Primeiros indícios

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Amabel

Três semanas haviam decorrido, desde quando, voltará a trabalhar na mansão. A cada dia ficava mais ligada a Annalise, e suspeitava que a criança também se sentia da mesma forma.
Nunca pensou sobre ser mãe, contudo aquela bonequinha a fazia repensar em tal possibilidade.

Abanou a cabeça tentando desviar tais pensamentos,  era uma solteirona convicta, sua época de encontrar o marido ideal tinha passado , melhor seria se completar com o lado profissional e focar em sua tão almejada independente.

O mundo já tinha muitas mulheres perpetuando o destino de casório, logo via a chance de fazer diferença.

Voltando a realidade terminou de organizar as coisas para o piquenique que faria com a garota.

Hoje soube pelos criados que o senhor Petreks chegaria mais cedo para resolver alguns assuntos relacionados ao divórcio que finalmente tinha sido encerrado.

Contudo , a família o estava  criticando pela forma que  tratará a ex- esposa praticamente a expulsando de casa.

Dobrou o último guardanapo incomodada com a circunstância que o patrão estava lidando,  afinal a única culpada era ela.

O homem só tinha atraído todos esses problemas por defendê-la.
Suspirou pensando em fazer algo para compensa-lo , talvez um bolo , ou um jantar especial. Mesmo que isso não soluciona-se a confusão,  pelo menos ele veria que era grata por sua bondade para consigo.

Sorriu já planejando todos os detalhes para a noite.
Depois do piquenique pediu ajuda a Abigail que pareceu empolgada com a ideia , juntas escolheram o cardápio , sendo os doces sua especialidade.

Depois de colocar a pequena para dormir, organizou todos os últimos preparativos. Como era um jantar de agradecimento seria somente ela a servir .

.....

Lucien

Nunca pensou que Cristine faria a cabeça de seus pais,  ele poderia desmascara-lá e revelar a verdade sobre o caso que mantinha com o falecido irmão.
Mas pensava no bem estar de Annalise,  ela não merecia saber que fora fruto de uma relação imoral .
Fora que os avós começariam a menosprezar a criança pelos erros dos pais o que seria crueldade.

Decidiu que aceitaria ser o vilão da história,  para proteger sua filha .
Não se arrependia nem um pouco do que fizera a Cristine , e faria tudo novamente por Amabel .

Pensar nela o fazia  se sentir feliz , mesmo que não entende-se ao certo a razão.

Ultimante isso tinha se tornado frequente , a mente hora ou outra  vagava pela governanta.

Porém , não conseguia ver mal nisso .Seja lá o que fosse não queria impedir , acreditava que fosse apenas gratidão pelos cuidados que a mesma destinava a sua casa e a todos que lá estavam .Apenas isso , concluiu organizando a maleta com os últimos documentos que deveria analisar.  Os planos de chegar cedo tinham ido por água abaixo , afinal já passava das dez da noite .

Saiu do escritório,  vendo o clima noturno de Londres,  cumprimentou o cocheiro e adentrou na carruagem .

Assim que chegou viu que todos na casa já dormiam . Entretanto uma das lamparina permanecia acessa, seguiu por lá e se surpreendeu ao ver uma mesa de jantar perfeitamente posta , com um jantar que cheirava divinamente bem .

Eram tantas opções de comidas que mais parecia um banquete para dez pessoas.

Um bolo minuciosamente decorado enfeitava , junto das seleções de pratos .
Em uma das cadeiras Amabel dormia com a cabeça apoiada nos próprios braços , usando a mesa como apoio.

Lucien observou um bilhete com seu nome e o abriu :

De Amabel

"Obrigada senhor Petreks,  por ter me  defendido quando fui humilhada por dona Critine .

Sei que está enfrentando problemas por minha culpa , logo resolvi lhe preparar um jantar como forma de agradecimento por todo o selo e cuidado que tem destino a mim .

Nunca em minha vida alguém me protegeu de tal forma , então essa é a melhor maneira que encontrei de retribuí-lo ."

Ao terminar a leitura, não pode deixar de se sentir um completo insensível  por ter a feito esperar, ainda que não soubesse de nada .

Com cuidado pegou a dama em seu colo e a conduziu até o quarto que a pertencia.
Ela se remexeu apoiando a cabeça em seu peito , o fazendo sentir aquela fragrância de morangos que tanto o deixava oscilante.

Com cuidado abriu a porta com a ajuda do pé e entrou a depositando na cama.

Os cabelos vermelhos tinham se soltado a dando um ar mais mulher e menos menina .

Simplesmente ficou hipnotizado pela cena, sabia que deveria ir embora , todavia algo o atraia para perto .

Uma vontade de tocá-la ....conhecê-la... A mão se ergueu mesmo que soubesse o quanto aquilo era errado .
Aquela diante dele era Amabel  , não uma das meretrizes com quem já esteve , muito menos as outras que já esquentaram sua cama .

Ela se agitou em seu sono fazendo com que o vestido simples subisse revelando uma parte das pernas macias e fartas.

Os olhos verdes correram vacilantes para a pele exposta, o que o trouxe um calor que sabia muito bem o que significava

Afastou-se antes que se torna-se um verdadeiro canalha  , pelo que almejou fazer . A olhou pela última vez lutando contra a vontade de tomar liberdades que não deveria.

Fechou a porta devagar e desceu para desfrutar do jantar que ela lhe preparou com tanto carinho. Ainda que tudo estivesse delicioso. Sentia o gosto amargo do remorso pelas vontades que o tomaram a pouco .

Escreveu um bilhete de agradecimento e lançou por debaixo da porta da governanta.

Foi para seu quarto retirando a parte de cima da roupa e deitou consciente de que estava aflito pelas vontades reprimidas .

Amanhã iria urgentemente encontrar  alguma mulher para satisfazê-lo. Talvez estivesse trabalhando demais e isso o estava afetando.

Não podia deixar aquilo acontecer de novo , devia respeito a Amabel .
Daria um jeito de esquecer o que houve custe o que custar ....







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