5. Oz Park de dia

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𝙴𝚛𝚊 𝚊 𝚚𝚞𝚒𝚗𝚝𝚊 𝚗𝚘𝚒𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝚁𝚒𝚌𝚑𝚊𝚛𝚍 𝚎𝚖 𝙾𝚣 𝙿𝚊𝚛𝚔.

Sabendo dos perigos que o aguardavam naquele lugar, o segurança, sem hesitar, já entrava automaticamente em seu estado de alerta máximo ao pisar no parque.

Ele sentia que os inimigos estavam sempre à espreita. Qualquer ruído ou lampejo de movimento captado poderia ser algum sinal importante para garantir a sua sobrevivência. Ele sabia que as criaturas assassinas de metal estavam escondidas nas sombras, o observando, prontas para dar o bote a qualquer momento, e, para piorar, as suas chaves continuavam desaparecidas.

Ao menos, adentrar no parque não era um problema. Quando o guarda chegara para o seu turno dessa vez, a porta de acesso para os funcionários estava misteriosamente aberta, o permitindo sair e entrar como bem entendesse. Ele torcia para que isso continuasse assim, pelo menos, até que recuperasse as suas próprias chaves. Era trabalhoso escalar aquelas grades toda vez.

A noite estava silenciosa. Não havia nuvens no céu nem a umidade no ar dos dias anteriores. Era como se, pelo menos, o tempo tentasse o favorecer, inutilmente.

Com descrença de que algum dia poderia ter uma noite de trabalho normal em Oz Park, Richard se dirigiu ao seu escritório, preparando-se psicologicamente para o que quer que o aguardasse aquela noite.

Entrou na sala mergulhada pela escuridão, mesmo temendo que alguma coisa saísse do canto mais escuro para o atacar, como uma criança com medo do bicho-papão. Ao acender a luz, Richard não pode de evitar fechar os olhos com força, por ter se acostumado demais à penumbra. Foi somente um tempo depois e aos poucos, que ele pode os reabrir, conforme sua visão se adaptava a claridade sem se ferir.

Vasculhando a sala, olhou por debaixo de sua mesa, cadeira e qualquer canto que pudesse parecer suspeito, mas nenhum rastro dos robôs foi encontrado.

Se sentindo um pouco mais seguro por isso, ele se sentou, para começar a trabalhar.

***

O tempo foi se passando e tudo ocorreu bem. O relógio acabará de marcar três da manhã e não havia um sinal sequer de Oliver e Oscar, e, muito menos, de outros animatrônicos. Poderiam ser boas notícias, se não fosse o maldito molho de chaves. Richard precisava dele.

Pela segunda vez, ele não ousava dormir no seu turno. Seus olhos balançavam de um lado para o outro, impacientes, tentando captar alguma anomalia, enquanto o som dos ponteiros do relógio, cada vez mais se tornavam enlouquecedores.

Por fim, depois de muito refletir, o vigia decidiu se arriscar e ir em busca da dupla robótica. Tirou a lanterna da gaveta e foi para fora, se aventurar nos perigos do parque.

A primeira opção que lhe veio a cabeça foi procurá-los no restaurante principal, onde deduziu com o auxílio das placas ilustrativas que ali era o lugar de origem dos dois pequenos robôs como atração.

Quando Richard chegou lá, se deparou com mais um prédio colorido. Detalhes caprichados em diversas cores preenchiam as paredes amarelas, enquanto algumas mesinhas simples permaneciam do lado de fora. Mesmo que a construção se limitasse a apenas o térreo, ninguém poderia negar que o lugar era de um tamanho impressionante.

Ele seguiu pelo caminho livre que ia até à porta de vidro dupla da entrada, mas quando tentou empurrá-la, não teve sorte. Estava trancada, e, mesmo que tentasse olhar por trás da vidraça, não conseguia ver nada, devido à falta de luz.

Richard praguejou em voz baixa e deu meia volta, optando por ao menos tentar espiar umas das janelas do restaurante. Seguiu junto às paredes, até se deparar com a primeira delas. Felizmente, ali o luar iluminava minimamente, o permitindo que visse pelo menos algumas coisas.

Blueberry's Oz Park: Double Quest [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora