Era quase uma da tarde quando finalmente terminamos de arrumar tudo. Quando estávamos prestes a sair, a Sra. Bennett, que fora embora pouco antes do meio-dia, voltara trazendo comida para Ethan e eu. Precisávamos nos apressar e começar a investigar o mercado de rua, atrás de alguma pista que nos levasse ao assassino, mas o cheiro daquela comida que tomava agora todo o escritório fez minha boca salivar e meu estômago roncar como nunca, afinal minha última refeição decente fora a dois dias atrás, antes de a última vítima ser encontrada. Foram dois dias vivendo à base de café e comida enlatada, para não falar é claro do whisky e cigarros.
Acabamos indo para o mercado as 3 da tarde, naquele horário não havia muitas pessoas ali e apesar de refazer todos os passos de Ethan, não conseguimos nada de relevante, pelo menos até chegarmos até o beco pelo qual o assassino fugira, havia um idoso que aparentava ter pelo menos 80 anos e que estava sentado no alpendre de um prédio judiado pelo tempo. Se alguém iria conseguir nos ajudar, iria ser aquele velho, ele parecia o tipo de pessoa que ficaria horas olhando o movimento daquela rua e é claro de seus moradores e transeuntes.
De acordo com ele, um homem de sobretudo preto entrou naquela rua completamente transtornado, parecendo haver bebido mais do que deveria e além disso, falava sozinho. Ethan logo se alarmou ao pensar que o açougueiro poderia estar falando com o espírito vingativo de Humbaba.
Então um dos moradores do prédio se ofereceu para o acompanhá-lo até em casa, porém se separaram ao chegar às margens do Tamisa.
Agradecemos o velho e seguimos o caminho até onde o vizinho supostamente o deixou e seguiu seu caminho. Andamos por alguns quarteirões e saímos muito próximo da ponte de Waterloo.
Aquilo era um beco sem saída, nós nunca o pegaríamos daquele jeito. Olhei em volta e percebi o quão perto estávamos da sede da Scotland Yard, e logo pensei que se Antoine tivesse contado ao assassino sobre a Macy, a vinda do assassino para essa direção não havia sido uma simples coincidência.
Chegamos até a Scotland Yard poucos minutos depois.
— Precisamos falar com a inspetora Macy Carter — pedi na recepção
Aguardamos até a recepcionista voltar e ela informou que Macy saíra a cerca de duas horas, mas não tinha mais informações a respeito do seu paradeiro.
Senti um arrepio percorrer meu corpo. Aquilo tinha me deixado muito mais aflita, então pedi por algo que eu jamais teria cogitado antes.
— Eu preciso falar com o Inspetor Chefe Schultz.
Eu precisaria tomar muito cuidado com minhas palavras, o Inspetor chefe apesar de insuportável era alguém perspicaz, qualquer palavra mal escolhida poderia ser minha sentença.
— onde está a Srta. Carter, inspetor?
— Ela está trabalhando em outro caso e foi fazer uma investigação na rua
— Preciso falar com ela urgente
— É sobre o caso do açougueiro? — perguntou ele mudando o tom de voz—você pode falar para mim, isso não é hora de ficar retendo informações para si, Detetive Elisabeth.
Ele não iria me falar o paradeiro de Macy se eu não dividisse nenhuma informação com ele, contudo, ele não precisava saber toda a história...
— Estamos em perigo Inspetor Schultz, Ontem a noite fui atacada pelo açougueiro e meu assistente foi perseguido por ele no mercado de rua, acredito que estamos chegando perto de descobrir quem ele e é, por isso ele começou a perseguir as pessoas que estão investigando-o, estou com medo que talvez, após sua tentativa fracassada de nos matar na noite passada, ele possa vir atrás da Macy.
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Miss Lisa e o Mistério das Adagas Sumérias.
Mystery / ThrillerLisa é uma sobrevivente da Primeira Guerra Mundial, e depois do final do conflito, ela se mudou para Londres, onde trabalha como detetive particular. Porém, essa não era sua principal atividade. Ela sempre se interessou em artefatos, relíquias, joia...