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Já sentiram a sensação de perder algo, de que algo tinha sumido e tudo o que você podia sentir era saudade, não de uma coisa ou pessoa, de um sentimento. Você as vezes se pega pensando que antes coisas te tocavam muito mais do que agora.

Esse era o meu dilema, algo corriqueiro pra mim, tinha perdido a vontade de querer estar viva, tudo era simplesmente trivial e eu apenas sobrevivia, ou melhor, me deixava ser levada.

Nunca poderia explicar essa sensação ou poder dizer com exatidão quando ela começou, só que ela existia e era quase impossível me livrar da mesma, ou talvez tenha eu tenha me agarrado a ela e me mantido segura. 

Mas não importava agora, pois tudo o que eu podia ouvir era forma que todas me julgavam ou me repudiavam simplesmente por ter encontrado uma forma muito melhor de encarar a linda mentira que era a vida e a dolorosa verdade sobre a morte. Antes tudo pra mim se tratava em evitar a morte ou buscar tudo para me manter satisfeita enquanto viva, agora buscava por todas as maneiras que me traria o fim ciclo.

A uma exatidão de milhares de dias e horas encontrei uma forma de entorpecer a minha mente e trazer de uma forma dolorosa a morte a mim, mudei a forma que eu respirava e ao invés de receber oxigênio recebia a nicotina, sabia que estava trocando um problema por outro, mas não me importei.

Tinha tudo o que precisava para manter as drogas humanas estabelecidas sem precisar de ninguém, mas de toda forma eu ainda tinha uma família e ela se incomodava a cada minuto em que eu vivia da minha forma. A meses atras minha irmã mais nova decidiu se mudar e passar um tempo com meu pai e talvez eu também tivesse ido, mas até aquele momento nada me fazia querer sair da aba da minha mãe, bom isso até ela se cansar, acho que foi durante uma discussão quando disse que nada me faria voltar para terminar o ensino médio.

E foi assim que eu acabei no aeroporto modesto de Forks de frente a Charlie, meu velho pai, o mesmo era alguém de que eu gostava, mas nem ele mudava tudo aquilo dentro de mim.

- Você cresceu   

Franzi o cenho antes de ri da sua característica falta de jeito, abracei o mesmo que demorou um segundo antes de retribuir fortemente  

- Estou igual a dois meses atras pai

O silencio no carro não foi desconfortável, Charlie era calado e sabia que não precisa forçar nada comigo porque eu já me sentia muito bem perto dele, diferente da minha irmã eu sempre tive uma relação bem próxima com o homem ele era alguém simplesmente incrível. Quando adentramos a cidade e aquela fina chuva nos recebeu não vi como um mal sinal, Forks era simplesmente uma cidade chuvosa.

Olhei para o retrovisor ao meu lado e vi o estado de carne viva em que meus lábios estavam o que chegava a sangrar em algumas partes. Chegamos à casa que eu conhecia tão bem e adentro rapidamente depois de pegar minha bolsa e deixar que meu velho trouxesse a mala. 

Subi as escadas e parei no corredor puxando as escadas que davam acesso ao sótão, ou melhor meu quarto, tudo ali era em uma madeira escura e coberto por milhares de luzes brilhantes, uma cama ao lado da janela, uma escrivaninha e meu armário, me sentei no tapete e esperei pela chegada de Charlie que sabia que queria falar comigo.

O que não demorou para acontecer, o mesmo deixou minha mala em um canto e se sentou na minha cama se olhar pra mim, ficamos os bons minutos em silencio a espera que o mesmo dissese algo.

- Charlie você pode falar sem problemas 

O mesmo suspirou antes de se sentar melhor e me olhar com atenção

- Você está fumando - Não era uma pergunta, mas me vi respondendo 

- A muito tempo   

- E vai para 

- Não por vontade própria - O mesmo pareceu entristecer e simplesmente acenou 

- Você saiu da escola

- A quase dois anos e não pretendo voltar 

- Mas vai, você pode me odiar, mas nem que eu tenha que te amarrar te levar e buscar todos os dias, você vai terminar o ensino médio. Estamos claros 

Encostei minha cabeça na parede e me senti exausta demais pra discuti, principalmente com Charlie, então simplesmente concordei. O mesmo respirou pesadamente e se levanto e preste a sair me trouxe outra coisa 

- Eu marquei uma consulta pra você - o olhei confusa sobre o porquê eu precisava de um medico- Não estou deixando você morrer Guilia

 Não respondi e só observei o mesmo sair e depois escutei quando seu carro saiu, me levantei e desci as escadas abrindo a porta no momento em que um volvo parava na porta e Isabella saia rapidamente vindo ao meu encontro, retribuir seu abraço, a garota era desajeitada e as vezes uma sonsa, mas realmente a apreciava a mesma se separa e olho atentamente para o garoto extremamente pálido próximo ao carro, antes de me afastar de bela e acender um cigarro.

- Você vai realmente ficar 

- Sua mãe surtou e eu já estou cansada demais pra voltar e ter que esperar o próximo pit que ela vai dar.

- Charlie já conversou com você

Puxo frementemente a nicotina para os pulmões e olho pro céu antes de voltar meu olhar pro garoto ainda ali e concordar

- Tenho certeza de que ele já fez a minha matrícula   

Digo antes de dar as costas pros dois e caminhar um pouco sem rumo pela estrada ignorando os chamados de bela

𝙷𝚒𝚐𝚑𝚜 - A teoria do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora