Capítulo 25

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Alguns minutos mais tarde Shane e Mark passam pela porta se jogando no sofá, seguidos por Johnny, Austin e Jensey. Eu e Silena nos entreolhamos preocupadas, mas ansiosas.

- Achamos! - Disse Mark sorrindo e apenas essa palavra fez Silena chorar incontrolavelmente, ela correu porta afora e fui atrás dela. Zany estava apoiado em Pheter e um outro homem andava ao seu lado, ele era muito bonito e estranhamente parecido com Pheter.

- Graças a Deus! Por que não voltou? Por que está mancando? - Perguntou Silena em um abraço, ele estava visivelmente cansado e mancando.

- Desculpa, vou contar o que aconteceu mais tarde. - Respondeu após um longo suspiro aliviado, ele sorria ao limpar as lágrimas do rosto da mulher e isso tocou meu coração. Ela entrou e os outros o ajudaram a subir as escadas e o levaram para o quarto.

- Mandy, que prazer revê-la. - Diz Miguel subindo as escadas, o abraço apertado.

- Que prazer rever você também Miguel. - Respondi sorrindo - Pelo visto deu tudo certo na outra cidade.

- Deu sim, os... Am, alguns homens quiseram ficar ao nosso lado para nos ajudar. - Disse passando a mão pelos cabelos grisalhos.

- Anjos caídos? Outros lobos? - Indaguei, ele me olhou surpreso e confuso. - Austin me contou o que ele é e o que foram fazer na cidade vizinha.

- Austin? Quando isso?

- Ontem. Ele me contou o que é e Pheter contou pra namorada dele o quem são. - Ele arregalou os olhos surpreso, tão surpreso quanto eu quando Pheter contou para Emma. - Ele e ela estão aqui, vieram ajudar a procurar Zany. - Acresentei.

- Ela está aqui? A quanto tempo Zany ficou fora?

- A um ou dois dias, não sei. - Dei de ombros e disse para entrarmos. Zany acabou indo descansar e Silena ficou com ele.
- Mandy. - Chamou Pheter na cozinha com um enorme sorriso no rosto, todos estavam sentados a mesa e a atenção estava voltada exclusivamente para o homem que acabara de chegar com Miguel. O homem se levantou e parou ao lado de Pheter. Eles eram quase da mesma altura, tinham os mesmos cabelos negros e seus olhos eram castanhos, o rosto quadrado e os lábios finos. Ele não era tão bronzeado quando os outros, mas os músculos eram definidos e grandes.

- Este é meu pai, Robert. - Apresentou Pheter, sorri feito uma garota apaixonada para ele, ele é um homem muito bonito. Tal pai, tal filho. - E pai, essa é a Mandy.

- Finalmente te conhecendo Mandy. - Diz me fazendo voltar a realidade, entendo a mão para um aperto formal, mas ele me abraça carinhosamente, o abraço da mesma forma.

- Prazer em te conhecer Robert. - Disse por fim. Ele sugeriu que sentassemos à mesa, mas insisti em ajudar Clara no jantar.

Após uma hora a lasanha e os outros pratos ficam finalmente prontos, colocamos tudo em cima da mesa e todos se serviram. Confesso que pela primeira vez fiz a melhor lasanha da minha vida! Ela acabou em instantes. Distraída me peguei observando cada pessoa ali, todos sorrindo e conversando como na primeira vez em que vim aqui. A única diferença é que faltavam Silena e Zany. Emma, Austin e Robert comiam conosco, diferente daquele dia.

Um enorme sentimento de culpa apertou meu coração e no bolso, o desenho pareceu chacoalhar, me avisando que a vida deles agora, dependia daquele pedaço de papel. Talvez se eu conversasse com o Michel conseguiria reverter este pensamento, pode ser apenas a imaginação dele, algo que leu.

- Você está tão quieta, o que aconteceu? - Indagou Johnny ao meu lado.

- Nada, só estou pensando. - Respondi brincando com o garfo a minha comida.

- Quer compartilhar? - Perguntou com um sorriso amigo.

- Não, obrigada. - Sorri da mesma forma e voltei a comer.

Após todos terminarem, ajudei Clara a retirar a mesa e limpar a cozinha. Peguei meu celular no bolso e deixei o papel cair, o peguei rapidamente o coloquei de volta no bolso.

- Que papel é esse? - Perguntou Pheter curiosos atrás de mim.

- Lista de compras, esqueci de deixar em casa. Pode me levar embora? - Sorri fraco, por um segundo meu coração parou e suei frio. Sorte que tive uma boa desculpa. Ele concordou e pareceu acreditar na mentira, me despedi de todos e estranhei a proximidade que Emma e Albina haviam criado. Albina geralmente fica o mais longe possível de todos, mas agora estava sentada no sofá com todos a sua volta. Esse dia não pode ficar mais estranho que isso. Entramos no carro e pouco tempo depois ele estaciona em frente a minha casa.

- Pode me dizer o que está pensando? - Pheter me olha curiosos, uma sombra de sorriso desenha seus lindos lábios.

- Não estou pensando em nada, por quê?

- Você está quieta desde a noite em que Austin te contou que era um anjo caído. - Respondeu, levou sua mão em meu rosto e acariciou suavemente minha bochecha, fechei os olhos ao sentir seu toque.

- Fiquei muito surpresa, só isso. - Respondi apenas, nos beijamos apaixonadamente e segui para a minha casa. Papai estava sentado no sofá com Michel e mamãe provavelmente já estava dormindo.

- Oi Mandy. - Diz Michel empolgado. Um nó se formou na minha garganta e me limitei a apenas sorrir. Mais uma vez o desenho dele pareceu pesar no meu bolso.

- Posso falar com você um minuto? - Perguntei esticando a mão para ele que a pegou prontamente. Fui até meu quarto com ele atrás de mim e fechei a porta.

- O que é?

- O que sabe sobre Nefilins? - Perguntei sem rodeios. Ele gargalhou quase maléfico e se sentou na minha cama. Um fio de suor escorreu pelo meu pescoço, minhas mãos ficaram trêmulas.

- Apenas o que papai me disse. - Respondeu.

- E o que ele te disse? - Perguntei hesitante.

- Pergunte você mesma. - Sorriu e saiu rapidamente. Ótimo, bela ajuda! Tranquei a porta e retirei o papel do bolso. Deitei na cama e fiquei o analisando por alguns minutos, aqueles riscos ingênuos guardavam tantos segredos que me roguei uma praga por simplesmente te-lo em minhas mãos. Acabei pegando no sono e dormi com a folha entre os dedos.

Toca do Lobo (SEM REVISÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora