Capítulo 12

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os dias de paz em teacher's pet acabaram 😗

possíveis gatilhos no capítulo. caso vc seja uma pessoa que pensa demais e/ou sente falta de alguém que não devia, mas não consegue esquecer isso, pule ele.
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Fazia 2 dias que a senhora Manoban não aparecia na escola.

Rosé não queria dizer que estava preocupada, mas estava. Lalisa nunca havia faltado desde que começou a dar aulas para sua turma, mas o restante da escola não parecia preocupada. A diretora Jennie se limitou a um pequeno recado, de modo muito frio, de que a senhora Manoban não comparecia na escola. Nem Rosé e nem ninguém sabiam quando iria voltar. Ao ser questionada, a senhora Kim simplesmente deu as costas e saiu.

— Por que você está tão preocupada?

Rosé ergueu seus olhos para Jisoo, que reclamava enquanto desfrutava de um pedaço de frango. Solar estava dormindo na mesa do refeitório, escutando música nos fones tão alto que todos podiam ouvir junto com ela.

— Eu não estou preocupada, é só que-

— Pasta, temos paz! Não é maravilhoso?

Rosé mordeu os lábios. Ela não sabia porque, mas não sentia que estava tudo bem por a senhora Lalisa ter faltado ao trabalho. E algo no jeito que a senhora Jennie evitava tocar no assunto lhe dizia que era sério.

— Vocês realmente não acham estranho? É só que... Ah, não sei! Mas é estranho, por favor, tentem entender.

— O que nós entendemos é que agora temos paz e não temos que nos preocupar com tanto abuso de poder de uma única parte da escola. Qual é, aproveite um pouco isso.

Rosé se afundou na cadeira e ficou em silêncio. Ela não queria e não podia julgar suas amigas e seus outros colegas de classe. Lalisa não era uma boa pessoa para eles e nem para sua reputação na escola, mas sua cabeça estava um caos.

Ela ainda pensava no toque da mão dela sob o seu braço, no jeito carinhoso que a professora lhe encarava. Mas não! Era loucura! Estava falando de uma educadora, não podia estar com a mente tão acelerada por isso. Pensava que poderia ser mais feliz se Lalisa sumisse e lhe deixasse ter uma boa vida acadêmica em paz, mas agora que, indiretamente havia conseguido, se sentia dernorteada.

A verdade é que Rosé não sabia se poderia odiar a senhora Manoban com tanto fervor por ter, em partes, destruído sua vida. Ela não tinha culpa de tanto favoritismo, e culpava a senhora Jennie por não ter tomado medidas cabíveis em relação a sua melhor amiga quando Rosé denunciou o comportamento de Lisa em sala de aula. Aquilo só pareceu aumentar o ódio sob si. Os alunos a culpavam por não ter conseguido que a diretora da escola agisse como adulta e tomasse decisões corretas, ao invés de proteger sua amiga. E como sempre, Rosé foi quem pagou por isso.

Ela suspirou. Tudo seria diferente se Lalisa agisse como um ser humano. A turma poderia fazer atividades de cunho acadêmico fora dos muros da escola. Era decepcionante ver os passeios que outras turmas faziam enquanto a sua ficava presa com Lalisa em sala de aula durante todo o tempo. Seria pura hipocria pedir compreensão.

Mas Rosé também não sabia o que sentia. Ela só tinha 17 anos e faria 18 em alguns meses. Tinha toda uma pressa com notas escolares e para seguir uma carreira que lhe desse dinheiro, os pais esperavam isso dela, a irmã esperava isso dela. Com toda essa situação de Lalisa, sua cabeça só parecia mais vulnerável e passível de outra crise nervosa.

Ela não queria chegar lá por ter perdido aquilo que a fez conhecer o inferno.

*

No dia seguinte, Rosé pediu licença ao professor substituto de física e saiu da sala para ir ao banheiro. Jisoo e Solar já haviam notado o comportamento estranho da amiga, mas queriam dar um tempo para que ela falasse, mesmo estando preocupadas.

Andando pelos corredores, Rosé ainda pensava na situação que levou Lalisa a se ausentar por, agora, três dias. Era impossível não pensar. Toda a escola comentava sobre isso, fofocas sobre o Diabo de Celine ter se metindo em problemas com o governo ou ter sido deportada para a Tailândia. As más línguas até mesmo diziam que ela havia pedido demissão.

Rosé não acreditava em nenhuma delas. Achava impossível que qualquer coisa do tipo acontecesse com Lalisa, mas ela não era ninguém para julgar os pensamentos de seus colegas. Lalisa tinha mais inimigos dentro do que fora.

Ela ouviu passos no corredor e levantou a cabeça, dando de cara com a senhora Jennie vindo na direção contrária. Como sempre, estava muito bem arrumada e elegante. Carregava pastas na mão e sua bolsa Chanel na outra. Os olhos castanhos de Jennie encontraram os de Chaeyoung e ela parou por um momento, a encarando de forma intimidadora.

Rosé respirou fundo. Suas mãos formigavam e suas pernas eram gelatina. Ela nunca tinha recebido um olhar tão frio em sua vida, mas estava decidida a tirar a história do que acontecia a limpo. Não era uma pessoa de confrontos, então, quando viu Jennie desviar o olhar e voltar a caminhar para seu escritório, ela fechou os olhos e contou até três.

— Senhora Jennie?

Jennie parou perto da porta de sua sala e virou a cabeça para a menina caminhando em direção a ela. Ergueu as sobrancelhas, se virando e a encarando de frente. Chaeyoung mordeu os lábios.

— Sim, senhorita Park?

Rosé mordeu os lábios, estremecendo com a voz fria da diretora, mas respirou fundo e a encarou.

— Pode me dizer se há algo errado com a senhora Manoban?

Diferente de Rosé, Jennie se manteve muito neutra e sua feição não se alterou.

— Não.

A mais nova segurou o braço da diretora quando ela colocou a mão na fechadura. Os olhos de Jennie passearam desde a mão em seu pulso até os olhos de Rosé e a menina gaguejou momentaneamente.

— Pode me dizer o que significa isso, senhorita Park?

— A senhora precisa me dar uma explicação. Por favor!

— Não preciso fazer nada, senhorita Park. A figura dr autoridade desta escola ainda sou eu.

— Então que tivesse agido assim quando precisei de ajuda na primeira vez, se era tão importante assim para a senhora.

Jennie ficou em silêncio, olhando profundamente para Rosé. Por fim, cruzou os braços.

— Lalisa simplesmente não está disponível.

— Isso não é algo que a senhora Manoban faria e nós duas sabemos disso, senhora Jennie.

— Eu sei o que Lalisa faria, você não sabe.

— Então me explique!

Jennie passou a mão pelo cabelo e bufou. Era por isso que ninguém suportava adolescentes.

— Olhe Roseanne, Lalisa está passando por alguns processos lentos em sua vida e desistências fazem parte dela. Sua turma ou sua performance acadêmica não serão prejudicadas de forma alguma. Em algum momento, Lalisa retornará. Por enquanto, ela mesma selecionou substitutos que confia para que o aprendizado continue no ritmo que ela estabeleceu. Está bom para senhorita ou deseja ver os arquivos de nascimento dela também?

Aquilo deixou Rosé em alerta e ela arregalou os olhos, sua boca formando um 'O' perfeito. Jennie observou sua reação e se virou para abrir sua porta, mas foi parada pela mão da menina em seu pulso novamente. Contou até três mentalmente.

— Ela não pode fazer isso! A senhora Manoban não é de desistir!

Vendo o desespero da garota, um leve pensamento passou pela mente de Jennie e ela resolveu baixar a guarda um pouco. Olhou fundo nos olhos abalados de Roseanne.

— As vezes, desistir é continuar lutando, senhorita Park. Mas lutar por si e não pelos outros. Em algum momento, você vai entender.

E dizendo isso, soltou seu pulso da mão fina de Rosé e entrou em seu escritório.

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Teacher's Pet  • Chaelisa •Onde histórias criam vida. Descubra agora