Amabel
Algo estava muito errado, entretanto não podia simplesmente saltar da carruagem no meio do nada.
O caminho se tornando cada vez mais longo e a compreensão de que deixava Londres fazia um frio amargo descer por sua barriga.
O sorriso arrogante do nobre de feições tão semelhantes a Cristine , a deixava ainda mais preocupada.
Pouco lhe olhava e parecia tão absorto nos próprios dilemas.
Pelos ares do local reconheceu Brighton, uma das cidades vizinhas a Londres .
Tinha ido lá poucas vezes na infância, quando a mãe ainda era viva.
Lembrava vagamente daquele lugar repleto de ventos fortes e céu quase sempre encoberto.
A brisa gelada acariciou sua face a fazendo se encolher, o que trouxe a atenção do homem impecavelmente vestido para si:
- O clima é um pouco mais frio por aqui , tome minha casaca para se aquecer .- estendeu a peça em sua direção.
- Obrigada ! - agradeceu abraçando o tecido aconchegante.
Depois de uma pausa um tanto brusca o condutor parou. A porta foi aberta e teve a ajuda do cavaleiro para descer .
- Vamos a propriedade fica por ali !- disse a conduzindo em direção a mansão.
A governanta olhava atentamente para cada canto a medida que avançaram, vários criados esperavam na porta e uma confusão se formou na mente da jovem.
Ao que sabia Cristine não era rica , logo não poderia viver numa casa daquelas.
- Essa mansão é de sua irmã ?- questionou curiosa com a possibilidade.
- Não senhorita Sinclar , esta olhando para o dono .- respondeu sorrindo orgulhoso.
-Sei o que está pensando , deixe-me esclarecer .Somos de uma família sem grandes posses.
Contudo , fui o único que conseguiu enriquecer com o próprio trabalho. - explicou enquanto pedia com um gesto de mão que ela o acompanhase.
Subiu os degraus e andaram por longos corredores, até que pararam em frente a uma porta .
- Peço que entre !- pediu de forma polida.
A ruiva entrou observando um quarto luxuoso , porém a cama jazia vazia e perfeitamente arrumada.
Ela engoliu em seco e se virou para o homem parado a porta , ia interrogar sobre a ausência da irmã.
Porém o sorriso no rosto belo já dizia por si mesmo que ela tinha sido enganada .
- Acreditou mesmo naquela história mal contada , ouvi dizer que era bobinha, entretanto foi bem mais fácil engana-lá do que havia imaginado.
- Ficará nesse quarto , até que retorne, e nem pense em fugir , pois pagará caro se tentar. - ameaçou a olhando com frieza .
-Lucien virá me ajudar! - retorquiu numa mistura de confiança e tristeza.
- Ele não faz a mínima ideia de onde está, muito menos sabe que veio ao encontro de Cristine.
- Sinceramente acho melhor esquecer seu príncipe encantado e ser bem boazinha comigo .Não sou Ethan que cismou de bancar o bobinho apaixonado.
A mim a senhorita não vai conseguir dobrar com sua carinha de boa moça. Não costumo ter compaixão, então é melhor fazer o que eu mandar .- ditou e fechou a porta.
Amabel se sentiu a mais burra das mulheres , como pode se deixar levar pela conversa daquele homem , sendo irmão da mulher que a humilhou sem um pingo de piedade.
Agora estava longe de casa, e não tinha qualquer possibilidade de sair dali . Lembrou-se das palavras dele "Não sou Ethan! Então era Cristine que havia colocado o antigo administrador na mansão.
Pelo visto ela queria terminar o que o homem não conseguiu.....
.....
Lucien
Conversava com o pai da governanta, porém quando o homem alegou não saber do paradeiro da filha o desespero tomou por completo seu coração.
Agradeceu e pediu que se mantivesse calmo , pois moveria céu e terra para encontrar sua filha.
Saiu a passos rápidos e logo requisitou os serviços do detetive Antony Jones . O sujeito de olhos negros tempestuosos, ouvia com atenção as poucas informações sobre o sumisso repentino da jovem:
- Bem Petreks! Acredito que a governata tenha sido vítima de um possível sequestro.
Ao meu ver armaram para capturar a tal moça.
Entretanto, não há pista alguma de quem foi , ou para onde a levaram.-Temos em mãos um caso muito sério. Sabe de alguém que teria algo contra essa menina ? - questionou ajeitando o uniforme enquanto tomava o asento para poder analisar melhor as possibilidades.
Lucien tentou pensar em algo ou alguém, porém a governanta não possuía inimigos , pelo contrário era estimada pela cidade . Só havia uma pessoa que a fizera certo mal, Cristine ....
Mas seria praticamente impossível que a ruiva tivesse qualquer tipo de interação com sua ex esposa, visto que sairá de sua casa uma vez exatamente por causa dela.
Além do mais , como a mulher planejaria tudo sozinha. Uma vez que o único fundo que possuía , era a pensão mensal que ele fora obrigado a lhe conceder por insistência de seus pais.
Depois de muito refletir resolveu arriscar a única possível possibilidade:
- Tinha sim uma inimiga , minha ex companheira Cristine .- revelou vendo que o detetive pareceu supresso com a afirmação.
- Creio que uma mulher sozinha não teria recursos para tal feito...Todavia irei investigar e prometo encontrar sua governanta o mais rápido possível. - afirmou se pondo de pé e trocando um aperto de mão com o outro.
-Obrigado Jones ! - saiu do local e mesmo preocupado resolveu ir ao escritório trabalhar.
Já tinha se ausentado tempo demais, somente pedia que sua amada estivesse viva e bem.....
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A Governanta dos meus Sonhos
RomanceLucien vivia um casamento fadado ao fracasso e sem amor .Por obra do destino, precisará de uma governanta para cuidar de sua pequena filha. Porém sua nova contratada conseguirá despertar nele um sentimento que jamais almejou sentir ....