2| Enquanto alguns vivem, eu estou tendo visões.

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Duas figuras femininas saíam da casa da frente. Pessoas que ela nunca havia visto em sua vida, e por curiosidade, ela se aproxima da janela.

Seus olhos obscuros de repente vão de encontro com os de uma delas. Uma garota aparentemente com a mesma idade que á sua, mas isso era o que menos importava no momento.

A garota apenas sai de sua janela e fecha as suas cortinas.

O ambiente frio e escurecido da casa dos Clark fazia com que Jennie se arrepiasse de uma maneira esquisita. Ela por si só poderia se afogar e enlouquecer em seus próprios pensamentos, e era disso que ela estava tentando fugir, porém, estava sendo atitudes falhas.

Jennie se senta em frente ao piano que um dia pertencia a sua mãe e lá, a garota se sente livre para chorar. Algo no peito a incomodava e esse "algo", não a deixou dormir por alguns dias e talvez não á deixará dormir por semanas.

— Por que? — indagou Jennie com sua voz embargada por conta de seu choro. — Por que, mãe? Quem era ele? Ou quem era você de verdade?

A garota continua chorando por alguns momentos e rapidamente enxuga suas lágrimas. Aquilo estava acontecendo com bastante frequência.

As luzes acendiam ou se desligavam sozinhas, espelhos e vidros se quebrando pela casa, e sem contar os pesadelos que a garota anda tendo nos últimos dias. E isso também estava acontecendo com bastante frequência.

Seus irmãos mais velhos andam em preocupação com a irmã mais nova, pois grande parte de suas vidas eles achavam que Jennie era humana. Não só isso, mas para os Clãs isso seria um insulto, alguém que indiretamente é da família Clark não ser vampira e nem humana é algo sério. Principalmente após o desaparecimento da matriarca da família, pois um assunto desse nível é difícil de se resolver sem ela.

Quando Jennie está prestes a tocar o piano, o telefone da casa toca. A garota por um momento pensou em deixá-lo tocar e não atender, mas ignorou rapidamente este pensamento.

— Alô? — perguntou Jennie mudando sua voz embargada para um tom mais firme. — Quem fala?

— Adivinha — cantarolou a outra pessoa pela ligação.

Jennie não podia mentir, aquela voz feminina, era familiar.

— É sério que eu tenho que dizer quem sou? — indagou a outra voz.

Era nítido ver o quão Jennie estava cansada e obviamente ela não iria medir esforços para adivinhar quem era.

— Nossa, não dá nem para brincar com você — resmungou a pessoa em um tom de indignação, logo sendo direta:

— Aqui é a Allison, e minha mãe quer te ver.

Jennie congela no tempo, as Guillaume voltaram para a cidade e a garota estava em um estado crítico de quase uma auto tortura.

— Hm... — Jennie coça a garganta e nervosismo. — Elara está em CityLinie?

— O que você acha?

Allison desliga a ligação sem se importar com uma rápida despedida. Ela era assim e Jennie já havia se acostumado, e nem se importava também.

A única coisa que Jennie poderia pensar naquele momento era em sua aparência e com que cara ela visitaria sua antiga amiga Elara.

*

Ao olhar a sala, Muriel se assusta internamente ao ver que aquela casa seria facilmente de um filme de terror. Ou que talvez estava realmente precisando de uma grande limpeza.

— Não se assuste, minha querida — disse Lanai sorrindo para filha. — Esse é o único lugar da casa que não pedi que arrumassem.

— Hm, certo então.

RUÍNAS DO PASSADO | Saga Mansão AssombradaOnde histórias criam vida. Descubra agora