Capítulo XVII

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Ao longe ouvindo os pássaros cantando em demonstração de paz, sinto o meu celular vibrar sobre o chão. E com os olhos embaçados, ainda, meio sonolenta, o pego e atendo a chamada sem olhar para ver quem era.

— Ei! Por que está tudo escuro? — Alguém fala em um inglês agradável de se ouvir.

— Alô?! — Falo com a voz embargada ainda dormindo. Não sei se em português ou inglês, só respondi.

—  Solano, dá pra tirar o celular da orelha?! — A voz masculina fala sorrindo.

— AM?! — Digo me virando e tentando enxergar o nome escrito na tela. — AH MEU DEUS! — Era uma chamada de vídeo!

— AH MEU DEUS! SOLANO, VOCÊ ESTÁ SEM ROUPA?! QUE MERDA!!! — O jovem fala com os olhos bem abertos e as bochechas ficando rapidamente coradas.

Ok, realmente não me recordo se após ter tomado banho havia me vestido ou não, mas, enfim. Não importa.
Rapidamente jogo o celular na parte de baixo da cama escutando ele sorrir, e sigo caindo pelos cantos em direção a minha mala, abrindo-a de forma desajeitada, pegando a primeira blusa que vejo e me vestindo vou em direção  ao espelho e tento a todo custo  alinhar o ninho de passarinho que costumo chamar de cabelo passando um óleo hidratante, em seguida, vou ao banheiro pra limpar a bagunça que estava o meu rosto.
Pronto. Pronto?
Acho que agora realmente acordei.
Certo, mas, quem foi o ser irritante que me ligou a essa hora da manhã?!

— Pronto?! — Ouço a voz perguntar.

Agora que estou mais acordada, tento reconhecer o dono da voz, mas, realmente, não consigo.
E assim, andando devagar, vou em direção ao celular.

— Você está bem?! — E lá estava ele, com os olhos em formato de meia lua, sorrindo para mim como se não tivesse acabado de ver os meus seios nú.  — Por que realmente não parece.

— Há há — O respondo abrindo a janela do meu quarto e admirando o quão forte o sol estava brilhando. Era que horas mesmo ?! — O que você quer me ligando a essa hora da manhã?!

Ele dá uma gargalhada muito gostosa de se ouvir. Certo, facilmente eu poderia me acostumar com ele na minha vida.

— Solano, são três horas da tarde. — Diz colocando o seu cabelo para o lado tirando um pouco do meu fôlego. — Você chegou que horas pra estar tão cansada assim?!

Ah! Nem te conto o que me fez demorar a ir dormir. Até agora não estou acreditando, para mim, a noite de ontem pareceu um sonho...

— Não lembro muito bem, — Minto coçando um dos meus olhos. — Você tá aonde mesmo? — Observo a claridade detrás da sua pequena figura na tela do celular.

— Estou indo em direção ao seu dormitório, deixar a mala que você me pediu pra trazer. — Responde mostrando enquanto caminha a mala rosa platinada que me comprara de presente para trazer as coisas que comprei enquanto estávamos brincando de viver juntos.

Ah! Ele está vindo.... Espera! AM?!
Olho desesperada para as minhas roupas no chão, minhas calcinhas jogadas, minha toalha em pendurada, ou seja, para a bagunça que fiz enquanto estava consciente por algumas horas e me desespero.

— Você não pode entrar... — Tento argumentar alguma coisa provavelmente sem lógica enquanto sigo em direção a minha bagunça.

— Novata. — Me interrompe rapidamente. — No período das férias durante o dia, os dormitórios são abertos para visita. — Olha só, dessa eu não fazia idéia. — Você não leu a cardeneta.

— Quem lê aquele negócio?! — E faz sentido ler um monte de regras que uma velha senhora faz questão de recitar a cada vez que cometemos um 'delito infracionario'?

O Nascimento De Um Erro FrancêsOnde histórias criam vida. Descubra agora