Capítulo 23 - Discussão

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Freen's voice

- Que tal sairmos, hm? - chama Becky passando seu nariz gelado no meu pescoço.
- Não estou afim, desculpa - tem sido assim desde que minha ficha caiu sobre uma possível morte da minha mãe, a quatro semanas.

Ver Becky tentando o máximo e não obtendo resultado está me doendo tanto, sei que é idiota da minha parte mas estou pensando em pedir para ela ir embora e minhas irmãs concordaram com isso também.

Motivo? muitos, seu pai, o trabalho a vida que ela tem lá. É injusto deixar sua vida em Los Angeles para me ajudar e não obter resultados. Becky está se sobrecarregando tanto ao ponto de não dormir. Minha menina não dorme esses dias porque tenho tido pesadelos durante a noite e se mantém acordada até quando não tenho pesadelo algum.

Ela tem cuidado tanto de mim esses dois meses que está esquecendo de si mesma. E não é isso que quero. Mas infelizmente não sei como dizer isso sem parecer que não preciso dela, porque preciso sim, mas não atrapalharia sua vida por conta das minhas vontades e problemas.
Espero ter a oportunidade de dizer a ela isso logo, e sem ofende-la.

- Tudo bem, então vamos comer? por favor Freen... - súplica e sinto a tristeza no seu tom de voz, acho melhor tentar por ela, é mais que justo.
- Okay - forço um sorriso de canto e vejo seus olhos brilharem de alegria.

Fomos para cozinha, Becky fez café e deixou os meus biscoitos favoritos na mesa.
Ficamos jogando conversa fora até que o celular dela toca, era seu pai, não estava bravo dessa vez, apenas perguntou quando Becky voltava e a mesma respondeu um breve "não sei".

Isso me fez lembrar no que pensei mais cedo, sobre ela voltar para Los Angeles. Acho melhor conversarmos sobre isso, vou tentar ao máximo dizer que deve voltar, sem magoa-la.

Esperei que Becky desligasse para ter sua atenção.

- Becky - chamo a mais nova que estava concentrada no celular a poucos minutos.
- Desculpe, me distrai - colocou o celular ao lado e sorriu fraco.
- Precisamos conversar sobre você estar aqui - ela me olha sem entender, continuo. - Você tem sua vida em Los Angeles, não pode ficar aqui por minha causa, nem pelas meninas. Não é sua obrigação.
- Sei que não é minha obrigação, mas estou aqui porque te amo Freen e porque entendo sua dor e a das meninas também. - pego suas mãos que estavam em cima da mesa e faço um carinho leve nelas.
- Por favor Becky, me escute, volte para Los Angeles.
- Você quer me dizer algo a mais, diga - determinou e isso me fez abaixar a cabeça para respirar fundo e depois olhar em seus olhos.

- O que quero dizer é que minha mãe está morrendo Becky, e ficarei aqui por um tempo mesmo depois da sua morte. - confesso e vejo em seus olhos a decepção.
- Porque não acredita que ela possa melhorar? - pergunta e sinto suas mãos tremerem por baixo das minhas.
- Confesso que no começo sim, mas já fazem meses, não posso mentir para mim mesma, até as meninas pensam o mesmo.
- Vocês estão brincando, né? - pergunta e afasta suas mãos das minhas. Apenas nego com a cabeça sem dizer nada. - Freen - me chama e continuo com a cabeça baixa - Freen.
- EU NÃO POSSO FAZER NADA! ACHA QUE EU NÃO QUERIA REVERTER ESSA SITUAÇÃO?! - me exauto furiosa e bato na mesa assuntando Becky. Merda, não devia ter feito isso. - Desculpe, eu- fui interrompida pelo barulho da cadeira indicando que ela estava saindo.

Fui atrás da mesma que agora estava subindo as escadas.
- Becky, desculpe.
- Tudo bem, entendo sua dor - responde sem me olhar - Entendo sua dor mas não o motivo pelo qual está desistindo da sua própria mãe, mas está tudo bem. Ela é sua mãe, pense o que quiser sobre a situação dela, respeito isso. E sobre me dizer para ir embora me dói e isso não consigo entender também - me olha - estou a dois meses aqui por você, suas irmãs e sua mãe! É injusto! - seguro o corrimão da escada com força. - Mas tudo bem, não irei insistir, a casa não é minha. Fiz o podia - deixo as lágrimas rolarem sem tentar conter, não preciso esconder o quanto está doendo em mim para dizer isso a ela.

- Entendo o que está doendo em você Becky, me desculpe, mesmo, você tem me salvado esses dois meses amenizando a dor, mas não tem como fugir do óbvio. Não quero mais ver minha mãe sofrer e nem você deixar uma vida inteira que construiu com tanto amor em Los Angeles. Então prefiro deixar que vão as duas, da maneira como devem ir. Mesmo que isso me doa.
- subo os degraus da escada até chegar nela e tocar sua bochecha com minhas mão limpando as lágrimas. - Ficarei aqui para ajudar minhas irmãs mas logo voltarei porque meu amor estará lá em Los Angeles, aonde é o nosso lugar. - sorrio fraco e Becky apenas acente.

- Tudo bem, voltarei logo, mesmo não concordando. Apenas não quero dificultar mais. - se afasta e sobe o resto dos degraus indo para meu quarto. A sigo para tentar me desculpar mesmo achando isso chato da minha parte.
- Becky - a chamo vendo ela tirar sua blusa e colocar outra de sair. Provavelmente ela irá para algum lugar sem mim.
- Irei comprar algumas lembranças para as meninas. - mentira, é uma desculpa, a quatro semanas atrás compramos as lembranças, mas a deixarei ir só, não foi legal o que fiz e Becky precisa de um tempo agora.
- Tome cuidado - avisei e não recebo resposta nenhuma.

A vejo calçando seu tênis e soltando seus cabelo longos. Esta linda, um anjo lindo e incrível. Após isso Becky pega sua carteira e celular indo em direção a porta aonde estou parada. Nesse momento sinto uma vontade imensa de pedir que ela fique, que não vá para Los Angeles ficar com aquele idiota, para não me deixar aqui, porém, lá é a casa dela, não posso acabar com seus sonhos por causa dos meus problemas.

Respiro fundo antes de dar passagem para a mais nova que sai sem se despedir. Desço as escadas e vou para varanda ver pessoas e carros. Talvez isso me ajude a não ter nenhuma crise de choro por agora, as meninas não podem me ver chorar.

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Desculpe se houver erros ortográficos ❤️
A fic tem uma playlist no Spotify: Seu Anjo (Fanfic)

Seu Anjo - Freenbecky [Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora