A fera rugia como se algo doesse, perambulava atrás da lua e corria por vales desgrenhados. Não tinha sanidade. O caos dos seus olhos explodiram e agora eles eram tão vazios quanto os meus.
Apesar da sua insânia, a fera não me machucou. E eu estava esperando que machucasse, que me fizesse sentir alguma coisa. Ela teria que aprender a conviver comigo de novo, ou teria que enfiar as garras em mim. Mas ela não o fez.
A fera mantinha seus olhos grandes e vazios nos meus, e era como se eles se entendessem. Eram dois semelhantes como um reflexo no espelho. Seu olhar não me assustava, e ela não parecia correr do meu.
Nossa convivência estava para mudar. E o meu vazio também.
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Besta fera, mas minha
PoesíaEssa obra carrega uma história de aceitação e repulsa, onde o caos é procurado para cessar o ébano do vazio. Os opostos são singulares no âmago, há algo que compartilham, há partes perdidas um no outro. Temos que nos perder, para nos encontrar. E é...