ᗒDepois de Tiporaメミ

Capítulo um

→ AMELIE FLORENCE ←

  Como foi depois te tipora?

Ouço essa pergunta de alguns parentes meus, e eu não os respondo, pelo simples fato de não querer parecer uma louca que sofreu de alucinações em relação a uma criatura demoníaca que matou várias pessoas na ilha, e também por conta da promessa que fiz para Arthur.

Eu prometi que manteria segredo de tudo que aconteceu naquele fatídico dia, quando mais pessoas souberem disso maiores são as chances de isso acontecer de novo com outras pessoas, com outras famílias,tudo quilo foi...perturbador demais pra mim...não desejo isso pra ninguém...pra ninguém mesmo, nem para meu fã mais revoltado que ensiste com a ideia de me odiar.

A vida é dura, não é?

Realmente, a vida é dura...

O engraçado é que ninguém me perguntou como era antes de tipora, e isso sim eu responderia sem problema algum!

Antes de tipora eu era uma farsa, um boneco de plástico montado por pura estética e padrões idiotas, tudo o que fiz no fim não adiantou nada, continuo sentindo aquele vazio corrosivo dentro de mim...

Sempre disse o que gostariam de ouvir, fiz o que gostariam que eu fizesse, até fingi um sotaque francês idiota na esperança de ser o orgulho do papai, ou de qualquer um...

Nunca pensei em fazer algo pelo simples fato de gostar, eu não tinha vida, vivia da atenção de meus pais, no fim percebi que estava morta por dentro, por tanto tempo vivi assim apenas querendo a aprovação de quem devia me amar pelo que eu sou.

Mas quem eu sou?

— Meu nome é Amelie Florence. - Digo com firmeza.

—  É um prazer, Florence. Me chamo Veríssimo, cuido das missões e planos da ordem. - Um homem bem arrumado com um semblante distante me comprimenta com a mesma firmeza que me apresentei.

— Eu sei, Arthur me disse.

— Ah bom, sente-se vamos conversar sobre seu pedido para entrar na ordem, as coisas por aqui estão críticas, passamos por uma calamidade e as coisas só tendem a piorar, infelizmente não temos renda para armas e planos arquitetados, lutaremos com tudo que temos, os riscos são grandes mas... pessoas inocentes tem que parar de morrer...a escuridão tem que parar...Kian tem que morrer... - Explica o mais velho seriamente. Se sentando em sua poltrona imponente o homem pergunta a mim:

—  O que te motiva a estar aqui? - Ele me pergunta — A lutar em uma guerra sangrenta contra o paranormal. Por que está aqui, Florence?

Permaneço em silêncio durante poucos segundos, em um suspiro sincero explico ao homem.

— Eu nunca vou esquecer o que aconteceu em Tipora, eu quero lutar, quero impedir que monstros como aqueles acabem com mais vidas...mais famílias que assim como a minha, perdeu tudo...eu não posso saber sobre o outro lado e não fazer nada a respeito - Afirmo de punhos cerrados. — Eu não vou ficar parada vendo o mundo em caos! Eu vou ajudar, eu preciso ajudar. - Respondo com sinceridade — Não tenho outra escolha...- Murmuro encarando o nada.

— Você tem sim uma escolha, assim como todos temos, assim como seu irmão teve. Ele escolheu não participar disso você também pode ficar segura com sua família, tentando viver sua vida normalmente. Pense bem Amelie no que quer.

Viver uma vida normal? Isso não é possível, não para mim, não mais... - Levanto levemente meu olhar, voltando a encarar o homem em minha frente seriamente.

- Eu quero destruir o paranormal...com todas as minhas forças, eu quero que paguem por tudo que fizeram. - Afirmo amargamente.

—  Vejo nos seus olhos uma motivação grande, tenho esperança que com agentes como você, conseguiremos um dia ver o mundo limpo de tudo isso, estamos em guerra, mas nós venceremos ela. - Explica Veríssimo se levantando calmamente, estendendo sua mão direita em mio direção o ele me comprimenta novamente .— Bem vinda a Ordem, Amelie Florence.