Capítulo 11

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Acordo com a ponta do nariz quase congelando. A neblina densa apagou a fogueira deixando o ar ainda mais frio, me enrolo no cobertor, pego minha escova de dentes e uma garrafinha de água, escovo os dentes ali perto e aproveito para procurar alguns gravetos secos. Caminho floresta adentro enrolada no cobertor com minha escova de dentes no bolso da calça e gravetos secos de baixo do braço. Acho que perdida, pensei olhando em volta, caminhei mais pela floresta densa a frente. Ouvi um barulho de água corrente e segui ate ele achando um pequeno canal de água com pelo menos um metro de largura, água cristalina, pedras e flores ao redor. Subi o canal mas parei abruptamente no meio do caminho ouvindo rosnados do meu lado direito, do outro lado da água. Corri para trás de uma grande árvore e espiei o outro lado, mesmo estando quente debaixo do cobertor senti um arrepio subindo pela minha espinha até a nuca, prendi a respiração ao ver três lobos gigantes se aproximando e bebendo a água. Ao me afastar piso em um graveto que se quebra e faz barulho, atraindo a atenção dos predadores. Era o que me faltava, agora, ao correr vou cair de cara igual a esses filmes baratos de terror. Um lobo negro atravessou a água sorrateiramente na minha direção, farejando o ar. Parando na minha frente pude ver o quão grande ele é, tem pelo menos 1,35m de altura e pelo negro feito carvão. Fico parada prendendo a respiração, imagens do meu pesadelo passam rapidamente pela minha cabeça me fazendo arregalar os olhos com vontade de chorar. É isso, ele vai me atacar e comer minhas entranhas. Foi uma premonição, não deveria ter saido de casa, pensei. Os outros dois lobos, um de pelo caramelo e outro de pelo castanho escuro esperam o amigo sentados no lugar de onde vieram. O lobo negro anda ao meu redor cheirando meu cobertor e me olhando. Fico parada com a respiração curta pra não atiçar os sentidos do bichano. O enorme lobo para novamente na minha frente, me encara por alguns segundos e volta para os seus amigos, correndo de volta para a direção contrária de onde estava. Ao ver eles longe corro na direção contrária da deles achando nosso pequeno acampamento graças ao cobertor rosa choque de Brianna.

- Brianna, - grito para ela que estava tomando café - vamos sair daqui agora.

- Não Mandy, senta ai, come alguma coisa. Ainda temos algumas horas pra ficar aqui. - Responde tranquilamente tomando mais um gole do café. Começo a guardar minhas coisas desesperadamente dentro da mochila.

- Não, tem lobos aqui de mais de 1,30m. Levanta essa bunda dai, vamos embora antes que voltem. - Ela solta uma gargalhada aguda.

- Não existem lobos aqui Mandy. Para de ser louca.

- Eu vi. Com meus próprios olhos, vamos embora Bry, por favor. - Implorei já sentindo as lágrimas quentes queimarem meu rosto gelado. Ela arregalou os olhos e começou a jogar tudo dentro da mochila as pressas. Deixamos o local correndo em direção ao carro. Imagens daquele lobo negro pulando em cima de mim e mordendo minha garganta até me matar não saía da minha cabeça.

Chegamos ao carro e entramos as pressas, Brianna dirige até a minha casa e entramos correndo, trancamos a porta e nos enterrando no sofá.

- O que foi Mandy? - Mamãe corre para a sala e beija a minha testa e de Brianna.

- Lobos, - Disse ofegante - eu vi lobos.

- Lobos? Mas aqui não tem lobos Mandy. Que brincadeira é essa? - Indagou confusa.

Toca do Lobo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora