pessoa bem organizada. Se aproximando da mesa, Albedo mostrou o recipiente que continha a amostra que causou a morte de Timaeus.

- Você sabe o que é isso, certo ? - Sucrose acenou com a cabeça.

- A película cristalina.

- Isso mesmo. Eu decidi voltar para procurar mais coisas de onde veio essa, e eu encontrei não só um, mas vários cristais enterrados na neve. - Albedo abriu um saco, que estava repleto de pedaços de cristais bem pesados, e era notável que era uma superfície bem densa.

- E o que exatamente você descobriu? - Sucrose parecia um pouco confusa, sem entender até onde seu parceiro queria chegar.

- A película é altamente tóxica, isso já sabemos. Então esses cristais também são, correto?

- Correto...

- Errado. - Sucrose olhou para Albedo com um olhar de confusão, não compreendendo.

- Os cristais não são, naturalmente, tóxicos. Eu encontrei de fato alguns vestígios de radiação neles, mas somente em um dos lados. Em todos eles. O que significa...

Sucrose levou a mão até o próprio queixo, tentando descobrir a resposta por si mesma. Ao voltar o olhar para Albedo, notou que ele estava fazendo alguns desenhos e escrevendo números no quadro negro com um giz. Sucrose se aproximou após ter chego a uma conclusão.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐅𝐫𝐨𝐦 𝐈𝐜𝐞 ❆Onde histórias criam vida. Descubra agora