two

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Ela está chorando. Ela não para de chorar.
Chegamos atrasados para o jogo da nossa filha. Com isso, Manuela só entrou no segundo tempo.

- Manu. Filha, a culpa não foi nossa. - olho para ela, estava emburrada no banco de trás.

- meu time perdeu. - cruza os braços e seca suas lágrimas.

- Eu já te pedi mil desculpas. O carro da mamãe quebrou.

- Eu sei. A senhora já falou isso. Mil vezes. - não sei o que está acontecendo com ela. Antes era tão compreensiva.

- não fica assim filha. - o carro para no sinal vermelho, Patrick olha para trás. - O que acha de passarmos no Mc Donald's?

- Não quero. - olha para a janela.

O resto do caminho foi silencioso.

Patrick passou no Mc Donald's, mesmo sem ela querer.

- Posso comer no carro? - pergunta, olhando diretamente para mim.

- pode.

- não.

- posso ou não? - dessa vez ela olha para Patrick.

- pode comer filha. - falo e Patrick me olha.

- sabe que nunca deixamos ela comer no carro. Isso é uma regra. - fala voltando o olhar para frente.

- abrimos uma exceção quando ela está chorando no banco de trás. - encosto a cabeça no banco.

- Vocês vão brigar de novo? - faz careta.

- não estamos brigando, querida. - Patrick fala.

- apenas discutindo uma pequena regra. - sorrio e olho para trás.

• • • • • • •

- Manuela! Suba, tome seu banho e desça para jantar. - ela vai em direção as escadas.

- Não estou com fome, mamãe. Acabei de comer lanche, lembra?

- tem certeza?

- Sim, vou aproveitar e ficar no meu quarto lendo. - a coisa favorita no mundo para ela, é ler.

- muito bem! - a observo subir as escadas.

Olho para Patrick que estava me encarando.

- o que foi? - pergunto.

- vou precisar viajar a trabalho. - comunica.

- quando? - suspiro.

- amanhã, volto em três dias. No máximo.

- Por que uma viajem assim, em cima da hora? - todas as vezes em que Patrick viajou ele me dava um aviso de pelo menos uma semana, por isso questiono.

- acabei esquecendo de falar, já faz um tempo que essa viagem está marcada.

- Ok. - murmuro e subo para nosso quarto.

• • • • • • •

Saio do banheiro penteando meus cabelos e dou de cara com Patrick, sentado na beirada da cama.

Ele me olha como se quisesse falar algo.

Coloco a escova na penteadeira e me deito na cama sob o seu olhar.

- Ellen. - olho para ele.

- sim? - sinto o clima tenso.

- está grávida? - pergunta de uma vez.

- óbvio que não. - falo rapidamente. - Por que a pergunta?

- Vi um teste de gravidez no closet, não estava marcando nada.

Amor? - Dempeo Onde histórias criam vida. Descubra agora