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POV Catherine McCall

Já havia amanhecido, meu pai fez questão de juntar todos na casa do tio Derek para um funeral...

- Junta só um pouquinho de forças para ir. -digo cariciando o cabelo do garoto que estava deitado no meu colo literalmente a noite toda.

- Cath... não dá. -ele diz baixo tampando o rosto mais ainda.

Por muito insistir consigo tirar Eli do quarto, todos estavam na sala já, meu pai terminada de arrumar a coroa de flores no cavalete. Eli se encosta na parede perto do corredor, era visível que ele passou a noite toda chorando, isso qualquer um podia ver.

- Se preferir a gente volta depois. -sussurro para ele que me olha com um sorriso fraco.

- Tudo bem, eu aguento. -ele responde baixo também.

Seguro em sua mão, como uma forma de dizer que ele não passaria por isso sozinho. Meu pai vai até a frente respirando fundo antes de falar:

- Na noite que conheci Derek Hale, ele salvou minha vida e disse que éramos irmãos, eu achei que fosse maluco, mas não, ele estava certo e Derek Hale foi a primeira pessoa a me ensinar, que você não tem só a família que nasceu... mas a família que encontra também. -meu pai continua falando.

Percebo Eli ir um pouco mais para longe, até penso em ir com ele, mas vejo meu vô indo até ele agora, prefiro deixar eles conversar sozinhos.

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Quase no final da tarde, escondido de todo mundo como sempre, Eli me puxa para sair com o Jeep do tio Stiles, muito mais longe do que o normal que iriamos antes.

- Não precisa mais se preocupar em ser pego. -digo olhando o garoto.

- É, mas ainda preciso me preocupar com seu pai, que me da mais medo do que uma multa. -ele diz sem tirar os olhos da estrada.

- Ele vai aceitar, fica tranquilo, você é o beta preferido dele. -digo chegando um pouco mais perto apoiando minha cabeça em seu ombro.

- Ele vai me matar Cath e olha que ele é nosso alfa. -Eli diz trocando a mão do volante para conseguir me abraçar.

Acabo rindo com o comentário dele, não deixo de selar sua bochecha antes de me aconchegar no abraço.

- Confia em mim... mas agora vamos aproveitar a vista.

Logo na entrada da floresta Eli para o carro no nosso lugar de sempre, sinceramente eu não me cansaria de ver essa vista, ainda mais com a companhia que eu sempre vinha aqui, Eli alisa meu cabelo enquanto eu acaricio sua mão vazia.

- Ele estaria muito orgulhoso de você agora. -digo baixo.

- Ele teria estourado o pneu no Jeep... de novo. -Eli responde apoiando sua cabeça na minha.

Basicamente nossos dias foram baseados em acordar bem cedo e sair para a floresta, de certa forma meu pai não nos barrou totalmente, ele sabia onde estávamos e sabia o que fazíamos também. Sei muito bem que meus poderes foram perdidos... ou adormecidos algo assim, mas podia perceber que Eli realmente começou a sentir a falta de afeto do pai mesmo algumas semanas desde que tudo aconteceu.

Ele tinha meu pai, tinha eu e a Alisson, tudo bem que ela tentou nos matar primeiro mas... ok eu acho, mas nada era parecido com a conexão que ele é Derek tinham entre eles, era uma coisa que realmente nada poderia preencher novamente em um garoto de quinze anos só.

Alguns dias depois, meu pai nos arrastou para Los Angeles, ele queria pegar os moveis e afins da nossa casa para trazer tudo para Beacon Hills já que bom... aparentemente nós iriamos morar lá agora. Apresentei vários lugares para Eli, para o distrair de tudo o que aconteceu, pelo jeito realmente chegou funcionar um pouco, ele parecia um pouco mais animado. Principalmente quando conheceu a clinica veterinária.

 - Só não deem muitos petiscos, ele ainda está na fase de crescimento. -Deaton alerta.

- Aé? -Eli pergunta olhando o filhote no colo- Ele já 'tá bem pesadinho.

Enquanto Eli pensava em um nome para o filhote vou andando pela clinica agora na busca de meu pai, já que voltaríamos hoje a tarde para Beacon, dessa vez para ficar mesmo, depois de rodar quase a clinica toda o vejo agachado com Alisson perto de um dos fechados dos cães maiores.

- Não querendo quebrar o clima de vocês, mas tem lugares apropriados para isso não? -pergunto vendo os dois se separarem rindo.

- Achei que iria escolher um dos novos filhotes com o Eli. -meu pai diz me olhando.

- Pois é, isso já fazem quase trinta minutos. -digo vendo Eli se aproximar de nós- E já escolhemos também faz tempo.

- Estamos só esperando vocês. -Eli completa com um sorriso segurando o filhote ainda.

- Tudo bem, então vamos. -meu pai se levanta logo ajudando Alisson.

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Não foi fácil dar adeus para uma cidade que você nasceu e morou a vida inteira, mas... acho que de certa forma eu sabia que Los Angeles não seria para sempre, seria apenas uma estadia de algum tempo e realmente estava certa.

No carro eu e Eli ficamos no banco de trás, já que meu pai me deu uma leve ameaça quando eu fui para frente, mas tudo bem, eu me acostumo com isso. Eli do meu lado ficava concentrado na estrada, assim como Alisson na frente ficava, não entendi ao certo o motivo, mas saio do transe assim que escuto meu pai chamar minha atenção.

- Oi? Desculpa me perdi nos pensamentos. -digo o olhando pelo retrovisor.

- Por que não me contou sobre seus poderes sumir? -ele repete a possível pergunta.

- Não achei que era tão importante, estávamos lidando com uma coisa bem pior do que uma loba adolescente perder os poderes. -digo ainda o olhando.

- Você é sempre importante Catherine, esse é o tipo de coisa que quando acontece você precisa me contar. -ele começa a falar- pensou que poderia ter acontecido algo com você? Que precisasse se curar e não pudesse mais.

- Só estava pensando em uma maneira menos humilhante para te contar, não quero que ache que tem uma filha fraca. -digo agora desviando meu olhar para a floresta do meu lado.

- Eu nunca acharia isso, e ainda foi muito corajosa por enfrentar o nogitsune sem poderes. -meu pai diz- Mas não pode colocar sua vida em risco, com poderes ou sem Cath, algo pode sair como não planejado acabando em um desastre. 

- Eu sei... mas não podia deixar que aquilo acontecesse com você pai, de certa forma eu sentia ele, quando ele disse que queria que você se sacrificasse... não era brincadeira. -digo voltando meu olhar para ele.

- Sentiu ele? Era aquele arrepio? -ele pergunta virando uma curva mais brusca.

- Sim, tive o primeiro arrepio ainda em Los Angeles na clinica, e quando chegamos em Beacon Hills tudo só piorou, eu conseguia falar com ele, ele falava que logo eu iria conhecer minha mãe. -digo recebendo um olhar preocupado.

- Fica tranquila, agora não tem mais nada para fazer mal para ninguém, vai gostar de Beacon Hills no final... eu prometo. -ele diz com um sorriso torto.

Espero que tenha razão pai... depois de tantas histórias que escutei de Beacon Hills na escola, meu maior medo agora e vim para cá definitivamente e acontecer algo que não está nos planos de nenhum de nós... 

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É pessoas, chegamos no fim da história... ou não.

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⏰ Última atualização: Apr 09, 2023 ⏰

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A filha do alfa| Eli HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora