Era Pra Ser Você | Malila

De volta pra casa.

Cancún, México.

16/04/2020.

01:53 AM.

— Marília, precisamos dormir, amanhã voltamos pro Canadá.

— Mas amor… — Maraisa afastou a outra do seu corpo. — Precisamos aproveitar nossa última noite aqui.

— Vamos aproveitar dormindo, estou cansada de ter arrumado as malas o dia inteiro.

— Não só arrumamos as malas. — Marília sorriu pervertida pra outra, que mordeu o lábio inferior.

— Sei que não, e justamente por isso que estou mais cansada ainda.

— Tudo bem, vou deixar você dormir. — Marília deitou na cama e apagou o abajur que estava ao seu lado. — Colocou o celular pra despertar? 

— Coloquei sim.

— Boa noite, bebê. — Marília deixou um beijo no rosto da outra.

— Boa noite, meu anjo. — Sorriu e como todas as outras noites deitou sobre o peito de Marília, sentindo seu corpo adormecer aos poucos.

— Maraisa. — Marília a chamou.

— Hm.

— Você vai falar oque pra sua irmã?

— Vou falar que estamos em uma fase boa, que vamos tentar algo e estamos juntas.

— E Marcela?

— Bom... — Maraisa já tinha perdido um pouco do seu sono. — Ela não entende muita coisa.

— Não vai ser confuso? Ela estava acostumada com você e Vanessa, com o relacionamento das duas.

— Eu e Vanessa pareciamos amigas, não tinha nenhum tipo de contato perto de Marcela e nem longe dela, se ela tem alguma lembrança com toda certeza é as brigas.

— Se quiser não se relacionar comigo perto dela e esconder isso por um tempo…

— Meu anjo. — Maraisa levantou e olhou Marília. — Eu vou fazer questão dela saber que eu tô me relacionando com você.

— Sério?

— Sim. — Maraisa abraçou a loira e jogou sua perna por cima da mesma. — Não quero esconder nada dela.

— Tudo bem, agora pode descansar. — Marília beijou a testa de Maraisa.

— Ei. — A mais nova fez um som com a boca. — Te amo.

— Te amo mais.

Maraisa riu e começou a fazer carinho com as pontas dos dedos sobre o abdômen de Marília, depois de um tempo voltou a dormir, já a mais nova passou a madrugada toda pensando no futuro, por algum motivo não conseguia dormir ao lembrar de Marcela.

(...)

15:28 PM.

— Finalmente, iria ser o terceiro voo que iríamos perder. — Maraisa falou ao sentar na poltrona.

— Desculpa, eu esqueci o celular no quarto do hotel. — Marília disse se sentindo um pouco culpada.

— Não precisa se desculpar, o segundo voo perdemos por minha culpa. — Maraisa segurou a mão da outra em cima do encosto da poltrona. — O importante é que agora vamos voltar para casa.

— Mas se não tivesse esquecido o celular…

— Não precisa se explicar, Marília. — Maraisa soltou uma risada fraca. — Não estou brava.