PRÓLOGO 0.1

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1997

— Ninguém nunca tentou localizar ou rastrear o Clã da Meia-noite — disse Ilta. — Minhas filhas podem até serem bruxas, mas eu não concordo com isso. Além disso, você está grávida!

— Temos que saber o que eles são.

— A gente não precisa saber. E se eles estiverem mortos, Elain? — indagou Ilta frustada. — Você fará muito esforço para fazer um feitiço tão grande, e acabar se matando e matando seu bebê no processo?

— É por isso que estou aqui, pedindo pra você — dizia Elain gesticulando com as mãos. — Se você der a permissão para eu ensinar as suas filhas a fazerem o feitiço, sairemos sem nenhum arranhão.

— Elain, você está se ouvindo? — Ilta estava preocupada. — Eu não irei colocar as minhas filhas em risco.

Elain suspira profundamente. A Goodwin sabia que Ilta iria proteger suas filhas a todo custo e isso era de se esperar, ela era mãe. E Elain também se tornaria uma.

— Entendo — disse Elain.

Ilta conhecia Elain há tempos, sabendo que a Goodwin não vai mais insistir, Ilta pergunta: — Por que querem saber tanto assim sobre quem são o Clã da Meia-noite?

— É o Ernest. Ultimamente ele anda nervoso sobre isso.

— E como sempre, você tenta fazer tudo que os Clegg mandam — disse Ilta com um pouco de irritação.

— Lanai me pediu isso. E Davina só irá saber sobre isso na reunião — comentou a loira. — Que aliás, está acontecendo agora.

— Isso não as faz menos Clegg.

Elain fica cabisbaixa, então Ilta tenta concertar sua última frase.

— Sei que você as considera como irmãs e também sei que você faria tudo por elas, e elas fariam tudo por você.

Elain suspira entristecida, ela sabia que Ilta não mudaria de ideia.

— Não vê que essa pequena missão de vocês é inútil? — indagou Ilta tentando convencer a loira mudar de ideia.

— Tudo bem — disse Elain em rendição

Antes que uma das duas falassem mais alguma coisa, Thomas, marido de Ilta, chama a atenção de ambas.

— Aquilo é fumaça? — indagou ele, apontando a um lugar específico da floresta.

A casa dos Abbey era de frente a floresta, por isso dava nitidamente para ver a fumaça.

— A floresta está pegando fogo? — perguntou Elain entrando em pânico.

— Não — respondeu Ilta. — A Mansão Eclipse.

Mais rápido do que um carro de corrida, Thomas corre entre as árvores com sua velocidade de vampiro em direção a Mansão. Se o lugar estava mesmo pegando fogo, ele tinha que ajudar seus amigos.

Elain e Ilta se olham, e logo vão até o local para saber o que estava acontecendo.

Chamas azuis cercavam toda a Mansão Eclipse.

— O que é isso? — perguntou Ilta desesperada.

— Magia negra. É um feitiço de bruxa ancestral.

— E o que isso quer dizer?

Os olhos de Elain lacrimejaram em tristeza, antes mesmo de que ela pudesse responder, a loira olha para uma das janelas da grande casa.

E lá estava ele, Jason, seus olhos azuis estava sob os dela, sob sua amada Elain.

Então Jason fala algo bem devagar para que Elain pudesse entender pela leitura labial, um simples Eu te amo.

Elain desaba aos prantos, ela não queria ver aquilo e muito menos presenciar.

— Elain, o que está acontecendo? — perguntou Ilta tentando ajudar a amiga.

— Eles...todos eles... — a voz de Elain falhava e isso era nítido, fazendo com que Ilta se desesperasse ainda mais.

Elain e Ilta avistam Cassian, Davina, Ernest e Thomas se aproximarem da porta para saírem, mas algum tipo de barreira sobrenatural não deixou nenhum deles ultrapassar a porta.

— Todos eles já estão condenados a morte — disse Elain chorando.

Elain estava com a voz embargada pelo choro e mesmo sentido uma dor enorme no coração, ela volta a olhar para a janela onde Jason estava e novamente seus olhos se encontraram, mas desta vez, quem fala a seguinte frase é Elain. Eu também te amo, as palavras saíam doídas do seu coração.

Elain viu em questão de segundos, a Mansão desmoronar.

RUÍNAS DO PASSADO | Saga Mansão AssombradaOnde histórias criam vida. Descubra agora