Capítulo VII

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Assim que alcançamos Macy, eu tirei a mordaça que tampava sua boca. Ela estava aos prantos e não parava de me agradecer encostada com seu rosto no meu busto, eu passei meus braços sobre ela para abraçar e vi que havia algo amarrado na sua barriga, era de metal, mas não era uma corrente, quando passei a mão ao longo de metal senti algo penetrar e cortar meu dedo. Aquele lunático havia amarrado sua barriga com arame farpado, nós precisaríamos tirar aquilo com cuidado já que havia vários fios de arames entrelaçados dando várias voltas em torno de seu corpo e a cada tentativa de tirar ela se queixava de dor, afinal o arame havia penetrado em vários pontos de sua pele. Dei uma olhada nas correntes que prendiam suas mãos e pés, e elas eram grossas e estavam firmemente fixadas em uma máquina que era pesada demais para movê-la.

— Não se preocupe Macy, nós vamos te tirar daqui — falei

Ela secou as lágrimas do seu rosto com a manga da camisa e acenou com a cabeça enquanto tentava esboçar um sorriso.

Naquele momento senti o feixe de arame farpado tencionar, percebi por fim o que o açougueiro queria com aquilo e logo gritei para o Ethan:

— fique aqui e vai tentando desamarrara-la ela, eu preciso chegar no final desse fio.

—Não Lisa!, nós temos mais chances se ficarmos juntos. — gritou Ethan aterrorizado

Naquele momento, Macy começa ser arrastada pelo feixe de arame, fazendo as pontas cortantes do arame rasgarem sua pele.

Ela solta um grito e logo Ethan também percebe o que esta prestes a acontecer.

— Rápido Lisa! Vai!

Fui seguindo o feixe de arame farpado enquanto ouvia Macy gritando de dor. Eu não cheguei até aqui para ver minha melhor amiga ser partida ao meio por esse psicopata.

Cheguei até a área da fábrica de onde vinha o feixe de arame e logo senti um arrepio subindo pela minha espinha, ele com certeza escolhera esse local cuidadosamente, afinal era o local perfeito para me emboscar, já que ali o cheiro de peróxido de hidrogênio era muito forte, então eu não sentiria seu cheiro, o barulho de seus passos seria mascarado pelos barulhos do funcionamento das máquinas. Eu estava bem aonde ele queria, mas eu não tinha escolha, os gritos de dor da Macy ecoavam pela fábrica, não importava para mim, estar encurralada pelo açougueiro, desde que eu achasse uma maneira de desligar o eixo que estava girando e pouco a pouco enrolando o arame que rodeava Macy e ameaçava parti-la ao meio.

Andei ao redor, mas não consegui achar uma maneira de desligar o eixo, naquela escuridão não dava para ver qual correia era responsável por girar o eixo, então fui destruindo todos que encontrei, porém nenhum fazia o eixo parar, eu estava desesperada. Eu já nem olhava ao redor para ver se o açougueiro estava ali, eu só queria parar aquilo, então naquele momento eu ouvi algo que me deixou em choque, Macy gritou desesperadamente o nome do Ethan, seu grito foi alto e estridente. Em seguida ouvi Ethan soltar um grito de horror.

Não conseguia deixar de pensar que já era tarde demais, e que Macy agora estava rasgada ao meio.

Eu estava em choque, até que um grito me fez retornar a realidade:

— Socorro Lisa!

Aquela era a doce e inconfundível voz da Macy. Ela ainda estava viva!

— Rápido! O açougueiro atacou o Ethan! — gritou Macy — ele está sangrando muito

Eu já estava ficando cansada de tudo aquilo, peguei minha Pistola Ruby e comecei a disparar contra os eixos e engrenagens fixados no teto isso fez a alça de sustentação do eixo quebrar, mas não foi o suficiente para parar a rotação, então peguei meu sobretudo passei por cima do eixo e me pendurei forçando meu peso para baixo, depois de alguns puxões o eixo estourou e fazendo eu cair com força em cima de uma máquina de tecelagem, me causando alguns ferimentos superficiais, mas era um preço baixo a pagar pela vida da Macy.

Miss Lisa e o Mistério das Adagas Sumérias.Onde histórias criam vida. Descubra agora