Medo

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Dois dias se passaram depois do ocorrido, forá escolhido em unanimidade, que enterrariam Pete no mesmo cemitério que seus pais, não era muito longe de nenhuma das casas de ambas famílias.

Vegas tentava a todo custo achar que aquilo era mentira, que seu amado noivo estava morto, ele viu o corpo mas não queria acreditar de forma alguma, e ainda tinha Macau, que ia de mal a pior, Vegas servia de apoio para o outro mas ambos estão mal por tudo isso.

Era uma sexta quando os avós de Pete, Vegas e Macau foram decidir mas algumas coisas sobre o enterro, os irmãos não dormiam enquanto o corpo não fosse enterrado.

O enterro seria domingo a noite, os familiares e amigos do casal iriam, Lilith também.

Já era domingo, as amigos e familiares de Vegas ficaram abismados com aquilo, como era possível? Está certo que, a única certeza que temos na vida é que vamos morrer, mas aquele não era o momento e nem nunca foi.

Vegas se encontrava de frente ao caixão, estava com máscara, todo de preto, igual a Macau e os avós. Seu peito doía, doía porque sentia saudade, sentia ódio de pensar que aquilo foi tudo pensado.

- A gente vai descobrir quem fez isso, é muita injustiça, ele nunca fez mal a ninguém, isso é pecado de mais. - Macau abraçou o irmão que segurava as lágrimas.

- Macau! O nosso amor está sendo enterrado! - Vegas apertou a blusa do irmão e chorou em seu ombro, sua fala era doída.

- Vegas, sentimos muito por isso. - Porsche e Kinn se aproximaram dos dois. - Nós vamos vingar Pete, sempre que precisar, pode nos chamar. - Kinn disse por fim.

- Obrigado, vamos achar quem fez isso com ele.

As horas passaram e em certo momento do enterro a chuva se fez presente, já estava na hora de deixar o caixão ir para de baixo da terra. De repente, um trovão alto foi escutado, Macau sentiu um arrepio como se algo tivesse passado entre seu corpo, Vegas que olhava para o caixão, viu ele tentar abrir mas logo parou.

- Macau... - Vegas o chamou mas não obteve resposta, parecia que o mais novo havia paralisado ali, seus olhos estavam arregalados e começaram a ficar úmidos. - Macau! - Vegas pegou nos ombros do irmão mas não adiantou de nada, Macau continuava atordoado.

Na visão de Macau, Pete estava de frente para ele ao lado de Vegas, ele estava com roupas normais, uma calça e uma simples camiseta.

- Macau...

- Pete...você está vivo?! - Macau disse alto, Vegas o olhou surpreso.

- Não brinca com isso Macau!

Macau piscou os olhos repetidamente voltando a realidade.

- O que foi isso? Porque você perguntou se ele estava vivo? - Lilith, que até agora não havia falado nada, se pronunciou com entoação de raiva. - Você sabe que ele tá morto né? - A mulher disse com tom de brincadeira.

- Fica quieta Lilith! - Vegas rebateu e abraçou o irmão.

- Porque?! Eu disse alguma mentira aqui?! Ele tá morto, dentro daquele caixão, não tem mais vida! Aceita isso, e esquece isso!

Vegas a olhou com ódio e apertou ainda mais Macau, Tankhun era superprotetor com Pete, e não seria agora que isso iria parar.

- Escuta aqui sua vagabunda, se você pensa que vai desmerecer Pete dessa forma, você tá muito enganada viu? E tem mais, ele era e é melhor que você em tudo, tanto que até Vegas te largou, você não é nada melhor que ele, ele era incrível e você não é nada.

Khun dizia tudo aquilo com água nos olhos, era doído dizer tudo aquilo, mas sabia que se Pete estivesse ali, iria amar tudo aqui, ter um dos melhor amigos lhe protegendo era a melhor coisa.

E ele estava.

A partir do momento em que o baú foi aberto pela empregada naquela noite, seu espírito se fez presente.

Quando Macau sentiu o arrepio logo depois do trovão, foi Pete aparecendo para ele, e pelo menos tentando para Vegas também quando o caixão fez barulho, fazendo somente os dois verem e sentir aquilo.

- Vegas! Você vai deixar ele falar comigo assim?!

Vegas ao menos olhou para a mulher, estava com raiva, ela estava falando de seu noivo, do seu amor, do seu Pete.

Havia vários seguranças no local, aquilo era fechado, para a família do falecido.

- Tirem ela, por favor. - Vegas pediu para um dos homens perto de si.

- O que?! Vegas! A gente tá junto! Você prefere ficar com esse morto do que comigo?!

- Sim! Eu prefiro muito mas ele, vivo ou morto ele ainda é meu noivo e você não tem permissão nenhuma para falar dele!

Dois homens chegaram perto dela.

- Eu sei sair sozinha! - Disse e em seguida saiu.

- Graças a Deus um pouco de paz. - Tankhun disse.

- Vamos enterrar ele. - Vegas disse, separou Macau de si que já estava melhor.

Chegando no local aberto, Macau e Vegas compartilhavam um guarda chuva, igual Kinn e Porsche, Chay estava com Kim e Tankhun com seus seguranças, todos amigos do casal.

Vegas se aproximou mais um vez com Macau.

- O que foi aquilo? - Vegas perguntou enquanto olhava para o caixão em sua frente, por conta do barulho da chuva, os outros não escutaram sua fala.

- Eu vi ele Vegas! Juro para você...- Macau se juntou a Vegas novamente.

- Calma, como assim você viu ele? Ele tá...aqui dentro.

Macau fungou.

- Ele estava do seu lado, ele disse meu nome, ele falou comigo, acredita em mim! Por favor!

- Tá bom, sabe, eu ouvi o caixão bater também, mas não quis dizer nada para não preocupar você e nem eles.

Macau o olhou.

- Você escutou?!

- Sim, olha, eu sei que é muito difícil pra você, aguentar tudo isso é ruim pra você, então sempre que precisar pode falar comigo, nós dois estamos passando por isso juntos, nós vamos descobrir quem vez isso com o nosso amor e vamos nos vingar. - Vegas dizia tudo sério, Macau concordou.

[...]

Após o enterro, todos foram para suas casas, Vegas mimava o irmão, apesar de estar mal tentava ao menos ajudar o mais novo, ele era casado com Pete mas seu irmão tinha um grande apego ao falecido também.

Depois que voltaram, Vegas fez comida para Macau, uma sopa quentinha já que a chuva ainda caia, Macau desceu com um conjunto cinza de moletom.

- Coma, vai te fazer bem. - Vegas apontou para o prado de comida em sua frente, Macau se aproximou e se sentou logo começando a comer.

Após o jantar, Vegas levou Macau para dormir e foi para seu quarto.

- Que dia exaustivo. - Terminou de arrumar sua cama e deitou-se.

[...]

Já se passava das duas e meia da madrugada, Vegas dormia serenamente, até sentir uma mão em seu cabelo.

- Macau...O que foi? - Disse sem abrir os olhos e com a voz sonolenta.

A mão passava em seu cabelo lentamente, fazendo o mesmo carinho que Pete fazia em si.

- Macau!

A mão segurou fortemente seus fios e puxou arrancando alguns, Vegas se levantou grunhindo de dor.

Olhou em volta e não tinha ninguém.

- O mesmo carinho que o dele....- Vegas se encostou na cabeceira da cama.

Na mesa em seu quarto havia vários papéis, de repente eles caíram todos espalhados no chão, o quarto era iluminado pela luz da lua na janela sem cortina, uma sombra passou por ela fazendo a luz no chão fazer a silhueta de alguém no chão, alguém muito conhecido por sinal.

- Amor...

Vegas disse vendo a sombra ficar menor, dando sentido que ela estava próxima a janela, Vegas se levantou, quase caiu, e foi em direção a janela, olhando para o chão vendo a sombra de Pete.

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