Já se passava das três horas da madrugada, quando o telefone de Enid Sinclair começou a tocar disparadamente. O quarto escuro, rapidamente se iluminou. A loira levantou, ainda sonolenta, entre as cobertas finas e brancas, pegando o celular lilás em cima da pequena mesa ao lado de sua cama. O frio do ar condicionado atingindo repentinamente toda a pele nua dos seus braços, fazendo todos os seus pelo erguerem em consciência.
O telefone tocou novamente, o nome de Yoko aparecendo no identificador de chamadas. Seu corpo congelou por dentro, imaginando do que se tratava.
- Alô? - Enid dizia receosa. Na expectativa que Yoko apenas tivesse ligado sem querer. - Yoko?
- Enid... Me perdoe a hora, sei que hoje é sua folga. - A auxiliar dizia pausadamente, quase como se estivesse escolhendo as palavras corretas.
- Diga logo, Yoko. - Ela foi cortada por Enid, enquanto a loira sentava-se na cama, encostando na cabeceira bege.
-Black Raven. - Yogo disse em um suspiro. Quase como se estivesse guardado todo o ar em seus pulmões para despejar isso.
Fazia quase dois meses que estavam atrás daquela serial killer. Sem suspeitas, sem rastros e sem testemunhas. Era como se ela tivesse traçado tudo milimetricamente. As vitimas apenas sumiam, como se estivessem mortas há muito tempo. O que deixava todos os oficiais atiçados. Pelas faltas de evidências, mas ao mesmo instante que inumeros detalhes ligavam um caso ao outro. Desde detalhes minuciosos ou o fato de todos as mortes ocorrerem num mesmo dia da semana. A Quarta-feira.
- Onde? - Enid perguntou de modo afoito.
- Ao norte de Seattle. Os oficiais que encontraram a cena do crime já isolaram a área. Estão a sua espera, te mandarei o endereço exato.
- Tudo bem, estou na espera, obrigada Tanaka. - A loira levantou de sua cama em busca de seu uniforme, se vestindo apressadamente enquanto procurava com os olhos o seu distintivo.
Logo o encontrando sobre a mesa na sala. O gelo do metal machucando a pele de sua mão.
- Sinclair. - Yoko disse antes - Ela deixou outra carta.
No último mês ela deixou um poema em cada local de morte. Como um lembrete a Enid Sinclair de que "ela sempre estaria vigiando." E que não importa quantos passos a policia desse, Black Raven estaria a mil passos a frente deles. Prevendo todas as ações. Como se todos não passassem de meros peões em seu maldito jogo de xadrez. A serial killer parecia estar se divertindo muito brincando de caça ao tesouro com os policiais. Enid bufou. Ela estava perdendo o resto de sua paciência. Fazia dias que não conseguia dormir direito. Muitas noites mal dormidas, por causa de uma pessoa que ela sequer sabia o rosto.
- Nos encontramos lá, Yoko.
A perita disse desligando a ligação, a medida que pegava a chave de seu carro e saía de sua casa.
🗡️
- Sinclair. - Bianca disse a medida que Enid chegou ao local.
A Delegada estava encostada em sua SUV preta, rodeada por viaturas brancas. Ela trajava calças escuras, seu semblante sério, relaxou quando viu Enid. Um sorriso pequeno brotando em seus lábios como um aviso silencioso que ela estaria ali para Sinclair. O tempo inteiro. Enid tinha consciência disso.
- Eu realmente peço perdão, sei que hoje era seu descanso. - Barclay murmurou, num tom brincalhão. Como se não tivesse ocorrido um assassinato do outro lado das paredes. Ela estendeu a mão à Sinclair, que a tocou, oferecendo um sorriso simples para sua amiga.
- Não se preocupe quanto a isso. No fim das contas eu só preciso escolher outro dia para minha folga, as quartas-feiras são cheias de desgosto. - Ambas riram, adentrando o local escuro.
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black raven - wenclair
Fiksi PenggemarNa qual Enid Sinclair é uma perita criminal em Seattle, e está lidando com um dos mais complexos casos de serial killer, que já teve conhecimento. Ela só não tinha em mente que a famigerada garota que estava matando as pessoas, estava apaixonada po...