→ OLIVIER FLORENCE ←
Como está sendo depois de tipora?
Sufocante, eu confesso. A sensação de sentir que a qualquer momento o paranormal pode afetar não só a mim mas a minha família ,as pessoas em minha volta, todos eles ...
Eu não consigo parar de pensar que se não fosse por culpa de minha família todos naquela ilha ainda estariam bem, não acho que meu pai tenha total culpa mas ainda assim não muda o fato de que danos foram causados a muitas pessoas, danos irreversíveis.
Não consigo dormir sem ouvir a voz da amorinha me chamando de super Oli, de seu pai desesperado vendo o corpo da criança em seus braços, não consigo esquecer e muito menos ignoraram o fato de que se eu tivesse feito algo, se eu tivesse feito mais...não consigo parar de pensar no que eu podia ter feito, e mesmo agora podendo fazer algo a respeito eu sinto medo, me responsabilizo pelas mortes em Tipora e por várias que vão acontecer por conta do paranormal, me sinto na responsabilidade de participar dessa tal organização Ordem mas...
Mas tenho medo, fiquei tão perto de perder minha mãe e minha irmã, as pessoas que mais amo estiveram tão perto da morte... eu não quero passar por isso de novo... prometi que estaria com Amelie o tempo todo mas não tenho a coragem que ela tem...
Não consigo acompanhá-la.
Apesar de tudo, eu estou bem. Tenho alguém com quem conversar, alguém que passou tudo que passei e assim como eu sobreviveu, eu tenho Milo Castello comigo, sua companhia me faz tão bem, sinto que não tenho o que temer quando ele está por perto. Que por mais que as coisas possam dar errado, que os meus medos internos pareçam enormes e até invencíveis...
No fim, se ele estiver ao meu lado, tudo pode dar certo...
Gosto da companhia de Milo, acho ele a coisa mais legal do mundo...as pessoas são tão más...eu já tinha isso em mente e depois de Tipora confirmei isso...não dá pra confiar em ninguém nos tempos de hoje.
Mesmo assim me sinto tão bem perto de Milo, não sei quase nada sobre o próprio, sinto curiosidade em relação ao seu passado mas nunca vejo a oportunidade de perguntar sobre, não quero invadir sua vida, apesar de querer saber sobre tudo sobre ele. Cada vez mais e mais.
Eu quero retribuir tudo que ele vem fazendo por mim, quero apoia-ló, ajudá-lo e falar que eu tô aqui se quiser conversar sobre qualquer coisa, tipo, qualquer coisa mesmo. Sei lá, sobre peixes ou patos.
Gosto de conversar sobre tudo, se bem que as vezes nem rola a conversa de fato, ao chegar perto dele as palavras fogem de minha mente ou simplesmente não saem, e quando saem são fora de ordem ou em um tom tão baixo que o mesmo não escuta.
Não me escutam, e sempre foi assim já que a parte escandalosa ficou com minha irmã.
Eu sempre tive problemas em me relacionar com outras pessoas, por bons motivos evitei tentar fazer amizades, seria gasto de esforço desnecessário além da perca de tempo.
No fim das contas eu me sinto bem, me perco no meu próprio mundo, e não vejo problema nisso.
Mas eu sou o único.
— Olivier? Oliver oooi? - Bárbara estala seus dedos frente ao meu rosto me despertando de meus pensamentos.
— Aí Bárbarra, tem que gritar com esse mangoloide! Oli caralho, tá surdo?! - Exclama Amelie escandalosamente próximo a mim, como sempre.
— Me desculpa Bárbara, fiquei meio surdo depois de anos de convivência com a Amelie - Digo tentando justificar meu silêncio enquanto a mesma se dirigia a mim na conversa, não podia dizer que estava pensando no Milo, ou podia?
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ᗒDepois de Tiporaメミ
Fiksi Penggemar!EM FASE DE REVISÃO! A vida dos irmãos Florence mudou completamente após uma viagem a tipora, voltar a normalidade parece impossível depois de tudo que eles e os habitantes da ilha vivenciaram, agora entrando na vida adulta os jovens enfrentam di...