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❝ I close my eyes

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❝ I close my eyes

Only for a moment

And the moment's gone

All my dreams

Pass before my eyes, a curiosity...

( Dust in the wind - Kansas)

OS LIVROS DA BIBLIOTECA estavam espalhados no chão, enquanto Rosalie tentava acalmar-se, respirando ruidosamente ainda que nós soubéssemos que aquilo era um dos costumes humanos que não passavam despercebidos em momentos assim. Demorei a me aproximar, seu lindo rosto transparecia dor e lágrimas escorriam por suas bochechas. Aquilo era mais humano do que poderíamos chegar a ser, bom, do que ela poderia, embora parecesse como uma deusa suplicando por misericórdia. Nenhum outro da família havia derramado qualquer lágrima que fosse, segundo muitos dos livros e muitas pesquisas, isso era impossível. Isso deveria ser impossível.

Fui cauteloso ao me aproximar, sentando ao lado do corpo encolhido de Rosalie, à espera de que ela se acalmasse. Pude ouvir um sussurro de sua voz questionando como eu cheguei até ali e decidi ajudá-la a sentar-se, passando o braço por seu ombro de forma protetora.

— Emmet. Ele disse que não conseguiu te controlar e para o Emmet não ter conseguido, ninguém mais poderia. — Dei algumas batidinhas em seu braço e acariciei seu cabelo loiro. — Eu não sei o que aconteceu, mas devo me preocupar?
—  Alice não conseguiu prever, pai... — Ela engasgou, nervosa.

Rosalie, embora tivesse ressentimentos sobre tornar-se uma de nós e fosse distante na maioria das vezes, me reconhecia como pai em momentos que ela se sentia indefesa e incapaz e me bastou ouvir "pai", para que minha guarda ficasse alta, para que eu começasse a pensar no que seria capaz de causar em Rosalie pânico e lágrimas. Lágrimas!

—  O que ela deveria ter visto? — Perguntei, encarando-a, ela por sua vez fitava os livros jogados no chão próximos a porta.
—  Vera. Vera Peterson. — Bastou um minuto para que eu fosse levado para Rosalie contando sua história e suas dores. — Mas... tão humana quanto me lembro. Ela...
—  Onde a viu?
—  Naquela loja de café na frente do hospital.
—  Talvez seja apenas uma descendente ou alguém parecida.
—  Absurdamente parecida? — Ela se afastou, olhando-me assustada. — Eu sei o que eu vi. Quem eu vi.
—  Você se lembra quando Jasper perseguiu um senhor porque tinha certeza de que era seu pai? No fim era apenas alguém parecido. — Confortei-a, ela juntou as sobrancelhas, suas feições perfeitas franzidas em raiva. — Deve ser uma descendente. Você se afastou de todos os conhecidos e parentes, não seria novidade terem descendentes, só é raro encontrar.

Ela assentiu, relaxando. Ainda havia tristeza em seu olhar, as trilhas de suas lágrimas estavam secando, permiti passar o dedo em uma delas e mostrei a Rosalie.

𝐇𝐎𝐍𝐄𝐘  ; 𝐶𝑎𝑟𝑙𝑖𝑠𝑙𝑒 𝐶𝑢𝑙𝑙𝑒𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora