Capítulo 13

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Pov: Karoline Smith

Depois que Jordan chegou e saudou a todos, meus pais chegaram e tempos depois o jantar começou.

Jantamos num clima agradável, com um pouco de provocação por parte do Ethan, mas nada que estragasse o clíma. Depois da refeição o pessoal foi levantando da mesa, uns para dançar e outros para ficar de conversa apenas.

Sem muita vontade de me mexer, decidi mexer no telefone, faziam dias que eu não lia a minha preciosa bíblia laranja. Fiquei tão distraída que me assustei quando fui chamada por quem eu achei que não veria por muito tempo, talvez para sempre. Brigitte, a filha da insuportável amiga da mamãe.

Não aturei muito suas provocações e fui para o jardim, sendo seguida por Jordan. Tivemos uma conversa muito boa, como a muito tempo não tínhamos, lembramos dos velhos tempos, eu me sentia aquela menininha de 13 anos quando falava com ele, ainda é estranho para mim, mas me senti bem por pensar naquela época boa.

Falamos por mais um tempo, até Jordan dizer que iria a busca de algo para bebermos. Assim que ele desapareceu do meu campo de visão, a diabone surgiu não sei de onde.

- Você não muda mesmo, continuas a viver as custas dos outros, melhor dizendo, continuas a tentar ser alguém por intermédio do Jordan. Achei que com os anos as coisas fossem mudar, mas você continua a mesma de sempre, uma pessoa zero! - Brigitte cospe as palavras.

A princípio não liguei nada do que ela dizia, mas sem perceber, as palavras dela começaram a me afectar, algo dentro de mim foi se quebrando, algo que achei que já tivesse sido consertado, tudo pelo que lutei até aqui, senti... Meu coração doer.

- Não vai responder? E ainda continua se achando superior, eu tenho é pena de você, só espero que Jordan acorde a tempo de perceber que você apenas suga a energia das pessoas e... - Escutamos passos e olhamos para o lado.

Jordan aparece com uma bandeja em mãos, quando olha para mim um olhar de preocupação surge e pergunta o que se passa, Brigitte responde algo que não percebo e vai-se embora. Levanto-me num rompante, eu preciso sair daqui, quero estar sozinha.

- O que foi que aconteceu aqui? - Pergunta.

- Não foi nada. - Riu fraco. - Foi bom passar um tempo com você, mas não vou poder ficar mais, eu vou indo Jordan. - Levanto e me apresso a sair de perto dele.

Posso sentir o olhar dele sobre mim, acelero meus passos, mas sinto meu braço ser puxado me fazendo parar.

- Por favor, me deixa ir, eu não quero falar agora. - Solto um soluço, e as lágrimas que venho prendendo vão caindo. - Por favor. - Sinto ele afrouxar o aperto e largar meu braço de seguida.

Saio do jardim e procuro a saída entre os convidados. Na rua ando atordoada até sair do condomínio, se eu chamar um uber poderão me alcançar mais rápido.

Consigo avistar um táxi e dou o endereço. Não demora, estou adentrando o apartamento, fecho a porta atrás de mim e escorrego pelo chão.

Todas as palavras ditas pela Brigitte martelam a minha mente, lembro de todo o bullying que sofri a minha infância toda, das vezes que me senti insuficiente, das vezes que escutei da boca da minha mãe que queria que eu fosse como as filhas das amigas dela, que Deus poderia ter lhe dado uma filha melhor, que queria que eu tivesse sido um aborto, que talvez eu tivesse sido trocada na maternidade...

- NÃO! NÃOOOOOO! EU NÃO SOU ASSIM, NÃO SOU! - Me levanto, tento limpar as minhas lágrimas, mas em vão, dói tanto...

Ando pela casa, paro de frente ao enorme espelho que tem na sala de jantar e vejo o meu reflexo... Estou horrorosa.

Não solte a minha mão Onde histórias criam vida. Descubra agora