Aquele primeiro verão..

Mas já?!-Cap3

Acordei muuito animada, cantarolando pela casa e super feliz! O motivo? Não sei, eu só estava me sentindo bem, estava animada, a escola me fazia bem, ver meus (poucos) amigos todos os dias era um sonho.
Mandei mensagem para a Lara, que devia estar em aula, e me arrumei. Eu tinha acordado tarde, então teria que me apressar, para sair de casa às 12:20.

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Chegando na escola cumprimentei a Manu, a Bia, Heloisa a Juliana e a Larissa. No primeiro dia eu não tinha falado com a Larissa, ela é da minha altura, cabelos cacheados (em transição também) e longos. A gente foi da mesma sala ano passado, e ela tinha um namorinho com o Murilo, só que ele não dava atenção para ela e então ela terminou, achei certo, o Murilo quase não falava com a Larissa, só com o Pedro (meu namorado naquela época).
Conversei um pouco com as meninas (Bia, Manu, Heloisa e Ju), e como era terça-feira nós saímos mais cedo, normalmente nas terças tem prova, mas como era o segundo dia de aula não teria prova, assim sairíamos 16:50. Perto da escola tem uma pracinha, e nós todas combinamos de ir lá depois da aula. Subimos para a sala e pegamos nosso lugar de sempre, Bia no último lugar, eu na frente dela e depois a Manuela.
O professor entrou na sala e segundos depois veio uma garota fazendo um escândalo, ela era novata, mas pela falta de vergonha já devia estudar na escola.

-Meu nome é Ana Luise, mas podem me chamar de Ana. -Disse ela gritando e olhando para a sala com desgosto.
-Até que dá para o gasto.-
Essa garota é maluca? Nem chegou e ja está falando isso? Vou falar com a meninas!
-Gente? Que garota é essa, mal chegou e já está se achando? E outra, se eu quiser chamar ela de piranha, eu chamo!-Eu disse indignada.
-Verdade sophi, que garota metida, já não fui com a cara dela!-Disse a Bia
-Deixa ela gente, vocês vão acabar arrumando confusão no segundo dia de aula, me escutem!-Disse a Manu.

Olha, eu não queria arrumar confusão, eu só não fui com  a cara dessa garota! Como pode?! Nem chegou na sala direito e já fica assim, e ainda mais sendo novata!
No recreio tudo deu errado. A Heloisa foi arrumar confusão, pediu para uma amiga nossa do 8º ano dizer para a menina que nós não gostávamos dela, e tudo mais. Como eu não sou de briga eu sai de perto, fui para o banheiro com a Bia, a Manu e a Ju foram para a biblioteca, pois não queriam arrumar confusão também. No caminho do pro banheiro encontrei as duas quase saindo na mão! A Ana Luise estava gritando com a Heloisa e levantando o dedo para cima dela, eu ia me meter, mas eu senti uma mão me puxando para o banheiro.

-Sophie, tá maluca? Se a coordenadora vê as duas vai brigar com elas, e não com a gente, então quieta, é o segundo dia de aula, como a gente não tem nada a ver com a história a gente nem vai precisar se explicar!-Disse a Bia, com razão.
-Eu sei Bia, mas você viu?! Ela tava quase em cima da Heloisa!
No instante que a Bia ia falar a Heloisa apareceu e disse:
-Gente, fud**, a coordenadora quer falar com nós cinco!-Disse a Heloisa, na porta do banheiro.
-QUE? Mas a gente nem tava lá!-Disse a Bia indignada.
-Calma Bia, é só a gente dizer exatamente isso, não fizemos nada, além de xingar ela, mas não falamos isso para ela, e sim entre nós três! Relaxa.-Disse eu com um cagasso por dentro.

Subimos as escadas, e aguardamos a coordenadora chamar nós três, enquanto isso eu estava dizendo a minha versão para as meninas do que aconteceu. Eu disse que a gente (Eu e Bia) nem tinha pedido nada para a menina do 8º falar, e quando vimos a confusão saímos de perto. Eu perguntei quem chamou a garota do 8º para falar aquilo, e adivinhem? A Heloisa! Essa menina tem merd* na cabeça???????
A coordenadora entrou séria na sala e falou com uma voz que chega arrepiar até os pelos daquele lugar de tanto medo:
-Manuela, Sophie, Beatriz, Heloisa, Juliana e Ana Luise para a minha sala agora.
Todos tem medo dessa coordenadora por causa das broncas do ano passado, pela voz dela e pela seriedade, basta ela aparecer na porta da sala que todo mundo fica quieto, somente o barulho do ar-condicionado que da para ouvir.
Chegando na coordenação ela perguntou o que aconteceu, e eu fui a primeira a dizer que tinha ficado no banheiro com a Bia, e a Heloisa explicou a versão dela, aí a Ana Luise começou a falar.
-Eu so fiquei brava por vocês nem me conhecerem e terem falado isso!
-Então porque você falou aquilo quando chegou?-Disse Manu.
-Aquilo o que?
-"Da pro gasto".
-Eu falei do casaco do Mateus.-Disse a Ana Luise.
Eu e as meninas olhamos umas para as outras, querendo rir.
-Conta outra-Disse a Manu.
-Juro para vocês!!!!-Disse a Ana Luise
-Bem meninas, ainda está no segundo dia de aula, tenho certeza que se vocês se conhecerem melhor vão virar super amigas.-
Conta outra, nem morta!
-Já podem voltar para a sala.

Eu e as meninas voltamos para a sala e conversamos sobre aquilo por bilhetinhos. Todas concordaram que aquilo era claramente uma mentira! Ela nem conhecia o menino direito, eles eram da mesma sala no outro ano, mas não eram próximos para ter esse tipo de intimidade!
Ainda estava na quarta aula, e era de português, a professora era bem simpática, o nome dela é Luciana, e fez um joguinho para os alunos se conhecerem, e ela conhecer os alunos, já que ela nunca foi a nossa professora.
Mas antes ela perguntou quem eram os alunos novos, tinham uns 5, mas eu só direcionei meu olhar para ela, Ana Luise.
-Qual seu nome?-Disse a professora.
-Ana luise.
-Você mora aqui? Estudava onde?
-Eu estudava de manhã.-Disse ela com sotaque espanhol.
Hm, só me falta ela falar que nasceu no Mexico!
-E onde você mora? Nasceu em outro país? Você tem um sotaque...
-Eu nasci na Colombia, mas quando era 'bien' pequena vim para o Brasil.-Disse ela com um sotaque ri-dí-cu-lo.
-Olha! Uma estrangeira! Seja bem vinda Ana!
-Gracias!

Olhei para as meninas, aquilo não fazia sentido!!!!! Como na coordenação ela estava normal, e agora fazendo esse sotaque horroroso?
A aula acabou, vi que ela conseguiu bastante amigos com aquela mentira dela, inclusive a Larissa e o Gabriel, outro menino novo.
Eu e as meninas fomos para a pracinha, mal podia esperar para aquela conversa enquanto comíamos, naquele dia eu tinha certeza de uma coisa, ia render.
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