O Conselho dos Verdes

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Alicent estava em seu sono profundo até ouvir uma voz lhe chamando e sentir um leve toque de uma mão.

Abrindo os olhos, embora um pouco sonolenta, ela percebeu que era Sor Criston com um servo.

–Vossa Graça–Disse Criston–, um servo quer falar com a senhora.

Isso despertou Alicent.

Será que finalmente chegou a hora?

–A Rainha me mandou avisar–Disse o servo, sem fôlego e com nervosismo na voz–, quando o rei…

–Entendo–Respondeu a Rainha. A hora havia chegado.

Ela mandou a dama de companhia que estava com pegar o roupão de Alicent e a vestir.

–Venha comigo, Sor Cristo–Disse Alicent após amarrar o roupão–Temos que ser rápidos.

O cavaleiro branco assentiu e a seguiu. Após saírem, ele trancou a porta dos aposentos de Alicent. Nenhum daqueles dois iria sair dali.

–Que horas são?–Perguntou Alicent.

–Hora da Coruja, minha Rainha.

É nessa hora que Viserys tomava seu hipocraz, pensou

O quarto do rei ficava no andar de cima, logo acima dos aposentos de Alicent.

Quando Sor Criston abriu a porta dos aposentos, Alicent entrou e foi até a cama de seu marido.

Ao empurrar as cortinas da cama, ela o viu. O rei Viserys I, seu marido, o homem com o qual ela ficou casada por vinte e três longos anos e teve quatro filhos.

Ele parecia estar em um profundo e aconchegante sono. Dormindo confortavelmente em sua enorme cama.

–Meu rei?–Chamou Alicent, tocando uma mão no ombro de seu marido–Viserys, querido?

Ele estava mesmo morto. Viserys havia partido deste mundo.

–Majestade?–Chamou Sor Criston–o Rei se foi.

–Sim–Concordou Alicent–O Rei está morto.

Não havia tempo a perder. Ela não podia se dar a esse luxo.

Alicent voltou-se para Sor Criston.

–Acorde a todos os seus irmãos juramentados–Disse Alicent–, mande que todos eles acordarem os membros do pequeno conselho e os avisá-los que devem se reunir em meus aposentos imediatamente.

–Em seus aposentos?–Questionou Criston.

–Sim. E mande o empregado até as Celas negras da fortaleza, não podemos correr nenhum risco.

Ele assentiu.

–E o rei?–Criston questionou.

–O rei dorme–respondeu Alicent–Ele dorme até eu falar que não.

Ao voltarem para o seu quarto, Criston pegou o jovem Servo e o levou com ele, enquanto Alicent mandava sua empregada, Talya, a ajudar a se vestir.

Alicent não viu motivos para chamar o chefe da guarda da cidade, Gwayne era seu irmão mais velho. Ele cuidaria para que os interesses da patrulha estivessem alhinhados. 

Eles viram e vão me escutar, pensou. Ela sabia que apenas o rei, a Mão ou um Regente poderiam reunir um conselho, mas ela passou as últimas duas décadas garantindo que iriam ouvi-lá. Rhaenyra estava longe, isolada em Pedra do Dragão por anos, junto de seu novo marido, Daemon, brincando de fazer mais filhos.

Alicent Hightower: A rainha dos verdesOnde histórias criam vida. Descubra agora