22 - O diário

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Annelise

Agora que o Henry teve suas lembranças de volta, eu morria de medo dele desaparecer de repente. Antes quando estava louco pra voltar e nada acontecia, não me sentia tão mal, afinal, ele não lembrava de mim, mas agora se isso acontecer será sofrido e sinto que não vou suportar caso aconteça. Mas decidi relaxar e aproveitar o momento.

Cheguei ao escritório primeiro que a Elly. Como ontem tinha sido a sua festa devia ter pedido folga a nossa chefe, mas ela chegou uma hora depois.

— Ai, quase eu não chegava aqui, me lembre pra da próxima vez eu não fazer uma festa num domingo. Ó... — mostrou uma vasilha para mim. — Trouxe bolo e alguns doces já que ontem você saiu apressada da festa pra transar com o Henry.

— Hey! — exclamei. —  Eu não... — comecei a dizer mas me calei.

— Não me diga que não transou com ele?

— Sim transei, porém não saí da sua festa pra transar com ele.

— Aham sei... e como foi? — ela sentou despojada no sofá que tinha na sala e me encarou com um sorriso curioso.

— Incrível! Ele é... — fechei os olhos e respirei fundo.  — Maravilhoso!  — sorri tocando de leve meus lábios com os dedos, ainda podia sentir o toque de suas mãos em meu corpo.

— Então é assim que você fica apaixonada? Suspirando?

Eu assenti alargando ainda mais meu sorriso.

— Ain, agora fiquei com inveja, mas muito feliz por vocês. Finalmente o seu Henry imaginário está de volta e o mais importante, ele é real. Eu nunca mais vou julgar você ou a sua sanidade. — disse ela, levantando e indo até a porta.

— Ok, obrigada! — falei incrédula. — Valeu pelo bolo.

— Não há de quê. — ela gritou já fora da sala.

***

Dias depois

Henry e eu estávamos numa lua de mel sem estarmos de fato casados. Fazíamos amor todos os dias sem cansar...

Para compensar o ano que passei com ele na Inglaterra e só rolou beijos e mãos bobas.

Ele já tinha aprendido algumas palavras em português e já estava conseguindo se comunicar melhor com a Elly sem precisar de mim.

Meus pais e meu irmão estavam em outra estado onde morava minha família paterna.  A casa estava vazia então fui lá dar uma olhada em como estavam as coisas e aproveitei para levar o Henry  para conhecer onde eu morava e, o meu antigo quarto.

— Este é o meu quarto, foi aqui que eu dormia enquanto viajava para outro mundo. — falei zoando. — Foi aqui que eu vivi a minha vida toda. 

— Você foi feliz aqui? — perguntou.

— Sim! — disse me aproximando dele, abraçando sua cintura, mas aí desviei o olhar do seu rosto  por alguns segundos e acabei vendo algo. — O que é aquilo?

Vi algo saindo debaixo da cama, me desvencilhei do meu amor e fui até a cama me ajoelhando e pegando do chão o que tinha visto.

— É o diário! Henry, é o meu diário. — abri um sorriso enorme e empolgado me sentando na cama.

O diário que Violet me deu, estava aqui o tempo todo.

Embaixo da cama! 

O que significa que eu passei um ano sem varrer embaixo da cama.

— Eu não acredito! — Henry sentou ao meu lado, eu estava emocionada ao ler todos os momentos que eu passei na Inglaterra. Vi também a carta da Penélope, e a pintura que o Benedict tinha me dado.

— Essa pintura é do Benedict? — perguntou ele.

— Sim! Nossa que saudade deles. Não acredito que estava aqui o tempo todo, eu sou lerda mesmo.

— Anne. — ele me chamou como se tivesse se lembrado de algo, então o encarei.

—  Oi, amor. — falei mirando seus olhos que estavam cheios de apreensão.

— E se eu for embora assim como você foi? — perguntou ele aflito. — No meu caso é ainda pior porque você sabia o dia que voltaria e eu não. Posso sumir a qualquer momento e eu não quero te deixar. — disse ele, aproximando-se de mim e colocando a testa na minha.

— Eu penso nisso todos os dias, mas não vou deixar que a ansiedade me domine por completo. Vamos viver o presente Henry, já abrimos mão um do outro, agora eu só quero aproveitar você aqui, comigo... — o abracei inspirando fundo o seu cheiro.

Acho que nossa linguagem do amor é o toque físico porque não conseguimos manter nossas mãos longe um do outro.

Ele beijou o alto da minha cabeça e me puxou para o seu colo, então começou a passar a mão na minha coxa, subindo e descendo, chegando quase perto da minha calcinha.

— Você tem razão. — ele disse, sua voz saiu entrecortada perto do meu pescoço. — Vamos viver o presente, já sofremos demais com aquela despedida, hoje só quero viver o máximo de tempo com você. — seu hálito quente tocou a minha pele e eu agarrei seu cabelo, passando os dedos entre os fios grossos.

— Isso mesmo meu conde lindo. — falei e minha voz saiu melancólica, e ele  beijou meu pescoço.

Puxei de leve seu cabelo e senti um sorriso se formando em seus lábios enquanto ainda me beijava.
Passamos a tarde ali, não resistimos e fizemos amor na minha antiga cama.

E foi maravilhoso!

Agora que vai ficar aqui, ainda quer ter filhos? — perguntei, deitada em seus braços. Estávamos na minha antiga cama nos recuperando. — Já que não tem mais a obrigação de produzir um herdeiro, ainda quer ter filhos comigo?

— É o que eu mais quero na vida, ter filhos com você.

— Quantos exatamente? Porque lembre-se que aqui temos a opção de evitar uma gravidez, lá no seu século quase não é possível. — estava brincando distraída com sua mão que pousava em minha barriga.

— Uns três? Talvez. E você?

— Eu quero ter seis. — falei prendendo o riso.

— Seis? Tudo isso?

— Quando era mais nova eu queria ter seis, já tinha tinha todos os nomes, mas agora podemos ter três. Meu sonho é ser mãe, acha que serei uma boa mãe?

— Você será a melhor. — beijou o topo da minha cabeça. — Nossos filhos terão sorte em ter você, em ter nós dois como pais. — beijou-me outra vez.

— Estou animada com isso. — dei duas palminhas empolgada. — Podemos começar agora, o que acha?

— O que eu acho? Acho que está muito apressadinha. — ele apertou meu nariz.

— Ok, admito que estou, mas não faz mal treinarmos mais um pouco, não é? — falei, um sorriso safado se formando em meu rosto. Me desvencilhei do seu abraço e sentei em seu colo com as pernas abertas uma de cada lado. — E aí?

— Você é absolutamente deliciosa! — sorriu e abocanhou meu seio exposto, eu gritei com o susto.

— E você é um gostoso. — depois disso ficamos perdidos no nosso próprio mundinho, onde só gemidos, grunhidos e rosnados eram ouvidos.

No presente com um conde - livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora