Ato VIII - Festi Festi Longevidade

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Já era o seu quarto dia na mansão dos Ragnvindr's, Eryis não podia deixar de ansiar pelo retorno a Mondstadt, apesar de apreciar o quão confortável esteve desde que veio até aqui. Era bem tratada por todos, a comida era deliciosa e sua cama era a mais macia e confortável que ela poderia desejar ter.

Ao entardecer, era convidada a se juntar a Diluc através de seu mordomo de cabelos brancos, Elzer, para contemplarem a vista de toda a Adega nos fundos da casa e tomarem uma bebida enquanto se enchiam com alguns doces. Às vezes, Eryis ficava apreensiva com a presença de Diluc e sua expressão - sempre séria - mas bastava olhar para Elzer, que ele logo a tranquilizava com um sorriso amável.

Algumas vezes, tinha o prazer de ouvir as histórias sobre os irmãos que Elzer lhe contava, eles possuíam um relacionamento tão conturbado e ela até mesmo presenciava suas interações caóticas às vezes, e se divertia com cada troca de farpas um com o outro. Ela sentia que era uma rotina que poderia se acostumar a ter...

...Mas ela sabia que nada daquilo a pertencia. Essa não era a sua vida, e jamais seria. Era uma garota qualquer que certamente era órfã, que não tinha uma família e nem ambições e não sabia qual era o seu lugar no mundo. E isso a entristecia um pouco.

Ela não pertencia a aquela casa, nem a aquela família, e a única razão de Diluc ainda não a ter levado de volta para entregá-la sob a supervisão da "Grande Mestre Intendente" era porque ele esteve ocupado demais lidando com os prejuízos causados pela queimada em seu vinhedo.

Não se sabia a origem do ataque, parecia muita coincidência que aquelas criaturas e os magos do abismo tenham vindo cercar a Adega e destruir tudo. E isso era estranho até mesmo para Eryis, sua intuição lhe dizia que tinha algo a mais. Mas julgava que não era da sua conta, então apenas deixaria quieto.

No presente momento, Eryis estava arrumando as suas coisas, pois hoje seria o dia em que Diluc a levaria de volta. Tinha ouvido falar que hoje também ocorreria o festival que escutou Paimon mencionar há algumas semanas, quando foi a Mondstadt pela primeira vez. Ela estava curiosa para saber o que seria, e tinha interesse em participar. Já Diluc, marcaria presença pois ele forneceria a bebida que seria servida durante o festival.

Colocou suas roupas já dobradas dentro de sua bolsa, e também a pelúcia que Diluc havia lhe dado. Por fim, jogou a alça sobre os ombros, e deu um passo em direção a porta. Mas então, se deu conta que esquecia de algo muito importante, então voltou rapidamente até a cama e puxou o envelope que escondeu embaixo do travesseiro esse tempo todo. Hoje seria o dia que finalmente cumpriria a sua missão, depois de tantas pendências.

Caminhou pelo enorme corredor uma última vez, a essa altura já havia se familiarizado com ele, embora às vezes ainda se confundisse e entrasse no quarto errado por engano. Ela parou ao lado da porta do quarto de Kaeya, e apertou firme o envelope em suas mãos.
Abaixou o seu corpo e lançou o envelope pela fresta, que deslizou por debaixo da porta até o seu destino.

Diluc já a esperava na entrada da mansão. Ele segurava um relógio de bolso, conferindo as horas. Assim que Eryis apareceu, ele logo o fechou e guardou em suas roupas.

- Certifique-se de que não esqueceu nada, as criadas vão jogar boa parte do que encontrarem fora durante a limpeza. - Eryis negou com a cabeça, e lhe mostrou sua bolsa, para dizer que não esquecia nada. - Só por precaução.

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O caminho de volta a cidade de Mondstadt foi pacífico, e silencioso. Eryis caminhava ao lado de Diluc e se esforçava para alargar os seus passos, dado o quão rápido Diluc conseguia caminhar. As vezes ela tinha até que correr para acompanhá-lo.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐅𝐫𝐨𝐦 𝐈𝐜𝐞 ❆Onde histórias criam vida. Descubra agora