Pingente.

1K 192 105
                                    

Beijinhos na testa e boa leitura.

×

— Carona? — Maraisa assentiu. — Não quero atrapalhar… e eu estava brincando, posso ir andando.

— Não vou deixar você sozinha aqui, você cuidou da minha filha e eu te devo algo em troca.

— Não cuidei dela por querer algo em troca.

— Eu sei… me perdoa. Vou colocar ela no bebê conforto e já volto.

— Posso te ajudar.

Maraisa foi até o seu carro, e abriu a porta do mesmo, ajeitou Marcela no bebê conforto, que se mexeu um pouco e quase acordou, mas ao ouvir sua mãe cantarolar uma música foi se acalmando e voltou a dormir.

— O mimi. — Marília entregou o ursinho a Maraisa.

— Eu tenho que lavar ele… posso te levar em casa ou quer que eu chame um táxi, professora Mendonça?

— Vou andando, não se preocupe. — Marília virou as costas e começou a andar, Maraisa sentiu uma culpa em deixar a mulher ir sozinha, já que estava anoitecendo.

— Espera, eu te levo. — Segurou o braço da outra. — Não vai me atrapalhar de jeito nenhum, estou evitando ir pra casa mesmo.

— Já que insiste tanto, pode pedir um táxi pra mim.

— Não seja teimosa, eu nem tenho esses aplicativos… será mais fácil eu te levar, entra no carro. 

Marília não teve outra opção, Maraisa abriu a porta do passageiro, a loira se aconchegou no banco de couro e esperou Maraisa entrar no carro, sentiu um perfume forte invadir suas narinas quando a outra sentou no banco do motorista.

— Me diga o seu endereço… — Maraisa retirou a chave do bolso.

Marília falou o seu endereço, Maraisa anotou o mesmo no GPS e seguiu, era um pouco longe da escola, Maraisa acabou deduzindo que Marília gastaria pelo menos trinta minutos se voltasse caminhando.

— É um pouco longe. — Maraisa disse.

— Se quiser pode me deixar no parque…

— Fique tranquila, eu só estou preocupada… é perigoso andar sozinha esse horário. — Coçou a nuca ao parar no sinal vermelho.

— Marcelinha é uma garota muito esperta.

— Marcelinha? — Maraisa riu. 

— Sim, gosto de dar apelidos para meus alunos, Dra Carla. — Marília sorriu para a morena, que voltou a ficar séria ao se concentrar no trânsito.

Seguiu o caminho para casa de Marília, que estava um pouco desconfortável, era uma situação engraçada até, olhava Marcela na esperança da menina chorar e precisar de atenção para ela poder ir para o banco de trás.  

— Aqui é sua casa? — Maraisa perguntou ao estacionar na frente da casa de Marília.

— É sim.

— Você tem um ótimo gosto.

— Ah… obrigada. — Sorriu sem graça e destravou o cinto.

— Eu que agradeço por ter ficado com Marcela esse tempo todo.

— Ela é um anjo, amanhã te vejo na escola?

— Não, irei levar Marcela para casa e vou voltar pro hospital, Vanessa que irá levar ela.

— Entendi… até outro dia então. — Abaixou o pino e abriu a porta do carro, saindo do mesmo logo em seguida.

Maraisa esperou a outra entrar dentro de casa para dar partida, fez o percurso de volta para sua mansão, não queria ter que enfrentar Vanessa ou sua sogra.

Era Pra Ser Você | Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora