vontades restringidas

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Lucien

Depois do trabalho , resolveu procurar um dos bordéis mais requisitados de Londres. Chegou e encontrou um grupo de amigos conhecidos no ramo das finanças:

- Que bons ventos o trazem Lucien, faz tempo que não vem aqui .- cumprimentou Thomas seu velho amigo de infância.

- Digamos que o trabalho preenche boa parte de meu tempo. Mas acho que estou necessitando de relaxar. - explicou passando a mão pelos cabelos loiros.

Uma das jovens que servia sentou em seu colo , contudo realmente não sentia vontade real de algo .
A menina pareceu perceber a falta de interesse e foi em busca de outro cliente:

- Tem certeza que veio ao lugar certo? Está mais espantando as moças do que qualquer outra coisa .- debochou o outro tomando mais um copo de bebida .

Por um segundo , ele cogitou que não faria mal desabafar , talvez o amigo conseguisse lhe abrir os olhos sobre o que houve ontem:

Explicou a situação para o outro guardando os detalhes mais íntimos e esperou uma resposta positiva :

- Faz tempestade num copo d'água,  isso é muito simples de solucionar .- explicou com um sorriso esperto.

- Como? - questionou num misto de ansiedade e curiosidade.

- Ora tente algo com a moça,  ela é sua governanta não deve ser tão difícil!- aconselhou se pondo de pé e acompanhando uma das meretrizes até o quarto .

Petreks ficou paralisado com a proposta,  não podia simplesmente usar Amália como um meio de diversão. Aquilo era errado .

Olhou para o ambiente,  mulheres se sentavam perto,  o insitavam , porém nada o vazia sentir como na outra noite .
Sabia muito bem que o amigo tinha razão, mesmo que não quisesse admitir. Estava em um lugar que gritava prazer , contudo desde quando pisou ali sentiu muitas coisas mesmo vontade e desejo.

Uma inegável constatação se formava , todo aquele ardor foi movido pela governanta,  não pela falta de libido .

Talvez deve-se experimentar um contato mais íntimo, somente para ver o que aconteceria. Saiu de seus devaneios quando notou risos dos homens e mulheres,  estava em pleno bordel pensando em Amabel .

Levantou rápido e saiu a passos apressados,  o cocheiro pareceu estranhar a rapidez  com a qual saiu, mas como um bom criado nada disse apenas conduziu a carruagem.

Amabel

Ouviu os cochichos enquanto pegava com pouco de biscoitos com leite para Annalise .As serviçais comentavam que o senhor Petreks iria demorar pois tinha ido procurar meretrizes.

Por mais que não fosse de sua conta, ela se sentiu triste. Nem sequer sabia o por que .
Ele era um homem,  solteiro agora e tinha sua vida e suas necessidades. Ainda assim um gosto ácido  desceu por sua garganta ao ouvir aquilo .

Tentou esquecer do assunto e se distrair enquanto brincava com a criança,  porém o aperto em seu peito continuava a sufocando de alguma forma.

-Está tudo bem ?- a menina perguntou diante do silêncio da ruiva.

- Sim pequena,  só estou um tanto distraída,  me perdoe. - mentiu para não preocupar a garotinha.

Ao anoitecer colocou-a para dormir e foi se banhar para também descansar.
Como diziam as más línguas realmente o patrão iria tardar a chegar.

Colocou sua camisola recatada e seu robe é esperou que o sono viesse,  mas parecia apreensiva demais para relaxar.

Olhou para os quadros nas paredes , e por fim decidiu levantar .
A casa estava silenciosa , pelo visto a única a perder a paz era ela .

Por algum motivo estranho a porta do escritório do senhor Petreks estava aberta .

Talvez alguém da limpeza tivesse esquecido de trancar , se dirigiu até lá com a intensão de fechá-la, porém pela fresta, viu o patrão com um copo de uísque nas mãos,  sem o colete social,  apenas com uma camisa com os primeiros botões abertos mostrando um peitoral esculpido e forte .

Ela se assustou e tentou fingir que não viu nada, entretanto seu suspiro de espanto é supresa foi captado pelos ouvidos atentos do homem que se virou a vendo parada a porta.

-Amabel ! O que faz acordada a essa hora ? - questionou confuso se aproximando de onde ela estava.

Antes que pudesse fugir ele segurou seu pulso com cuidado , entretanto de forma firme a fazendo parar .

- Não precisa ir , fique e me faça companhia por favor .- pediu a olhando de uma maneira aflita.

Ela adentrou o cômodo meio sem jeito .

- Não consegue dormir?- questionou preocupado.

- Me sinto incomodada desde  cedo , logo o sono me escapou .- explicou pois confiava no patrão.

- O que a perturba , se for algo que Annalise fez falarei com ela amanhã mesmo .- esclareceu disposto a ajudá-la.

- Ela não fez nada senhor , é um doce de menina - defendeu a criança e se agarrou ao robe que cobria a camisola.

- Foi algum dos criados então? - tentou mais uma vez descobrir a causa do desconforto da jovem.

- Todos me tratam bem aqui , não há nada de errado...- disse sem querer revelar o real motivo de sua agitação.

Ele fitou o copo vazio e respirou fundo finalmente a encarando.

Lucien

Ela vestia roupas inapropriadas , percebia como a mesma apertava o manto afim de nada revelar .
Sendo que queria que ela fizesse exatamente o contrário.

Via nos olhos dela coisas demais para serem ignoradas, parecia não entender o intuito daquela reunião.

Necessitava tocar  nela , precisva ver como seria ou o que sentiria .Talvez a bebida o tivesse feito perder a pouca decência que ainda lhe restava , por isso se aproximou a passos lentos.

A governanta olhava para tudo no escritório menos para ele , o que o deixava frustrado .

- Olhe pra mim Amabel.. sussurrou tão baixo que pareceu a acalmar .

Parou a um palmo de distância,  vendo o quanto ela era pequena perto de si.

- Também me sinto ansioso, entretanto tenho pleno conhecimento dos motivos.- disse a olhando como se a visse pela primeira vez.

Começou a se aproximar mais , vendo como ela simplesmente o olhava num misto de curiosidade e confusão. Entretanto não fez menção alguma de afastá-lo.

Um barulho de objeto se quebrando fez que ambos se afastassem, não permitindo a concretização de qualquer intimidade que poderia ocorrer.

- Fique aqui verei o que aconteceu!- pediu tentando proteger a honra dela , uma vez que aquele situação era demasiadamente Imprópria.

Ao chegar nas escadas viu que um jarro de porcelana jazia em cacos no chão,  notou que a criada parecia nervosa e abaixou a cabeça envergonhada :

- O que houve ? - questionou num tom neutro , pois não gostava de ser severo com os empregados.

- Desculpe senhor e que estava com sede , e no caminho para meu quarto acabei derrubado a peça.- apertou o avental sem jeito.

- Acho que deveria estar descansando , ao invés de trabalhar a essa hora. - Pegue sua água e vá dormir,  deixe essa bagunça para amanhã certo .- ordenou um tanto decepcionado por ter sido interrompido em um momento tão desejado.

Voltou ao escritório,  mas com desapontamento notou que Amabel tinha ido embora . Com um suspiro resignado resolveu dormir , afinal a noite tinha sido um total fracasso no fim das contas..



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