Capítulo 28

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     No quarto ele me sentou na cama e trancou a porta, depois verificou cara centímetro do cômodo.

     - Pheter, eu não posso ficar aqui. Eles vão descobrir quem sou. Eu te avisei aquele dia! Por que não confiou em mim? - Gritei com raiva.

     - Para com isso. - Ele agarrou meus braços e me fez olhar em seus olhos. - Vovô disse que Nefilins estão nos ajudando, ele vai confiar em você! - Disse devagar e depois engoliu em seco.

     - Não, ele não vai. - Me desvencilhei de suas mãos e me levantei - Eu sou um deles, meu pai é mau. Ele vai me usar para achar vocês, Pheter me escuta. Vai embora enquanto pode! - Gritei frustrada. Por que ele ainda insiste? Sabe que aqui é perigoso, sou um deles e ainda assim tenta me convencer.

     - Para de falar isso, para de tentar se afastar. Você não é como eles, você disse ontem que ficaria conosco, que lutaria ao meu lado. Não me deixe por causa disso, nós podemos cuidar dele. - Gritou impaciente, andando de um lado para o outro.

     - Vocês vão matá-los, são minha família. Por isso não mostrei o desenho, agora é diferente. Não é só contra esse tal Francis, é contra meu pai. - Disse baixando a voz, minha visão embasou por causa das lágrimas e me sentei na cama chorando. Pheter se sentou no chão com as costas apoiadas no guarda roupas. - Sabia que isso iria acontecer mais uma vez, primeiro a Brianna, depois o Zany e agora isso. A culpa é sempre minha.

     - A culpa não é de ninguém. - Respondeu com a voz trêmula. Me levantei e sentei ao seu lado, o abraçando. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ele piscava várias vezes para não deixa-las cair.

     - Me desculpa, eu não queria que acontecesse isso. Quis tanto uma resposta para o que aconteceu depois do acidente e fechei meus olhos para as consequências. - O olhei e beijei demoradamente sua testa. - Me desculpa. - Me levantei e destranquei a porta saindo em seguida. Shane, Clara e Emma me observavam passar em silêncio.

     Próximo a porta na varanda alguém me vira e vejo que é Pheter. Ele segura meu rosto com as duas mãos e me beija carinhosamente.

     - Não vai, vamos resolver isso. - Sussurrou entre beijos. Apenas concordei com a cabeça, enxuguei algumas lágrimas do rosto e entramos. - Cadê o vovô? - Perguntou para Shane.

     - No quarto eu acho. - Respondeu curioso. Seguimos para o quarto dele e Pheter bateu, ele atendeu logo depois.

     - Podemos conversar? - Perguntei.

     - Claro, entrem. - Pediu e assim fizemos, sentamos na cama e ele puxou a cadeira de seu computador. Pheter começou e eu terminei de contar tudo, muito bem detalhado. Ele apenas me olhou sem expressão. Minha mão tremia segurando a de Pheter e um fio de suor escorreu pelas minhas costas.

     - Você me perguntou ontem se eu confiava neles. Por que devo confiar em você? - Indagou ainda sem expressão alguma. Engoli em seco e escolhi as palavras.

     - Eu quero ajudar a acabar com essa guerra. Não vou entregar vocês ao meu pai. Mas também não entregarei ele a vocês. - , péssima escolha de palavras.

     - E por que não? - Quis saber.

     - Se alguém te pedisse para entregar Robert aos Nefilins, você entregaria? - Perguntei como se fosse óbvio.

     - Touché. Mas sabe que se ele usar você, conseguirá chegar em nós.

     - E visse-versa. - Retruquei. Não deveria ter dito isso, confesso que foi tentador até para mim. Ele sorriu como se tivesse acabado se ler a minha mente.

Toca do Lobo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora