Capítulo 32: Que olhar?

1K 98 3
                                    

Kara: on

  -- Filha aonde você quer que fique essa caixa? -- questiona minha mãe segurando ela enquanto olhava para os lados procurando um lugar para solta-la.

  Já fazia uma semana dês que eu havia chegado na cidade da minha faculdade e o apartamento que havia alugado finalmente tinha sido liberado, com isso os meus pais decidiram me ajudarem na mudança. -- Pode deixar no quarto -- respondo colocando uma outra caixa no balcão da cozinha apontando com a cabeça em direção ao corredor, antes de sentir o meu celular vibrar em meu bolso.

  Antes de verificar do que se tratava limpo as minhas mãos na calça para tirar um pouco da poeira para só então o tirar do bolso vendo que era um vídeo da Lena que mostrava o progresso das mudas que plantamos assim como havia pedido, me fazendo abrir um leve sorriso. -- Filha quem é? -- pergunta meu pai que trazia consigo a caixa de ferramentas.

  -- A Lena, ela me mandou um vídeo -- respondo o guardando novamente em seu lugar.

  -- Então vocês ainda mantém contato -- disse ele se abaixando na altura do armário debaixo da pia ver se encontrava algum vazamento.

  -- Claro, a gente não deixou de ser amigas -- disse indo até a porta da cozinha para pegar o resto das caixas não entendendo bem a observação.

  -- Bem, eu e sua mãe só pensávamos que ela estaria brigada com você -- disse meu pai sem olhar para mim.

  -- No começo ela estava -- admito coçando a cabeça notando que o penteado que fizera para manter os meus cabelos longe dos meus olhos começava a se desfazer causando um suspiro irritado em mim -- mas a gente se entendeu antes de eu vim.

  -- Que bom que a sua namorada não ficou muito chateada, afinal não é fácil manter um relacionamento a distância -- disse minha mãe chegando na cozinha -- apesar de que é mais fácil do que na minha época.

  -- A Lena não é minha namorada -- disse sentindo meu rosto ganhar um forte tom vermelho quase gemendo envergonhada.

  -- Bem, a gente pensou que depois de tanto tempo vocês duas enfim tivessem admitido o que sentiam uma pela outra -- disse minha mãe parecendo surpresa igualmente ao meu pai que me olhava com a sobrancelha arqueada, como se me perguntasse; "é sério que você ainda não fez nada?".

  -- Não tem nada para admitir -- disse um pouco alterada por causa da irritação que se formava devido ao sal na ferida -- tá eu era apaixonada por ela, mas não era recíproco, então eu desistir.

  -- Mas você também nunca fez nada para mudar isso -- observa meu pai.

  -- E era recíproco sim -- completa minha mãe.

  -- Olha eu tenho que buscar o resto das caixas -- disse enfim saindo da cozinha.

  Eu realmente não queria entrar nesse assunto com os meus pais, eles sempre me fizeram sentir como um livro aberto e isso as vezes me irritava, mas sei que só querem o meu bem, mesmo que não fossem muito sutis nesse aspecto não medindo as palavras ditas. -- Bem, não é hora para pensar nisso -- disse me abaixando para pegar uma das últimas caixas, assim que me levanto me viro para entrar acabo esbarrando em alguém -- me desculpa eu não te vi aí.

  -- Acredite, eu notei isso -- disse num tom de brincadeira uma morena caída no chão.

  -- Até ofereceria uma mão para ajuda-la a levantar, mas estou com as mãos ocupadas no momento -- disse dando de ombros e abrindo um sorriso tentando não parecer rude.

  -- Sem problema -- disse ela se levantando e limpando o short que usava.

  -- Ah, eu me chamo Kara estou me mudando para aqui hoje -- disse tentada a lhe estender a mão sem poder devido ao peso da caixa.

  -- Nia -- disse com um sorriso -- quer ajuda?

  -- Se não for incomodo -- disse sorrindo para a morena em minha frente.

Lena: on

  -- Está mandando uma mensagem para a Kara? -- questiona o meu irmão quando me vira descendo as escadas com celular na mão.

  -- Mandei um vídeo mostrando como os lírios estão crescendo -- respondo o guardando na bolsa que usava -- e explicando quanto tempo falta para crescerem por completo.

  -- Você realmente está levando isso a sério -- disse Lex num tom de humor -- pensei que teria desistido nas primeiras duas semanas.

  -- Bem, não vou mentir e dizer que não cheguei a cogitar a ideia -- admito sorrindo sem graça -- mas eu meio que peguei gosto por cuidar delas.

  -- Bom saber -- disse meu irmão passando a mão por seu queixo -- já que estar fazendo faculdade pra isso, tenta não desistir no meio.

  -- Engraçadinho -- disse lhe dando a língua antes de ir até a porta.

  -- Vai pra onde? -- pergunta ele me olhando de cima a baixo notando minha roupa.

  -- Sair com a Alex, ela quer ajuda para dar em cima de uma moça na boate que a Sara trabalha respondo dando de ombros.

  -- A Samantha? -- pergunta meu irmão parecendo se lembrar brevemente da morena que trabalhava como barman.

  -- Ele mesmo -- confirmo.

  -- E você vai lá servir de vela? -- questiona ele sorrindo maroto.

  -- Vou dar apoio moral -- corrijo rapidamente meio ofendida.

  -- Dar no mesmo -- disse Lex não dando muita importância -- só não volte tarde.

  -- Tudo bem -- disse saindo de casa.

  Sinceramente aquilo me irritava um pouco, mas ele tinha motivos para dizer isso, principalmente depois da cena que fizera da última vez, então até aí tudo bem, pois ele era o meu irmão e tinha todo o direito de agir assim. -- O que essa cabecinha tanto pensa? -- pergunta Sara atrás do balcão ficando de frente para a minha cadeira.

  Pois logo que cheguei junto a Alex ela simplesmente sumira entre a multidão atrás da morena de olhos castanhos me deixando sem muita escolha além de ficar no balcão de bebidas. -- Na forma que todos estão me tratando -- respondo tentando achar novamente a minha amiga.

  -- Como uma criança problemática? -- sugere a mais velha com a sobrancelha erguida colocando um copo ao meu lado.

  -- Pensei que nunca mais me daria nem uma bebida depois do que houve -- disse pegando o copo com certa relutância.

  -- Se eu parasse de atender todo cliente que causasse um escândalo, eu não teria clientes -- disse Sara, parecendo não muito disposta a dar qualquer sorriso no momento o que não era estranho, já que dês que a conheço ela nunca fora de sorrisos fáceis, apesar das poucas vezes que provava o contrário -- além do mais essa bebida não tem muito álcool, você dificilmente ficaria bêbada com ela.

  -- Valeu pela consideração -- disse tomando um gole, pensando em algum assunto para falar com a barman.

  -- Eu conheço esse olhar -- comenta Sara de repente.

  -- Que olhar? -- questiono com um sorriso sem graça.

  -- De alguém que descobriu algo tarde demais.

Continua...

Oi povo lindo vou aqui me explicar o porquê de não ter atualizado semana passada, é que eu voltei na quarta, eu não escrevi nada naquela semana porque não sabia o dia exato que ia voltar e depois que voltei passei dois dias fazendo faxina porque a casa não via uma vassoura a um mês.

Foi isso, beiji 

Amigas, amigas, sentimento a parte (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora