Momentos de paz

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— Ô meu amorzinho. — Sophia pegou o bebê do colo de Micael. — Mamãe estava tão preocupada. — Fez carinho no bebê que tinha olhos abertos.

— Está tudo bem. — Micael disse a eles. — Agora tudo vai se resolver.

— Você sumiu, eu já não estava aguentando mais. — Sophia tirou os olhos do bebê um instante e viu o namorado encarar o pai. — O que aconteceu hein?

— Augusto dopou o Levi. — Revelou agora que estava tudo bem. — Eu demorei porque estava no hospital.

— Não passou pela sua cabeça me avisar?! — Disse braba. — Eu sou mãe, Micael. Eu tinha que ser informada. 

— Eu não ia deixar você pior do que já estava quando saí. — Não tinha o mínimo de culpa. — O que importa é que nosso filho está aí, saudável. 

— Eu vou subir e dar um banho nele. — Avisou e subiu, agarrada no menino. 

— Ela vai virar uma mãe super protetora agora. — Solange avisou. — Eu quero ver alguém conseguir tirar esse menino do colo dela um pouco que seja. 

— Vai passar, mãe. Foi um baque atrás do outro, mas ela supera. — Se sentou no sofá exausto.  — Agora tudo vai caminhar pra normalidade, eu acho. 

— E o que aconteceu com o Augusto? — Micael arregalou os olhos. — Que cara é essa? 

— Ele ficou com Gil, minha nossa, eu esqueci de mandar uma mensagem falando que está tudo bem por aqui. A essa hora o Augusto deve ter sofrido poucas e boas. 

— E você fala isso com essa cara de satisfação? — Solange disse horrorizada. — Você não pode se tornar como ele. Pagar as coisas na mesma moeda nunca foi a solução. 

— Ah, mãe, eu passei por isso na cadeia por causa dele, eu tenho certeza que ele merece uma amostra grátis. — Deu risada e pegou o celular pra avisar a Gil, afim de libertar Augusto. 

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Micael deu um tempo pra Sophia curtir o bebê e então foi para o quarto, quando entrou, a loira tinha um sorriso bobo enquanto amamentava o pequeno. Escorou na porta e a olhou com adoração. 

— Ele não esqueceu como mamar. — Disse contente. — Eu achei que as fórmulas que davam a ele iam fazer com que não quisesse mais o leitinho da mamãe. — Acariciou os cabelos ralos. 

— É ruim hein, o moleque é meu filho, ele sabe o que é bom, e nada melhor que dar uma chupadinha no peito da mamãe. — Ela ergueu para o encarar e riu. — Ué, proibido falar a verdade?

— Pode começar a não falar besteira na frente do meu filho. — Micael se arrastou e sentou ao lado deles na cama. — Eu estou com medo de ficar feliz. 

— Como assim? — Mexeu nos pezinhos de Levi. 

— Eu sinto que ainda não acabou. Afinal, ainda sou casada com ele. 

— É uma mera formalidade. Amanhã o Dr. Vinicius vai dar entrada no pedido litigioso e também amanhã o meu papel pra levar no cartório e registrar o Levi fica pronto. — Sorriu. — Vamos expulsar o filho da puta das nossas vidas, vamos mudar pra nossa casa e vamos viver como uma família de comercial de manteiga. 

— É que...

— Soph, com tudo o que o Gil deve ter feito ao Augusto hoje, eu duvido que ele vai querer algo da gente de novo. — Deu risada. — Aquele ali quando decide torturar é bem cruel. 

— Não sei, Micael. — Continuou desconfiada. — Lembra do meu pressentimento ruim naquela noite? Eu estou com o mesmo aperto no peito. Por favor, não me ignora dessa vez. 

— Tudo bem, eu acredito em você. — Abraçou a mulher de lado. — Vamos então viver um dia de cada vez e aproveitar o máximo enquanto ele não arma uma nova armadilha. Tudo bem? — Levi soltou o seio de Sophia, já tinha os olhos fechados, estava satisfeito. — Olha ai, já que Levi largou, eu posso mamar agora? 

— Quer parar de ser imbecil? — Deu risada novamente e guardou o seio no sutiã. — Prometemos aos seus pais que não faríamos nada até que meu resguardo acabasse. — Relembrou. — Não venha me atentar. 

— Tudo bem, tudo bem. — Ergueu as mãos em rendição. — Mas a gente pode namorar um pouquinho? 

— Está carente, não é mesmo? — Se levantou pra deixar o bebê dormir no carrinho. — Você não era assim há seis anos. 

— Eu era um imbecil de não aproveitar cada oportunidade que tinha pra beijar a sua boca. — Ficou de pé e a puxou pela cintura. — E pra dizer que você é linda. 

— É, você realmente era um imbecil. — Ela sorriu aproveitando os beijos no pescoço. — Mas também, éramos muito ocupados naquela época, com faculdade e estágio... 

— Sabe uma coisa que eu nunca perguntei? — Parou os beijos. — Você terminou a faculdade?

— Ué, você não sabe disso? — Se virou de frente á ele. — Sério? 

— Você acha que eu ia ficar perguntando de você pro seu namorado? — Ergueu uma sobrancelha. — A única pessoa que ia lá me ver e falar que eu era inocente era justamente a pessoa que me colocou lá. Eu não ia ficar batendo papo com ele sobre você. — Sophia deu risada. — Ah, é engraçado?

— Um pouquinho. — Ele se afastou. — Vai ficar chateado porque eu ri? 

— Essa história me deixa com raiva de você. — Caminhou pra se sentar na cama. — Me lembra o quanto você é uma péssima companheira. 

— Ah, claro. — Ela cruzou os braços, ainda sem perder o humor, não entraria numa briga com Micael agora que a vida estava caminhando pra melhor. — Nem você mesmo acreditava que era inocente, você saiu sozinho e meteu um chifre enorme na minha cabeça e eu devia ir lá e ficar com você? 

— Odeio quando você fala que eu trai você. 

— Ué, meu amor. — Ela cruzou os braços. — Drogado ou não, você transou com aquela vagabunda. Pelo menos quando eu fiquei com o Augusto a gente já tinha terminado. — Sabia que ele acharia um absurdo a comparação. 

— Você só pode estar me zoando, não é possivel. — Balançou a cabeça negativamente, depois a encarou e a viu rir. — Sabia que estava. 

— Eu não terminei a faculdade. — Ele abriu a boca surpreso. — Tudo que aconteceu me deixou desanimada de certa forma. Se lembra de todos os nossos planos? Terminar a faculdade, arrumar um emprego bacana pra comprar a nossa casa e então casar. — Sorriu ao se lembrar. — Perdeu o sentido. 

— Você é maluca. — Ele deu risada. — Como é que você estraga sua vida assim por causa de outra pessoa? 

— Eu fiquei bem perdida depois que você foi lá no tribunal e disse que era culpado pra quem quisesse ouvir. — Fez um bico. — Mas que tal, deixarmos todo esse papo pra lá e ficarmos aqui namorando? 

— Eu acho uma ideia incrível. — Passou as mãos pelo pescoço e fazia carinho em suas bochechas com o polegar. — Eu amo você. — E iniciou um beijo.  

Aquela NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora