Capítulo 17

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Lalisa respirou fundo e saiu de seu carro com um desgosto mais do que evidente na face. Ela olhou com olhos fulminantes para duas vizinhas fofoqueiras que espionavam porque uma professora, que mais parecia um carrasco do limbo ou desenho juvenil, estava na casa dos Park, uma família respeitada e que se orgulhava da educação e postura das filhas. Boa coisa não devia ser.

Uma erguida de sobrancelhas foi o suficiente para que ambas as senhoras desistissem, por agora, de espionar uma possível fofoca quentíssima para movimentar o bairro. Nunca tinham nada o que falar daquela família, não queriam perder a oportunidade. Mas pensando melhor, era melhor perder a oportunidade do que os poucos fios de cabelos verdadeiros que restavam. A mulher não parecia estar de brincadeira.

Depois de se certificar de que as duas velhas feias foram enviadas de volta para o inferno que saíram, ela se permitiu observar a grande residência dos Park. Diferente da maioria das casas do bairro, aquela tinha o aspecto mais americanizado, com cerquinha branca e tudo. Provavelmente se devia ao fato de que Rosé era neozelandesa-australiana, e ela não se mostrava muifo fã do país que viviam. Lisa não podia culpá-la por isso. Ninguém em sã consciência seria fã daquele país.

Respirou fundo derrotada e caminhou cautelosa até a frente da casa. A porta branca tinha o desenho de uma flor, uma rosa, e aquilo a lembrou vagamente de quando viu Roseanne pela primeira vez e achou que fosse exatamente isso, uma rosa. Mas se repreendeu antes que deixasse seus pensamentos irem longe demais. Aquilo era errado e arriscado, precisava melhorar. Reuniu coragem após ver que as velhas não haviam voltado e tocou a campanhia dourada.

Ouviu um "já vai" abafado pela porta e esperou. Enquanto isso, reparou no jardim bem cuidado e na grama real, uma raridade naquele lugar, um pouco destruída. Possivelmente, trabalho de Hank, o cachorrinho insuportável de Rosé. Lisa levantou os olhos assim que a porta se abriu.

Quase teve um infarto ali mesmo. Roseanne sorriu sem graça, toda suja de farinha e com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto. Usava uma regata verde escura e calça jeans preta. Nos pés, pantufas de esquilo. Lisa achou que a velhice precoce estava cobrando seu preço pelas batidas incessantes do coração idiota que habitava em seu peito. A menina pigarreou, tímida.

— Boa tarde, senhora Manoban. Perdoe meu estado e por favor, entre.

Lisa esperava que não tivesse sido óbvia, por isso entrou com a postura intimidadora que sabia lhe pertencer e observou o local. O interior era aconchegante, com um hall redondo e uma escada que levava ao andar de cima. Havia uma porta que Lisa supôs ser o armário de casacos e sapatos. Haviam quadros na parede de Rosé e sua família, e Lisa não precisava de uma lupa para saber qual das duas meninas era a versão mini de Rosé.

— A senhora quer colocar o casaco no armário? Temos bast-

— Estou bem. — Falou seca.

Rosé se surpreendeu um pouco, mas assentiu e mordeu os lábios.

— Queira me acompanhar até a cozinha, por gentileza.

— Não tão rápido, Roseanne.

As duas viraram na velocidade da luz para ver um homem, o senhor Park, descer as escadas com uma feição séria. Lisa ergueu as sobrancelhas para ele, que vacilou um pouco, mas logo voltou ao normal. Antes mesmo dele abrir a boca, Rosé já parecia estar morrendo de vergonha.

— Senhorita-

— Senhora. — Ela corrigiu com a voz dura.

— S-senhora. — Ele limpou a garganta. — Digo, senhora. Senhora Manoban, Mason Park, pai da Rosé. Peço desculpas já, minha esposa Clare lida melhor com isso, mas ela teve que sair com a irmã mais velha de Rosé.

— Alice. — Falou séria. Ele se surpreendeu, mas assentiu.

— Isso, Alice. Bem, eu queria pedir para que tente ensinar minha filha a voltar com as boas notas. Ela nunca teve problemas nas matérias que a senhora leciona, não entendo o porquê disso agora.

Lisa controlou o impulso de responder. Não daria certo.

— Dessa parte cuido eu, senhor Park. O senhor pode voltar aos seus afazeres.

Mason não se orgulhava do medo que o olhar da professora lhe causava, mas a mulher era intimidadora demais. Ele não culpava Roseanne por se distrair, mas sorriu amarelo e deu um tapinha no ombro da filha.

— Faça tudo que a senhora Manoban disser e não tire notas baixas, ou vai se ver comigo mocinha. — A frase foi dita em tom de brincadeira, mas Lisa fechou a cara e não gostou de como ele ameaçou Rosé.

— Papai. — A menina falou envergonhada. — Não tenho mais 5 anos.

— Você sempre vai ter 5 anos para mim. Vou trabalhar, se cuide.

Ele deu um beijo na testa da menina e saiu após pegar uma pasta no armário junto com um casaco. Rosé se virou, ainda envergonhada, e indiciou a cozinha.

— A senhora quer cookies? Acabei de fazer. — Timidamente, colocou uma bandeja cheia deles na mesa. — Desculpe pela minha aparência e-

— Sejamos diretas, Roseanne. — Ela, apesar de surpresa, queria acabar logo com isso. — Diga-me porque estou aqui.

— Como? — Perguntou confusa.

— A senhorita queria ser lecionada de verdade, porque não conseguia ficar sem uma base extra. Mas acabou, e se quer mesmo jogar esse jogo, então tudo bem.

— Se a senhora acha que estou ameaçada, se enganou muito. — Aquilo surpreendeu ambas. — Não pedi pela minha "base extra", a senhora me ensinou assim e se quer tirá-la, agradeço. Mas aja como uma professora primeiro e cumpra o que a senhora Jennie prometeu.

Ela lhes serviu dois copos com leite e se sentou a mesa. Olhou nos olhos da professora e viu que ela a estudava minuciosamente.

— Ok então. — Falou calma, e sorriu diabólica. — Que os jogos comecem, Roseanne.

— Mal posso esperar, senhorita Manoban.

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vcs não acharam mesmo que eu ia entregar de mão beijada né

alexa play ready for it... by taylor swift

até mês que vem pra saber o que rolou, bjo

Teacher's Pet  • Chaelisa •Onde histórias criam vida. Descubra agora