9. Busca perigosa

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𝚅á 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚊 𝚎𝚗𝚜𝚎𝚊𝚍𝚊 𝚙𝚒𝚛𝚊𝚝𝚊 – disse Lino, analisando nas patas o par de meias que Richard havia trazido.

– O quê!? – O guarda-noturno exclamou – mas me disseram para eu não ir lá!

Pouco mais tarde naquela mesma noite, após ter lido a carta, o rapaz havia decidido ir ao depósito, a fim de conseguir informações com a doninha. Dessa vez, com a sorte ao seu lado, conseguira seguir caminho sozinho e tranquilamente, sem sofrer nenhuma perseguição dos animatrônicos assassinos. Porém, a situação atual parecia contrabalancear isso: era como se o mundo conspirasse contra ele, sempre o impedindo de sair completamente no lucro.

– Disseram? – Lino repetiu pensativo, como se tentasse adivinhar quem teria dado o aviso. Tirou os olhos das meias por um segundo – É de fato meio arriscado, mas garanto que você não terá muitos problemas por lá.

Richard engoliu seco:

– Não tem outro jeito?

– Não que eu saiba.

– Mas você não é o Sabe-tudo?

– De tudo eu sei, agora, controlar as coisas é outra história.

Richard não encontrou uma resposta. O silêncio predominou por alguns segundos.

– Eu poderia conversar com Blueberry – sugeriu o vigia por fim – como eu faço com vocês. Eu já encontrei com ela uma vez e ela não parecia ser...

– Ela arrancaria sua cabeça assim que te visse – Lino interrompeu de abrupto, mas sua voz, inesperadamente, soou calma e sem ênfases – você já teve muita sorte de ter saído vivo dela uma vez – acrescentou.

Duas vezes, Richard corrigiu silenciosamente, sem ousar dizer isso em voz alta.

Realmente, havia sido uma ideia estúpida, mas o guarda-noturno estava desesperado. Se Jake dissera que aquele lugar deveria ser evitado, então era melhor seguir o conselho. O problema é que ele também tinha confirmado que Lino era confiável, e isso fazia com que as duas instruções se contradissessem naquele momento. No que deveria acreditar agora?

Richard tirou a lista do bolso da jaqueta e a desdobrou com cuidado, se pondo a ler ela mais uma vez, na esperança de encontrar uma resposta para o seu dilema.

Encontrou o que procurava.

Ao analisar todos os quatro tópicos, ele percebeu que o terceiro e o quarto eram muito parecidos, porque ambos diziam para não ir a algum lugar. Mas, havia uma única diferença entre eles: o primeiro, era apenas uma recomendação, enquanto o segundo, uma proibição explícita, com um grande “JAMAIS” destacado.

Ele podia contar com Lino.

– Certo, o que devo fazer quando chegar lá? – perguntou Richard, decidido, guardando em seguida a carta de volta no bolso com extremo cuidado.

Lino observou com certa curiosidade, mas não questionou sobre o papel.

– Você deve procurar suas chaves – instruiu o furão – Elas estão na enseada, guardadas pelos piratas a ordens de Blueberry.

– Mas aquele lugar é imenso! Vai ser impossível revirar aquilo tudo, ainda mais com dois robôs assassinos atrás de mim!

– Eu não terminei. Ajudaria muito se você não me interrompesse – o furão lhe lançou um olhar de advertência, embora continuasse calmo. Sua voz tinha até parecido soar fria naquele momento, mas sua expressão no geral continuou impassível como sempre. Richard se encolheu e permaneceu quieto, deixando-o continuar: – Eu tenho mais ou menos uma ideia de onde suas chaves possam estar, afinal, foram Oliver e Oscar que as esconderam ali.

Blueberry's Oz Park: Double Quest [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora