Crise no paraíso

243 24 17
                                    

— Ué, com mala?! — Arthur perguntou ao ver o amigo caminhando pra dentro do restaurante. — Que cara é essa? Quem morreu?

— A Sophia está grávida. — Disse em choque. Havia tido tempo pra se recuperar, mas ainda parecia extremamente errado.

— Ai, caralho. — A expressão de Arthur mudou drasticamente. — Eles foram rápidos, não achei que teríamos essa notícia por algum tempo.

— Eles estavam felizes, comemorando e eu só consigo pensar na raiva que eu tenho de um bebê que não tem nada a ver com essa bagunça.

— Toda vez eu acho que você já superou e quebro a cara. — Arthur brincou.

— Ela podia estar casada com outra pessoa, agora eu fiquei com ódio, sério!

— Você já estava com ódio. — Ele negou com a cabeça.

— Eu nunca estive com tanta raiva, se o Gil me oferecesse o que ofereceu quando eu estava preso, eu topava.

— Ué, o que ofereceu? — Franziu a testa, esperando a resposta.

— Uma surra no Augusto e queria raspar a cabeça da Sophia. — Falou sério, mas Arthur gargalhou tão alto que o fez rir também. — O assunto é sério.

— Nem fodendo que você vai mandar raspar a cabeça da Sophia porque ela vai ter um filho com o marido dela. — Defendeu e viu o amigo virar os olhos. — Para de graça, estão separados há cinco anos. Eu sei que você gosta dela, mas isso só prova o meu ponto de vista, você tem que seguir em frente. Para de remoer a história, a não ser que você sequestre essa criança quando nascer e a jogue numa caçamba de lixo, siga sua vida.

— Você acha que eu virei um bandido cruel que jogaria um bebê numa caçamba? — Arregalou os olhos surpreso. — Sério?

— Você disse que tem ódio de um bebê, eu não duvido.

— O máximo seria empurrar ela da escada pra perder o feto. — Disse com desprezo e surpreendeu o amigo. — Ah qual é, nem é um bebê ainda.

— Tá, eu vou te manter o máximo possível longe da Sophia, porque eu estou com medo de que você cometa um assassinato.

— Não seria considerado assassinato, já falei, não é um bebê ainda. — Se defendeu. — Será que eu posso trabalhar pra esquecer disso?

— É bem melhor. — Apontou pra dentro. — Me dê as malas que eu vou levar lá pra cima. — Micael entregou as duas e então entrou no restaurante e foi vestir o uniforme, precisava distrair a mente.

.
.
.

Mais tarde naquele dia, recebeu a ligação que aguardava desde que havia saído. Vânia ligou pra comunicar que finalmente a troca tinha sido formalizada. Bem no dia em que decidiu jogar tudo pro ar.

Pelo menos aquela notícia o havia deixado mais animado pra trabalhar o restante do dia. Á noite, quando fecharam as portas e subiram pro apartamento. Laura foi junto.

— Sophia me ligou pra contar do bebê. — Comentou na sala e todo esforço que ele havia feito pra expulsar aquilo da mente, sumiu. — Eu perguntei se não era seu.

— Meu? — Ele parou um instante e se lembrou da manhã que passaram juntos. — Não acho que tem chance de ser meu, usamos camisinha.

— Ela disse o mesmo! — Deu de ombros encarando Micael. — Com um pouco mais de agressividade. "O filho é do meu marido! Que tipo de mulher acha que eu sou?!" — Micael olhou interessado. — Então eu respondi: "O tipo de mulher que traiu seu noivo com seu ex, que tem cara de bandido mau." Ela está com raiva de mim.

Aquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora