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22 dias para a quitação da dívida

Enid se sentia nervosa por três razões; 1) Wednesday e ela sairiam juntas. 2) Wednesday tentaria algo e 3) Ela não iria relutar, e por essi e algumas outras sensações que ela estava nervosa. Por pura ansiedade acabou passando a madrugada em claro, pensando e se revirando na cama. Sua mente vagava e se questionava duramente; Sabia que era hétero. Claro, Wednesday provocou e por consequência, com a carne fraca que tinha, acabou cedendo.

Mas agora estava ali na escuridão de seu quarto admitindo que tinha recebido a melhor chupada de sua vida, seguido por um orgamos intenso, porém, sabia que não tinha atração por mulheres, mas sabia que tinha tesão por Wednesday. Seu corpo avisava quando ela chegava perto demais, vê-la, tocá-la e beija-la como beijou. Mas era hétero, estava totalmente convencida disso.

O sol estava quase raiando quando pensou que a Addams sentia algo semelhante ao que ela estava sentindo, mas logo descartou. Concluiu que ela só estava fazendo isso por orgulho ferido, queria provar para ela que podia ser boa, podia ser melhor do que todos os seus parceiros sexuais anteriores.

Entre cinco e seis da manhã, Enid se pegou desconfortável com a possibilidade de Wednesday não sentir algo por ela — esta que admitiu para si mesma que sentia algo pela sua contadora. —, talvez fosse consideração, amizade, o que fosse. Se existia algo que Enid podia se gabar era a sua coesão. Nunca ficou indecisa com algo, sempre escolheu ou cara ou coroa. Mas agora com a morena rondando o seu quintal, a Sinclair se pegava confusa.

Não se dando uma conclusão, Enid decidiu que teria uma naquele dia em seu encontro com Wednesday. Quando já eram quase onze, se levantou da cama e foi se arrumar.

Para uma empresária, Enid não vivia no luxo, não tinha roupas caras, mal tinha dinheiro e tampouco vivia esbanjando por ai. Aquele dia se contentou com uma calça jeans e uma blusa branca aberta até o colo, e claro, suas botas coturnos.

Wednesday escolheu um restaurante de nível médio, três estrelas, nem muito bom e nem muito ruim. Quando estava indo em direção ao local se pegou no pulo pensando se a loira iria gostar ou não do lugar escolhido por si. Bom, com todo o seu cavalheirismo tratou de chegar cedo, sentando-se na mesa do conta onde dava para ter a vista da avenida.

Uns quinze minutos depois Enid apareceu pela porta com toda a sua glória e pose. Pose essa que — mesmo sendo orgulhosa — estava prestes implorar para ser fodida. A situação estava empatada, na verdade, as duas sabiam que não estavam dispostas a ceder.

— Tudo bem? — Wednesday perguntou ao perceber a expressão estranha no rosto da loira. Notou olheiras roxas e profundas.

Enid apenas assentiu positivamente e analisou o lugar para enfim pegar o cardápio.

— Tem algo de errado? — Wednesday perguntou.

Enid apenas negou. A Addams que não era boba nem nada franziu o cenho dando a mais alta uma olhadela desconfiada. Mas Enid zombou da sua preocupação rindo. Wednesday sabia o que estava se formando ali; era um jogo no qual ganhava quem provocava mais. Quem demonstrava mais, perdia.

— Quero um café, por favor. — Enid disse após uma garçonete vir até a mesa. Wednesday estranhou, pois já era quase o horário do almoço e a loira estava pedindo um café? — Por que me chamou para esse encontro? — Indagou.

— Queria conversar, e claro, te provocar em um lugar público. Sabe... Ter testemunhas me parece bom.

— Testemunhas?

— Sim. Quero que todos vejam você implorando pela minha boca entre as suas pernas.— Enid se sentiu queimar, tanto que cruzou as pernas tentando se recompor da boca suja da morena a sua frente. — Gosta quando eu falo assim, bae? — Wednesday perguntou. Por debaixo de mesa a ponta de seu sapato subia pelas pernas da loira, subindo pela sua coxa e sutilmente lhe abrindo as pernas dando passagem para fazer o que quiser.

Enid não ousou abrir a boca com o medo iminente de soltar sons constrangedores que detonassem o que estava sentindo. Se remexeu na cadeira inquieta, seu centro sendo acariciado pela ponta do sapato da morena que circulava a região, massageando e torturando-a.

— Você gosta quando eu te toco assim, uh?

A loira deu um leve rosnado para que ela parasse com aquilo. Wednesday se sentiu quase delirar, mas não se permitiu deixar a pose cair. Sorriu convencida ao ver que o corpo de Enid reagia aos seus toques, mesmo que ela morresse negando.

Enid suspirou em alívio quando a garçonete chegou e a demônia a sua frente parou com as carícias. Se recompondo, Sinclair encarou seu café com uma expressão triste e abatida.

— Enid. — Wednesday que não era idiota reparou. — Por que não pediu almoço?

— Estou sem fome. — Deu um gole em seu café.

Wednesday que ainda não tinha se contentado com as sessões — e deixando o assunto do café de lado, por enquanto — voltou a massagear as pernas da loira com a ponta de seu sapato. Como uma cobra que se esgueirava pelos cantos, a contadora subiu até o meio das pernas da outra e voltou a fazer carinho ali. Enid deu um pulinho e grunhiu tentando se afastar, mas em vão.

— Wednesday, porra! Pare. — Pareceu mais uma suplica do que realmente um "pare" de verdade. Wednesday comia a sua comida como se nada estivesse acontecendo, mas se agitou ao ver o corpo da maior tremer. Enid se arrepiou no mesmo instante sabendo o que estava por vir; seu orgamo.

Suas mãos coladas na beirada da mesa como se segurasse ali sua vontade de gemer, principalmente quando ele veio. O forte orgamo que a fez pular da cadeira em espasmos. O seu movimento brusco fez o café cair em seu colo fazendo-a xingar até a quinta geração dos Addams.

Enid assassinou Wednesday com o olhar enquanto inutilmente passava o guardanapo em seu colo tentando amenizar a lambança. A contadora percebeu que ali não tinha somente o aborrecimento do café, Enid estava incomodada e ao mesmo tempo triste.

— Enid. — Chamou-a.

— Eu sei, Wednesday. Não precisa esfregar na minha cara que eu me derreto aos seus toques. Mas se isso vai te fazer ficar melhor, vá em frente.

— O que houve? — Ignorou o leve ataque que a outra lhe deu.

— Nada.

— A verdade, Enid.

O olhar da Sinclair estava doído e detonando preocupação. Wednesday tentou pensar no que podia ter causado aquilo, mas nada lhe veio a mente, pois ontem ela estava bem.

— O banco ligou. — Bufou. — Eles encurtaram o prazo devido às festas de começo de ano. Temos duas semanas. — Enid ergueu seus olhos azuis — agora clarinhos — cheio de lágrimas. — Duas semanas. Míseros catorze dias.

Wednesday pegou em sua mão por cima da mesa. — Enid, eu...

— Eu não vou conseguir pagar, Wednesday.

A Addams lançou-lhe um olhar de pena, mas também estava aborrecida consigo no final das contas. Era a sua contadora, devia ajudar com as finanças, mas estava lá tentando fazer a sua cliente implorar por seu corpo. — Eu sinto muito, Enid.

— Eu não deveria ter vindo. Desculpe. — Se levantou imediatamente. Este ato assustou a morena que se levantou de imediato também. — Wednesday, por favor.

— Por isso pediu só o café?  — Indagou mesmo já sabendo a resposta.

— Eu não poderia pagar pelo almoço.

— Por que não me disse? Além de sua contadora eu sou sua amiga!

Mesmo com a expressão chateada estampada em seu rosto, Enid negou veemente sem sequer conseguir olhar nos olhos da outra. — Me desculpe. — Tentou se afasta, mas Wednesday não deixou fazendo em seguida algo que surpreendeu não só a loira, mas também o restaurante inteiro.

°°

Essa estória vai de 0 a 100 muito rápido, vius.
Jajá voltamos a programação normal

NSFW ( First Book - Versão Wenclair )Onde histórias criam vida. Descubra agora