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A imortalidade e algo superestimado, desejado e compreendido de uma forma errada. Ela era a solidão dentro de um ínfimo espaço de tempo, a sobreidade  depois de uma noite de bebedeira de erros, o vazio de encontrar todos os seus erros e ninguém com você.

Tenho a idade de mais de quatro tudo isso em uma vida, vivi tudo o que muitos queria, mas encontrei muitas coisas ruins que alguns nem tinha tempo para viver. 

No fim encontrei um conforto, e a perca da minha eterna solidão, achei uma forma de não me tornar um ser monstruoso que fui destinado a ser e pude trazer algo de melhor na vida de muitos que me acercam.

Porém havia certos dias que me encontrava em uma onda de melancolia, algo para qual não existia uma resposta, nem motivo e dentro de um daqueles momentos me encontrei indo em direção a uma avaliação a uma colega de trabalha

- O nome dela e Guilia Swan e ela está entrando em um estado crítico

Olhei para os exames enquanto pensava sobre Edward e Alice ter mencionado sobre a mesma. Entramos no corredor em direção a sala da mulher ao meu lado e seu cheiro chegou muito antes que eu pudesse vê-la, como jasmim e laranja envolvido por uma camada espessa de tabaco. Quando pude me encontrar com o seu olhar senti uma intensa necessidade de estar ao lado da mesma, de poder cuidar dela.

E assim que a mesma partiu parte de mim sentiu isso, principalmente quando tudo o que ela mostrou em todo o momento foi falta de vontade em permanecer viva.


No fim do dia assim que cheguei em casa fui recebido por uma Alice que saltitava em uma empolgação além do normal 

- Está tudo bem 

- Eu e quem deveria lhe perguntar isso Alice

A mesma franziu o cenho em uma careta inocente 

- Não sei do que está falando 

Respondeu antes de sair rapidamente me deixando completamente confuso, subi e entrei no meu escritório antes que Edward adentrasse 

- Carlisle, bela pediu para que eu perguntasse a você como a irmã dela está dado que a mesma disse estar tudo bem 

Mudei meu olhar para o mesmo e pensei rapidamente antes de responder

- Fique de olho nela

Foi a única coisa que eu precisei dizer ante que o mesmo saísse e me deixasse em uma falsa privacidade com os meus pensamentos.



Vi o exato momento em que a mesma chegou e se sentou do lado de fora e todas as suas inaladas com o cigarro, deixei que a mesma continuasse a sós até que a chuva começou e ela não se moveu um centímetro, sai ao seu encontro escutando sua voz baixa e rouca cantarolando uma melodia brasileira e me posicionei ao seu lado chamando sua atenção.

E olhando atentamente parar seus olhos encontrei algo que não vi ontem, saudade. 

Continuei ao seu lado por bastante tempo até que a mesma se levantasse

- E isso doutor, até qualquer dia 

Me levantei antes que a mesma partisse   

- Eu posso te levar - Seu olhar se voltou pra mim e desconfiança estavam estampados nele - Você era a minha última consulta do dia, só volto a noite.

A mesma passou alguns segundos me olhando antes de concordar e me segui, abri sua porta e segui até a minha e me virei para a sacola que Alice me entregou esta manhã e retirei o cachecol estendendo para a mesma que ergueu levemente com canto dos lábios antes de me agradecer e colocá-lo     

Seguimos todo o caminho em silencio e a única coisa que podia me fazer era me preocupar pela forma que ela começava a esfregar os braços em busca de se manter aquecida. Chegamos e a mesma sai rapidamente.

- Valeu doutor a gente se vê

- Guilia - A chamei assim que a mesma começou a se virar - Tome um banho bem quente e depois se mantenha aquecida 

A mesma ficou parada por alguns minutos me olhando com atenção antes de concordar e entrar e só quando escutei o som do chuveiro sendo ligado foi quando eu segui meu caminho.



Era a terceira semana e a terceira vez em que Guilia Swan, não comparecia a uma consulta, ou melhor, não entrava no hospital e continuava sentada nas escadas do lado de fora, olhando fixamente pra algo sem realmente parecer prestar atenção. Terminei uma avaliação e segui em sua direção.

- Até quando não vai comparecer as nossas consultas  

Seu olhar se volta pra mim completamente apático, porém a mesma ergue um sorriso mínimo pra mim

 - Até quando eu estiver viva, depois disso nem existirá marcações. - Me sentei ao seu lado e olhei pra mesma direção que ela voltou a se concentrar antes de dizer alguma coisa -Eu preciso que você se afaste doutor 

Olho para a mesma que segurava um isqueiro na mão e um cigarro na outra e entendo que a mesma não queira que eu inale a fumaça. A olho seriamente sentindo um sentimento de raiva misturado com carinho

- Sabe que eu sou seu médico e que recomendo que você não fume 

 A mesma me olha por uns segundos antes de acender e levar até os lábios

- Eu não atendi nem os pedidos do meu pai doutor, estou aqui simplesmente porque prometi fazer uma consulta, não um tratamento, o que eu já fiz a dias atras 

- O que não se mostrou nenhum pouco bom 

A mesma dá de ombros e volta a colocar o cigarro nos lábios, esses que estavam completamente vermelhos dado o tique a mesma tinha de os mordiscar tirando pedaço.

- Você ser médico não significa se preocupar de uma forma tão profunda comigo- Ela se volta pra mim- Então me explique o porquê você está quase desesperado

Olho para seus olhos de um intenso azul e não encontro uma forma mais clara de descrever a forma como a paz era completa quando eu pensava ou estava perto da mesma

- Eu não quero que você morra Lia  

Não queria e nem podia ver a mesma se deteriora até um fim inevitável, da forma mais egoísta eu desejava que ela ficasse viva mesmo que não fosse o que quisesse. Eu precisava disso, precisava saber que a mesma estava viva.  

𝙷𝚒𝚐𝚑𝚜 - A teoria do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora