Seu Anjo - Freenbecky [Revisão]

Capítulo 24 - Crise e decisão

Freen's voice

- Aonde está becky? - me assusto com a voz de Neung e me viro para ela. - a procurei pela casa e não achei.
- Que susto Neung, quase me mata do coração - ela revira os olhos sabendo que estou tentando mudar de assunto antes mesmo de começar.
- Freen - se aproximou me fazendo colocar minhas mãos na cadeira em que estava sentada na varanda. - o que aconteceu? - abaixei minha cabeça e respirei fundo antes de contar.
- Fui dizer a ela o que concordamos e... - Neung cemicerra os olhos em minha direção - me estressei, acabei falando algo arrogante que deu a entender que desisti completamente da nossa mãe e depois gritei com Becky.
- Porra Freen, que vacilo - minha irmã senta ao meu lado em outra cadeira da varanda - e depois ela saiu, sem dizer para onde foi, ou com quem, né? - concordo balançando a cabeça sem dizer nada. - você estava chorando - merda, não preciso dizer nada, Neung sabe só de me olhar.

Não tinha como saber que brigamos de outra maneira, até porque Neung não estava aqui no momento da briga.

- Bom, sabe, eu estivesse pensando naquela conversa que tivemos sobre ela ficar aqui e isso atrapalha-la, acho um pouco injusto da nossa parte dizermos isso a ela, porém, não tem como Free, sinto muito, não é obrigação de Becky estar aqui. Você a conhece mais do que eu, me diga, Becky está feliz aqui? - sei que ela não está, seus olhos dizem isso, por mais que queira estar aqui para me ajudar, Becky sente falta dos nossos amigos de Los Angeles, de sua vida lá, e agora está a dois meses e meio aqui cuidando de mim, indo visitar minhas mãe todos os dias. Sim, Becky visita ela todo os dias, sem tirar um, vai mais do que eu e minhas irmãs.

Eu não queria, mas sei que já passou da hora de Becky voltar.

- Porém - Neung continua olhando em meus olhos como se quisesse decifrar o que estou sentindo agora. - não importando o que irá acontecer com nossa mãe, não aceitarei que volte a morar aqui Freen - sinto uma lágrima descer em minha bochecha - não temos mais esperanças, estamos aceitando de pouco a pouco a partida dela...- seus olhos enchem de lágrimas - então me prometa - coloca sua mão sobre a minha - se algo acontecer, não importa o que, você volta, entendeu? pode vir aqui quando quiser, a casa sempre será sua também, mas você construiu uma vida em Los Angeles.
- Porque está me dizendo isso? - Neung agora cemicerra os olhos.
- Eu te conheço, está com a intenção de voltar para cá porque se sente culpada por ter saído, mas aqui nunca foi sua casa e a culpa não é sua que mae adoeceu. - sinto uma dor no peito quando essas palavras me atravessam como faca.

Isso é verdade, devo confessar que me culpo por ter saído da Tailândia, me culpo desde o dia em que minha mãe adoeceu. Perdi momentos ótimos com ela, mamãe se quer poderá me ver formar se caso sair do hospital, não poderá viajar. A culpa é minha por ter dito a Becky sobre meus sentimentos e agora ela largou tudo em Los Angeles para ficar aqui, nesse sofrimento. Agora seu chefe idiota já ligou algumas vezes para implorar que volte.
Não posso prende-la a mim, não é certo, como disse, a amo ao ponto de deixa-la ir.

E quanto a mim? estou perdida, meu trabalho também deve estar uma bagunça mas minha mãe é o que importa nesse momento.

Se eu não tivesse seguido esse sonho idiota de morar em Los Angeles, não teria perdido momentos bons com minha mãe, talvez até poderia cuidar dela, poderia ter trabalhado mais aqui. E agora tenho que suportar depois de anos sem ve-la a dor de estar a perdendo. E aqui é o meu lugar, se minha mãe sair posso pedir demissão da empresa e trabalhar aqui. Ficar mais perto dela.

- Freen - deixo as lágrimas rolarem mais e mais - não fique aqui, por favor. Depois que Becky for e caso nossa mãe ganhe alta, vá para Los Angeles. Sua casa é aonde o amor está, aqui ou lá - Neung beija minha testa e sai da sala me deixando só. Ficamos alguns minutos ali, chorando como uma criança, até que escuto a porta ser aberta, Becky.

A vontade de chorar se intensifica. Sinto as mãos de becky afagando meus cabelos enquanto me abraça forte.

- Me desculpe, me desculpe - minhas lágrimas insistem em continuar a descerem sem parar enquanto recebo leves beijos no topo da cabeça.
- Se acalme primeiro e depois conversamos. Tudo bem? - acento com a cabeça e me permito chorar. A dúvida em ficar ou ir, me mata, a perda da minha mãe tira todo meu ar.

Minhas mãos começam a tremer e me sinto sufocada, Becky se assusta e afasta um pouco me vendo dessa maneira. Ela então segura minhas mãos e eu apertei.
Estou chorando descontroladamente, não consigo se quer falar.

- Controle a respiração meu amor, está tudo bem, tudo bem - tento controlar minha respiração mas sem sucesso, estou desesperada, porque não para?. - conte de um a dez comigo - Becky diz e repete junto comigo a sequência devagar. Me sinto melhor agora graças a ela, a pessoa que algumas horas atrás fui arrogante.
- Vamos para seu quarto, conversamos lá - diz, apenas levanto e vou em direção ao cômodo sendo seguida por ela. Quando chegamos, sentamos na cama e ficamos cara a cara. - Está melhor? - pergunta acariciando minha bochecha.

- Me desculpe por ter sido arrogante - não respondo sua pergunta pois não quero rodeios, serei direta.
- Está tudo bem, eu disse que entendi você. Mas sinto que há algo mais Freen, confesso. - abaixo a cabeça, desisto de esconder isso.
- Eu tenho pensado bastante sobre tudo que está acontecendo, e tenho que confessar que não sei se voltarei para Los Angeles mais... - seus olhos transmitem agora tamanha tristeza que ela está sentindo, porém, ela não diz nada. Eu esperava que fosse gritar comigo, reclamar, me chamar de ingrata, mas nada, nada além do silêncio. - isso está me abalando tanto Becky, e ficar aqui significa que terá que voltar pois como eu disse antes, Los Angeles é sua casa, e aqui é a minha. Não posso perder as meninas também. - nenhuma resposta ainda, estou agoniada com isso mas continuo mesmo assim. - não me odeie por isso, por favor - sinto uma lágrima descer novamente e limpo temendo que eu tenha outra crise.

- Fui visitar sua mãe - me surpreendo - ela conseguiu falar um pouco - sorri - e me disse algumas coisas que me fez entender do porque vocês a amerem tanto, não apenas por ser mãe, mas sim como pessoa - encosta sua mão na minha coxa fazendo um leve carinho - Irei ir na próxima semana - diz sem mais nem menos, decidida. O que me fez querer saber o que minha mãe disse a ela para estar tão decidida assim.
Então a fixa cai, talvez só a verei daqui anos, e com outra pessoa, outra vida. Mas preciso aceitar e entender, não a prenderei, não importa o que minha mãe tenha dito que fez ela tomar essa decisão, foi o certo.

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Desculpe se houver erros ortográficos.

Tinha esquecido de avisar no primeiro ep kaka sou homem trans então peço para que usem Ele/dele, por favor ❤️

Becky melhorou 🥳