Capítulo 7

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OLIVIA COOKE

"Uma curva errada pode me levar a uma nova direção?

Um movimento falso pode lhe trazer um amigo verdadeiro?

Poderia um estranho acabar sendo você?

Nós levamos de volta em todas as direções

Estendendo a mão em direção à porta

Existe uma mensagem, um caminho, de algo mais?"

Tão desesperada, com medo de perder meu filho, sentindo uma dor excruciante, não me restou fazer nada senão esperar por Emma. O tempo pareceu passar diferente naquela noite. E ela chegou em tempo recorde. Quando me viu sangrando e aos prantos, correu em minha direção, me pegou no colo com sua força de sempre e disse que tudo ficaria bem. Me carregou até seu carro e me levou às pressas até o hospital mais próximo.

Depois de ser examinada pelo médico, após algum tempo que eu nem sei mensurar, porque minha cabeça só pensava que eu não podia perder Luke de jeito nenhum, o médico que me atendeu chamou Emma para o quarto onde eu estava repousando e explicou o que estava acontecendo.

- Deslocamento de placenta. É grave. Coloca em risco a mãe e o bebê. Como ainda não chegou no quinto mês de gestação e o deslocamento não é tão extremo, não há como sugerir cesárea. Então, para garantir que vocês não perderão o bebê, o repouso precisa ser absoluto. Nada de trabalhar. Nada de pegar peso, de subir escadas. Só repouso. O tempo todo. Até essa criança vir ao mundo. - foi enfático em suas palavras, sem medo de nos assustar.

Eu gostei do médico e da forma como ele deu a notícia. Simples e prático, deixando claro o que eu precisava fazer para garantir que meu filho fosse viver.

Antes de avisarmos as outras pessoas do ocorrido, Emma e eu conversamos ainda no hospital.

- Acho que é melhor você ficar na minha casa até Luke nascer. - sugere de repente, me olhando seriamente. - Minha casa é grande e espaçosa, você pode ficar à vontade pelos próximos meses sem se preocupar com nada. E assim eu também não vou ficar apreensiva longe de vocês...

É tão fofo a carinha que Emma está fazendo agora. Ela realmente se importa muito comigo e seu filho. Eu já sabia disso antes, mas toda vez que confirmo essa informação eu fico radiante.

Claro que morar com Emma não é o ideal depois do que nos aconteceu. Eu preciso de tempo e espaço longe dela para "superá-la", mas nessas circunstâncias, eu acho que ela tem razão. Nossa prioridade é a vida de Luke. É o que está em jogo aqui. Não posso arriscá-la. Não posso perder o meu filho, a minha razão de viver neste momento tão difícil.

- Eu aceito.

Seus olhos azuis se esbugalham. Acho que Emma não pensou que eu fosse ceder tão fácil a sua ideia. Mas então um sorriso luminoso surge em seu rosto.

- Ótimo! Depois que sairmos daqui, vamos direto no seu apartamento buscar suas roupas e tudo o mais que quiser e daí vamos para a minha casa, pode ser?

- Sim. Só quero ligar para Fabien e o meu pai antes de irmos.

- Ok.

Surpreendentemente, antes mesmo de eu ter alta, Fabien e Matt surgem no hospital ao mesmo tempo com caras muito "suspeitas", eu diria.

Eles se conhecem há um longo tempo. O mesmo tempo que Emma conhece Matt, já que eu conheci Fabien primeiro, ainda na faculdade. Eles nunca foram muito próximos, mas conviveram bastante por nossa causa, frequentando os mesmos eventos, jantares etc. Sempre houve uma certa implicância. Fabien diz que Matt é insuportável e se acha o homem mais lindo do Universo. Matt gosta de provocá-lo porque sabe a raiva que consegue tirar dele.

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