Capítulo 3

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Algumas semanas haviam se passado e Pete não poderia estar mais feliz. Estar longe da primeira família e de toda sua locura fez bem para ele.

Mas agora, ele precisava voltar para conseguir pôr o seu plano em prática.
Por isso, estava reunido com Vegas e Kan.

- Você vai voltar para a casa da primeira família? - Kan perguntou, com uma expressão desacreditada.

- Por que você está surpreso? - Pete perguntou, cruzando os braços. - Você não via problema do Ken ir e vir.

- Você não tem medo de morrer, não é? Que moleque insolente! O Vegas só me arruma gente inútil! - Kan brigou, olhando para o filho mais velho, que se encolheu sob o olhar de seu pai. Ao ver aquilo, Pete desejou meter uma bala na cabeça de Kan. Ele odiava o jeito que ele tratava Vegas. - E como vou saber que, saindo daqui, você não irá nos trair e contar todos os nossos planos para a primeira família? Qual a sua garantia?

- O que? Você quer que eu prometa de mindinho? - Pete riu ao ver os olhos de Kan brilhar em ódio. - A minha única garantia é minha palavra.

- Isso não serve.

- Eu confio nele, pai. - Vegas disse, em um tom baixo e inseguro. Ele sempre ficava assim quando falava com Kan. - Tenho certeza que Pete não irá nos trair.

Kan ficou alguns segundos olhando para Vegas com um olhar de desprezo.

- Escuta aqui. - Pete chamou a atenção de Kan. - Eu odeio a primeira família tanto quanto você, talvez até mais! Porque vim trabalhar aqui como um garotinho inocente, achando que era minha grande chance, e eles foderam com a minha vida e com meus sonhos. Então, ou você aceita minha ajuda, ou você vai continuar onde está; na segunda família, a família menor, a sem importância, a sem credibilidade!

Kan encarou Pete por longos minutos, deixando Vegas apreensivo.
Então ele retirou a arma de sua cintura e apontou para a cabeça de Pete, que pareceu não se intimidar.

O corpo de Vegas tencionou, parecia até que Kan estava apontando a arma para si, para seu coração - e, de fato, estava.

Mas ele pode respirar aliviado quando Kan deixou a arma na mesa.

- Certo, eu vou dar um voto de confiança pra vocês dois. - Kan disse, vendo ambos assentir com a cabeça. - Mas, se você pensar em nos trair... - Ele empurra a arma na mesa em direção à Vegas. - Eu não vou nem me incomodar de te matar, Vegas irá fazer isso. É sua responsabilidade, entendido?

Vegas olhou para a arma na mesa, então para Pete, que continuava encarando Kan. Ele pegou a arma na mesa, a confirmação que seu pai precisava.

[...]

- Vamos, Vegas! - Pete disse, impaciente.

- Eu não consigo! Não quero te machucar. - Vegas respondeu.

Eles estavam naquela há minutos, com Pete dizendo para Vegas que ele precisava aparecer na casa da primeira família parecendo que fora torturado e machucado por dias e dias. Se ele aparecesse sem nenhuma marca, poderiam desconfiar.

- Você não quer me machucar? - Pete perguntou, vendo Vegas assentir com a cabeça, com um biquinho fofo nos lábios. Pete riu, quem visse, não diria que aquele Vegas cuidadoso e preocupado estava planejando a morte de toda a família mais poderosa da mafia tailandesa. - Você não parecia tão preocupado em não me machucar ontem de noite.

Pete falou aquilo com um sorriso malicioso, que foi correspondido por Vegas, que agarrou sua cintura e o puxou para si.

- É diferente. - Vegas respondeu, apertando o corpo de Pete com suas mãos, ouvindo suspiros dele.

The Betrayer - VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora