𝐗𝐈𝐈𝐈

288 30 10
                                    

Alerta crise de Pânico e existencial
Menção de estupro e culpabilização

Capítulo em parte na visão da
Sn e o restante pela narradora.


Dor e solitude


"Ele corria tão feliz ao meu lado e tudo o que fazíamos parecia tão certo e sem sentido, olhamos para as flores e acabamos por rolar na grama.

-- Olha mana eu ainda vou lhe dar essa flor -- A voz de Washi parecia tão nítida em meio ao ambiente embaçado.

-- Mana, eu vou me tornar o melhor espadachim. -- Eu não consegui lhe responder, nem mesmo lhe enxergar e de repente tudo ficou escuro, eu não via seus enormes orbes castanhos e sorriso doce.

Tudo ao meu redor tremeu, mudando para noite, eu via presas brancas, um sorriso terrível e sangue, muito sangue.

Até que ouvi meus gritos."

-- Se acalme, você está segura. -- Minha respiração estava desregulada e percebi que segurava minhas vestes, olhei para baixo notando ser uma roupa diferente e me encolhi na cama abraçando meus joelhos e enterrando meu rosto ali, tentando estabilizar minha respiração e conter as lágrimas que não paravam de descer ao qual nem percebi que estavam presentes, eu apertei meus joelhos tentando afastar as lembranças que a cada minuto pareciam mais fortes.

Infelizmente eu me recordei tudo.

As meninas de Shinobu estavam ao meu lado e me desculpa mãe por não ter forças para resistir ou sequer aguentar as consequências disso sozinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As meninas de Shinobu estavam ao meu lado e me desculpa mãe por não ter forças para resistir ou sequer aguentar as consequências disso sozinha. Eu não consigo parar de chorar, me sentindo tão... Suja.

-- Aoi ela não consegue parar de chorar, devemos chamar a senhorita Kocho?

-- Não, eu resolvo, podem ir. -- A voz dela parecia severa e tudo o que fiz foi me encolher mais. -- Olha, eu não faço ideia do que aconteceu, mas aqui você está segura.

Meu coração pareceu retornar as batidas corretas com as palavras dela, a garota tocou minhas costas e de maneira retraída e involuntária eu me afastei.

-- Me desculpe. -- Sussurrei.

-- Não precisa, leve o tempo que precisar está bem? Eu vou preparar um chá para você. -- E assim ela saiu e eu voltei a abraçar meus joelhos com força e chorar, eu chorei por três dias me alimentando apenas de água, a comida não descia de forma alguma e toda vez que eu tento sinto uma ânsia me dominar.
Funguei mais uma vez me lavando, eu tenho tomado tantos banhos e nenhum parece ser suficiente, minha mente está tão cheia de cenas daquela noite que sinto como se estar viva fosse errado eu vejo sangue do meu corpo, presas enormes se afundando em meu braço e acima de tudo lembro de cada movimento dele dizendo que me mataria quando acabasse, pois devorar as presas depois de as quebrar era infinitamente mais saboroso. Não paro de pensar quantas vieram antes de mim e quantas viriam depois se Zenitsu não acabasse com esse sofrimento. Meu deus... Eu voltei a chorar sentindo minha pele arder pela forma que eu a esfreguei, me levantei da fonte e me vesti, não posso continuar dando trabalho para elas desse jeito e agora minha cabeça está doendo muito eu preciso me arrumar e ir embora o quanto antes, se eu ficar perto vou arrastá-los para esse meu sofrimento e também não quero que saibam o que ocorreu e ainda tem Zenitsu, ele é o meu marido... Não sei se serei capaz de olhá-lo de agora em diante, sinto como se eu não o merecesse, na verdade, como se não merecesse ninguém.

TENSAI | Zenitsu (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora