A escolhida

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Cavalgava com fúria, raiva, frustração...
Não deveria ser assim, nada deveria ser assim, pensou enquanto precionava o animal de pelo castanho a correr ainda mais.

Talvez devesse aceitar, talvez não a mente gritava num dilema terrível.
Era estranho como não queria casar e formar uma família, contudo aquela jovem precisava de seu nome  para sair da lama.

Uma gravidez fora do casamento arrumaria qualquer chance de casório para a dama.

Era estranho como ela pedirá para vê-lo em um dia de inverno e simplesmente implorou para que a assumisse em nome de seu falecido irmão.

Ninguém sabia do romance extraconjugal do primogênito da família, muito menos que havia deixado sua semente a germinar no ventre da amante antes de morrer em meio a guerra.

Tolo, tolo mil vezes tolo, não acreditava que Andrew tinha sido tão sem escrúpulos assim.
A esposa cheia de crianças mal sabia que era traída desde de o início do casamento.

O que ele faria, não podia deixar a menina e criança serem estilhaçados pelos decoros sócias, ninguém se importava se a jovem foi enganada ou não. Para todos nada justificaria seu delito.

Respirou fundo sabendo que sacrificaria sua liberdade para o bem daquela criança que nem sequer sabia dos erros de seus progenitores.

Resignado sabia que deveria assumir a culpa por algo que não fez, por isso chegou diante dos pais e explicou uma história tão bem criada que até mesmo ele acreditou ser o pai da tal criança.

5  anos depois

A menina era fútil e esnobe, com poucos  anos de casados percebeu isso.
Na mesma proporção que amava a criança detestava a esposa.

Não mantinham relações ainda que ela se insinuase constantemente.
Ele procurava prazer em outros lugares.

Para todos fingiam ser um casal feliz , mas na realidade tudo não passava de uma rede de mentiras muito bem construída.

Gostava do trabalho de advogado, ganhava bem e fazia o que amava de fato.
Gastava a maior parte do tempo em seu escritório resolvendo casos de diversos tipos.

Não podia reclamar da vida, tinha uma filha linda que amava como se fosse realmente sua.

Um emprego dos sonhos e um casamento estável,  mesmo que não tivesse um pingo de amor pela mulher.

Chegou cedo naquela tarde de quinta, abraçou a pequena de fios loiros e a rodopiou como de costume.

- Papa estava com saudades!- disse num tom típico de menina amorosa.

-Hoje posso passar mais tempo com minha princesa. Sai mais cedo do escritório. - a colocou no chão enquanto ela saltava de alegria.

- Mamãe saiu com as amigas,  aquelas mulheres esnobes.- desabafou triste .

-  Não acredito que ela teve a coragem de te deixar sozinha nessa casa. Quando ela voltar terei uma conversa muito séria sobre isso. - disse furioso.

- Não quero que vocês fiquem brigados, estou bem papá. Sei me cuidar tenho 5 anos .- respondeu sorrindo orgulhosa.

O homem sorriu de forma entristecida, pois não podia atender ao pedido da filha. Era um absurdo deixar uma criança sozinha para sair com amigas.
Resolveu fingir que não se importava só para não preocupar a pequena.

-O que acha de brincarmos um pouco ? - perguntou para mudar o rumo da conversa.

- Sim sim...- respondeu alegre .

Brincaram a tarde toda , e no fim da tarde a menina dormiu .
A cobriu com todo cuidado é saiu do quarto visivelmente irritado.

Ouviu os risos da esposa no andar de baixo e teve certeza que está embriagada.
Ela o viu mesmo antes de descer completamente as escadas.

A Governanta dos meus Sonhos Onde histórias criam vida. Descubra agora